Eu não consegui nem terminar de falar e a Thay foi na direção da mesma catando pelo cabelo, de cara eu arregalei os olhos mais não parou por ai.
A Thay tirou uma arma da cintura e colocou na boca da Laisla.
Thay: ooi linnda, muito prazer eu sou a thay, mulher do japa. Eu vou ser breve, se eu ver você em cima do meu marido de novo seus miolos vão pro chão!
Na hora eu gelei de medo, aquela mulher no mínimo era louca.
E assim que ela soltou a Laisla ela saiu correndo com os olhos cheios de lágrima, e o tal do Japa? Só deu risada como se já tivesse acontecido algo do tipo antes, engoli a seco e a Thay veio na minha direção.
Thay: Desculpa a ceninha, então ainda vamos conhecer a quebrada?
Mannu: aé, ée vamos sim!
Saimos andando em silêncio, confesso que o fato dela andar armada contribuiu pra isso.
Thay: Assustou?
Mannu: sim!
Thay: muito?
Mannu; orra. - ri
Thay: Foi maal, não era a intenção, mas se eu não meter uma banca as piri rouba meu marido.
Mannu; Duvido, linda assim quem é o louco de te trocar?
Thay: Vai saber né, as novinha de 20 ta ae né.
Mannu: Me poupe, você da de 10 a zero em muita novinha.
Thay: Aii nossa bem que eu queria.
Rimos e ficamos conversando horas enquanto eu apresentava a favela pra ela, não demorou muito até ela tocar no assunto.
Thay: Desculpa a pergunta, mas tu não tem cara nem jeito de favela, como que tu se meteu aqui?
Mannu: Fugi de casa num dia, no mês seguinte tava trampando na boca, sei lá, foi tudo tão rápido.
Thay: Tô ligada, o dimme é amarradão na sua né?
Mannu: Quem me dera. - Suspirei.
Thay: Qualé Mannu, conheço esse dai de menor, desde a época do tio dele, o jeito que ele falou de você, vish meio estranho em.
Mannu: Mal pergunta, mas o que ele falou de mim?
Thay; Funcionaria nova, poucos mês de trampo, que tu rende bem, tem futuro mas essa vida não é pra você.
Mannu: é, até que ele ta certo. Essa vida não é pra mim, mas ta na chuva é pra se molhar.
Thay: bem assim mesmo, quando eu começei na vida do crime, também não gostava, mas acostumei, comecei a pegar gosto pela coisa e olha aonde eu cheguei!
Mannu; Maior dona de morro do rio de janeiro e conceituada em todos os estados!
Thay: Ual, foi isso que falaram de mim?
Mannu: Falaram muito bem de você, bem que eu queria ser assim, não ter medo de troca tiro, comandar uma favela, meter uma arma na boca da Laisla. - Ri.
Thay: Ué e porque não faz isso?
Mannu: Nunca peguei numa arma! Vim da parte nobre da cidade, sei nem o que é essa vida!
Thay: Então toma uma decisão, ou você entra de vez e se torna a melhor, ou você sai e vai viver a sua vida Emanuelle. Vou deixar bem claro uma fita, crime não é só ostentar e eu já vi muito parceiro indo pro saco, já vi meu marido quase morrer e meu filho baleado, então você ta exposta a muitos riscos pra fica moscando.
Mannu: Não é fácil decidir, não sei nem se eu tenho escolha.
Thay: Logico que tu tem escolha, e essa é a maior decisão da sua vida, então faz assim, dorme hoje e pensa, se tu quiser continuar, amanhã tu me procura, se não eu te arrumo um dim razoável, e tu some da favela e viver sua vida.
Mannu; Eu tenho que pensar.
Thay; Pensa direito, já disse, essa vida não é marola!
Ela sorriu leve, me deu um beijo na buchecha e entrou na casa dela.
As palavras dela me deixaram meio que atordoada, então resolvi voltar pra boca, se eu for pra casa agora é capaz de eu chapar.
Sentei no meu lugar novamente e a boca já tava normalizada, normalizada naquelas né, sem aquela funçãozinha na bota.
Fiquei a tarde toda martelando no que a Thauanni disse, eu podia continuar ali e virar a melhor funçionária, numa melhor ipotese, até um braço direito do Dimme, ou eu podia esquecer aquilo tudo.
Eu nunca gostei de bandido mesmo, não tenho passagem , é simplesmente arrumar um trampo, alugar uma casinha no asfalto e nunca mais voltar aqui. É, até que não é uma ruim.
Logo o Dimme saiu da salinha e fez um gesto pra mim ir até ele. Entrei Na salinha.
Mannu: Entrando e saindo daqui desse jeito o povo vai pensa que a gente tem um caso.
Dimme: E não tem? Falou debochado.
Mannu: Ninguém precisa saber. -Ele fechou a cara.
Dimme:E a Thay ?
Mannu: Ela é um amor, apresentei tudo pra ela .
Dimme: Ah tendeu. Era só isso mesmo.
Mannu; Só isso dimmezinho? Falei manhosa e fiz bico.
Dimme: Ah não fala assim não mannuzinha.
Levou as mãos até o rosto e respirou fundo.
Sorri e levei as mãos até a nuca dele colando nossos corpos levemente.encostei a boca na orelha dele e sussurrei.
Mannu: De que jeito então, gatinho?
Ele levou as mãos até a minha cintura, apertou com uma certa brutalidade.
Dimme: Desse jeito ae mesmo. -Ele me atracou num beijo.
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Realidade Cruel
General FictionEmanuelle tem 17 anos e mora em um bairro de classe média a alta na zona sul, a vida dela tinha tudo pra ser perfeita se seu pai não fosse um monstro viciado, sua vontade é fugir de casa, mas ela não teria pra onde ir. A única que pode me ajudar é...