(Wendey)
Eu não tinha dormido a noite inteira. Keyko não tinha voltado e eu fiquei a noite toda encarando o teto.Cada palavra que eu disse ao Jackson tinha me ferido mortalmente e eu detestei ter lhe causado aquela mágoa.
Mas, era o certo! Se ele já tinha ficado tão transtornado porque eu ia embora, imagine se ele soubesse que eu estava morrendo.
Vi o dia amanhecer e os raios solares invadirem o quarto pelas frestas das janela.
Aos poucos fui pegando no sono. Acordei depois de não sei quanto tempo ouvindo batidas na porta.
Limpei o rosto com as costas da mão e fui atender. Era Jackson!
- Oi!
(Jax)
Fiquei olhando para ela por um bom tempo.- Posso entrar? como amigo, não vou tocar em você e pode confiar, não sou um monstro que diz uma coisa e faz outra.
- Eu gosto que me toque, Jackson! - Ela abriu espaço e eu segui para dentro.
Entrei e me sentei na cama da Keyko, estalei meus dedos pensando no que iria fazer e falar, não olhei para ela, seria capaz de fazer uma besteira.
- Eu só quero que me escute, está bem? - A olhei rapidamente.
- Está bem! - Ela sentou-se e me encarou.
- Todos sabiam que isso iria acontecer... O único cego aqui sou eu que não percebi que... Que você não era o tipo de mulher que se acostuma no lugar que está... Desde o começo eu devia ter aberto meus olhos e nunca ter feito tantos planos... Agora quem tem que se acostumar com a ideia que você nunca foi minha e nem de ninguém que você namorou, sou eu... - Respirei fundo, passei a mão pelo rosto. - Eu só quero fazer mais uma coisa por você Wendey... E gostaria que aceitasse como amigos que somos... - A olhei. - Pelo menos me deixe leva-la até Amarillo de moto?... Prometo não tocar em você, de tentar impedir de ficar por lá... Eu não vou insistir... - Minha ultima fala quase não saiu, era dor demais para dizer aquelas palavras, mas eu precisava daquele sofrimento para aprender a ser mais cauteloso comigo mesmo e com meus relacionamentos futuros.
- Me desculpa, Jackson! - Ela levantou e se ajoelhou a minha frente, fez menção de tocar o meu rosto, mas recuou. - Eu não sou fria assim, Jackson! Não sou... mas, é que... Eu não tenho como explicar. Você não entenderia! Eu queria ficar, eu queria constituir uma família com você, mas eu... Eu só não posso!
- Se não pode me dizer, então não me machuque mais... - A olhei com rancor. - Mas preferia que me dissesse a verdade, mas se prefere esconder, prefere destruir tudo que planejamos e sonhamos para um futuro a dois... Eu não tenho mais nada o que fazer aqui... Só me diz o dia que vai... Eu gostaria de fazer essa viagem com você Wendey... Dizem que é uma rota maravilhosa de grupos de motoqueiros, vai ser legal, a gente pode ir como amigos e curtir a viagem... Pelo menos isso a gente pode ser, amigos.
- Eu não queria ser sua amiga, Jackson! Eu quero mais, mas... Olha eu sei que eu te magoei, mas se eu ficar eu vou te magoar ainda mais. - Ela se ergueu um pouco nos joelhos e me encarou diretamente nos olhos. - Me perdoa, Jackson!?
- Não... Não posso te perdoar agora Wendey... Você me deixa cada vez mais confuso. - me afastei de seu rosto, respirei fundo. - Você quer mais... Eu te ofereci esse mais... E mesmo assim, não é o suficiente... Não tenho como entender isso... Não dá pra te perdoar, sinto muito... Um dia quem sabe, mas agora não.
Ela levantou-se e se sentou ao meu lado calada. O silêncio se instalou e era um silêncio pesado, duro, de repente parecia que o tempo tinha parado de correr.
- Eu sinto muito! - Ela disse depois de muito tempo.
A olhei.
- Que dia quer ir? - Suspirei. - Vai me deixar te levar?
- Sim! Vou antes do natal!
- Vou preparar a moto, colocar as bolsas nas laterais. - Me levantei indo em direção a porta. - Estou em casa, se precisar de mim é só ligar. - Respirei fundo e a olhei. - Quando tem que se apresentar na nova escola?
- Na primeira semana de janeiro.
Apenas concordei com a cabeça. Abri a porta e saí, não me despedi, não tinha vontade nem de dizer oi ou muito menos tchau, era como se o mundo para mim não fizesse mais sentido, Uma parte dos planos que tinha traçado tinham se perdido, sido cortado e apagado seu rastro, voltei a estaca zero, onde eu era o gordo, dando festas para se sentir amado e querido, com a espátula na mão, virando os hambúrgueres na chapa da churrasqueira e vendo aquela garota que eu acreditava ser a mais bela de todas entrando em minha casa, mas nunca ouve um contato, uma fala ou trocas de caricias.
Na saída fui segurado pelo monitor do alojamento.
- Você quebrou a porta... Vai ter que pagar pelo prejuízo. – Disse ele em seu jeito afeminado estendendo a nota fiscal, sorri de lado, cocei o nariz, puxei a carteira enquanto olhava a nota em sua mão.
- Compre duas portas. – Dei 200 Dólares, dei risada. – Deixe uma de reserva, posso quebrar outra se quiser. – Peguei na nova porta e a abri, arremessando contra a parede, fazendo-a se estilhaçar. – Viu... Acidentes acontecem.
- Seu maluco... – Disse o rapaz de boca aberta, dei as costas para ele e fui para casa, me trancar no meu quarto e tentar entender tudo o que se passou até agora.
Oi amores!
Amanhã voltamos com mais capitulos, por hoje é só.
Bjus
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Любовные романыAMAZON - DISPONÍVEL Jackson Flanangam, é um rapaz bonito, mas gordinho, tímido e de posses. em 1999, faltando 4 meses para terminar seu ultimo ano na Universidade, ele conhece a mulher que iria mudar a sua vida, seus conceitos de filho educado, ate...