Sai de casa meio sem rumo, fui até a lanchonete.
Xxx: não é que você voltou mais uma vez. -Sorri leve
Mannu: quero um suco de maracujá, por favor.
Xxx: só um minuto.
O suco já tava pronto, bebi um pouco rápido e paguei.
Xxx: já vai ? - assenti com a cabeça.
Mannu: posso te pedir um favor ?
Xx: claro manda.
Mannu: posso deixa minha mala por aqui e voltar pra buscar a noite?
Xxx: claro, você vai viajar ?
Mannu: quase isso!
Sorri, ele guardou minha mala e eu sai, peguei um táxi e entreguei o endereço pro cara.
taxista: moça eu não posso te deixar no endereço certo, mas posso deixar bem próximo.
Mannu: eu agradeço.
30 min passado, dito e feito ele me devolveu o endereço e me explicou como chegava lá.
paguei a corrida e desci. Quando olhei em volta eu tava poucos metros de uma favela, tremi na hora que vi que era ali que eu tinha que entrar, pensei em ligar pra lett mais eu deixei o celular na mala.
Naquela hora a vontade de volta pra casa era forte, mais a precisão era maior e eu encarei entrar na favela, afinal se me roubassem o máximo que levariam era o endereço porque era a única coisa que eu carregava.
Abri mais uma vez o papel para conferi o endereço.eu tava distraída lendo quando sinto alguém trombando forte em mim, quase cai no chão mais a pessoa me segurou forte pelos braços e chegava até machucar.
Xxx: TU É CEGA MINA ?
Nessa hora pude levantar o rosto e ver um cara, confesso até que bonitinho, com os olhos completamente vermelhos e uma cara de mal que me arrepiava.
Mannu: CEGO É VOCÊ SEU DROGADO! NÃO OLHA POR ONDE ANDA E AINDA QUER GRITAR COM OS OUTROS!
Xxx: O TU SABE COM QUEM TA FALANDO? PRA TA GRITANDO ASSIM DESSE JEITO ?
Mannu: FODA-SE QUEM VOCÊ É, TU NAO VAI GRITAR COMIGO E PASSA BATIDO!
ia sair andando, mais ele me puxou de volta pelo braço me machucando mais uma vez e sussurrou:
XxXxxx: não vai passa despercebido, escreve o que eu te digo!
Me soltei e sair andando sem olhar pra trás , confesso que estava com medo , mais desde de quando Emanuelle Stuart abaixa a cabeça pra alguém.
Continuei seguindo em frente quando achei a tal quadra coberta que no endereço estava especificada como Campinho, de frente ela tinha uma casa da faxada bastante humilde e pelo número ali era a casa da lett.
Não tinha campainha, então eu bati palmas até que alguém saiu.
Quem abriu era um cara bastante bonito, mais o que estragava é que ele é cheio de tatuagens, e essas coisas simplesmente eu acho ridículo, coisa de favelado, mas olha o que eu tô pensando eu tô rodeada de beco, no meio de uma favela e ainda quero exigir algo.
Aff Mannu, aff, fui interrompida dos meus pensamentos com o cara me secando de cima a baixo e em seguida falando .
XXxxxX: que pega gatinha?
Ergui apenas uma sombracelha e ignorei o "gatinha" agora entendi porque a lett é toda metida e fala gírias e afins.
Mannu: eu sou Emanuelle, amiga da Letícia. ela se encontra ?
Xxx: a lett ? Tá lá na piscina tirando um lazer, entra aí pow é tudo nosso.
Tirando o fato de eu não entender nada do que ele falou, ele ainda comentou de piscina? não acredito que eles montam essas de plástico por aqui.
Mais uma vez interrompi meu pensamentos, com ele abrindo o portão e dando espaço para eu entrar.
Quando eu entrei e vi a casa juro que meu queixo foi no chão, atrás daquele muro mal rebocado e daquele portão de ferro tinha uma casa enorme atrás de um jardim perfeito.
aquela casa comprava umas 10 minha, as portas toda em vidro, eu nem acreditava, o cara que abriu o portão foi na minha frente e fez sinal pra eu seguir ele.
Obedeci e eu não parava de ficar surpresa, tinha um caminho de pedras em volta da casa que era enorme apesar de ser apenas um andar, pelo menos eu achava que era só um andar né.
chegando nos fundos eu dei de cara com um jardim incrível com duas piscinas enormes.
eu tava com a boca aberta quando a lett se levantou da espreguiçadeira e veio na minha direção me abraçando, retribui o abraço ainda com um pouco de dor pelos machucados ,ela tava com uma cara de surpresa.
Lett: amiga você por aqui ?
Mannu: não, não o Gasparzinho.
Lett: vai começar babaca. - riu .
Mannu: to brincando, é que eu não tinha outro lugar pra ir, e preciso falar com você.
Lett: seu pai dinovo ? - assenti com a cabeça.
Lett: porra mannu se tu deixasse eu dava um jeito pra você, mais ce fica de rosca.
Mannu: lett não é por mim, é pela minha mãe.
Lett: meu vem aqui mora comigo, nessa casa só mora eu minha veia e meu irmão, e eles não se importam, sério.
Mannu: era justamente isso que eu vim te pedir.
Lett: precisa nem pedir, mais cadê tuas coisas ?
Mannu: eu deixei na lanchonete lá perto de casa, caso você não deixasse eu morar aqui.
Lett: tá ficando louca ? Por mim você já tava aqui a muito tempo, eu sempre te chamei mais você sempre fazia doce.
Mannu: a que bom então, porque se você nao deixasse eu ia ter que dançar na noite e se depender da minha dança eu morro de fome- rimos.
Lett: você nunca perde o deboche né.
Mannu: é de mim já.
Lett: vamos ali na biqueira pra pega a chave do carro com meu primo.
Mannu: o que que é biqueira ?
A lett começou a rir descontroladamente e eu fiquei com cara de taxo sem entender nada.
Mannu: eu não entendo essas gírias de faveladinhos.
Lett: você vai virar uma faveladinha tá!! Mas antes de qualquer fita já vou te manda o papo meu irmão e meu primo são os donos da favela.
Mannu: AI MEU DEUS SOCORRO, ELES SÃO BANDIDOS ?
lett: não grita doida! Biqueira é onde eles vendem as drogas entendeu ?
Mannu: ou seja onde eles acabam com as vidas das pessoas, a entendo sim!
Lett: sem drama Mannu, tá na chuva é pra se molhar!!
Mannu: tá, tá mais eu não quero ir nessa biqueira.
Lett: tu sabe que mais cedo ou mais tarde tu vai ter que passar lá né ?
Mannu: sei, mais primeiro eu tenho que me preparar psicologicamente.
Lett: formou então.
Saímos do quintal, a lett passou na sala, colocou uma camisa de homem por cima do short e o cara ficou me olhando.
Lett: qual foi alemão?
Alemão: não me apresenta as amigas ?
Lett: não é pro seu bico essa, é a Mannu, vai morar aqui com a gente.
Ele deu uma risadinha, esfregou as duas mãos e eu olhei com uma cara de indiferença e sair junto com a lett.
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Realidade Cruel
General FictionEmanuelle tem 17 anos e mora em um bairro de classe média a alta na zona sul, a vida dela tinha tudo pra ser perfeita se seu pai não fosse um monstro viciado, sua vontade é fugir de casa, mas ela não teria pra onde ir. A única que pode me ajudar é...