A capela

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Desembarquei rapidamente do táxi e já  me encontrava próxima ao beco de tão doces recordações, estava ansiosa para rever meu amante misterioso e  consultava as horas no meu iphone a todo instante.
Os minutos se arrastavam e a angustia era crescente em mim.
Gustafhson mexera demais comigo e mesmo morrendo de desejo naquele apartamento e me divertindo com todas aquelas situações sexuais deliciosas, me neguei a participar por já nutrir um forte  sentimento em relação a ele, principalmente, depois de tudo o que vivemos, apesar de breve.
Somente pensava nele e ansiava por revê-lo, sentir seu cheiro, ele era um homem de muitos mistérios e isso me intrigava demais.
Estava perdida em meus pensamentos quando uma voz atrás de mim me fez voltar abruptamente à realidade:
- Amanda .. - A voz de Gustafhson era forte e máscula.
Senti imediatamente minha pele se arrepiar toda!
Dei um sorriso carregado de ternura e me virei rapidamente, aquele homem era lindo e sexy, me fascinara desde o primeiro instante em que o vi, meu coração estava descompassado e meus olhos se encheram d'agua.
Corri para seus braços fortes imediatamente, ele por sua vez me encarava com um sorriso misterioso no rosto pálido. Nos abraçamos longamente e nossas bocas se colaram em um beijo ardente e sensual.
As pessoas que transitavam pelas ruas próximas a nós ficavam a reparar em nossa paixão traduzida naquele momento tão especial.
Após instantes de ternura explícita e romantismo, descolamos nossos corpos e a expressão doce do meu amado de imediato se tornou séria e circunspecta:
- Amanda precisamos ter uma longa conversa. -  disse, passando a mão em seus charmosos cabelos amarrados.
Fiquei aflita novamente, pois, queria resolver esse assunto o quanto antes.
- Tudo bem..  eu sei de um lugar onde podemos conversar sem sermos interrompidos.- lhe disse, afagando seu rosto anguloso com minhas mãos pequenas. 
Gustafhson estava mais sério e silencioso do que antes e isso me preocupava bastante.
Caminhávamos devagar pelas ruas estreitas e agora pouco movimentadas, percebia uma leve tensão no ar e Gustafhson era a expressão máxima desse sentimento em seus modos e gestos. Às vezes abaixava a cabeça demostrando dúvidas e em seguida, a erguia novamente, dando profundos suspiros, acompanhado de um olhar mergulhado no vazio.
- Gustafhson, você  parece bastante tenso? Por onde andou desde a última noite que nos vimos? Fiquei preocupada com você?  - minhas perguntas brotavam em sequência.
Ele deteve seus passos, se virou de frente para mim e me olhando no fundo dos olhos, disse:
- Amanda ... aconteceram muitas coisas importantes e terríveis nesse período e é por isso que irei lhe narrar fatos que jamais disse a ninguém. A partir de hoje sua vida não será mais a mesma.
Suas palavras duras me fizeram gelar! Um sentimento de preocupação e extrema angústia me dominou, minha mente disparou a formular mil coisas, das mais simples às mais absurdas, em uma velocidade astronômica.
Após um longo silêncio, lhe inquiri de modo sério:
- Isso que você tem a me dizer se relaciona com o que aconteceu ontem na garagem?  Sobre Dylan também?
Ele continuou olhando para o nada, enquanto nos aproximávamos das longas escadarias desertas e escuras de uma antiga capela.
Quando Gustafhson me disse sobre essa conversa que teríamos e da sua importância, logo  pensei em irmos para um lugar ermo e sossegado.
A capela de São Firmino é uma verdadeira jóia da arquitetura gótica do século XVIII e a bem pouco tempo, foi classificada como patrimônio cultural e religioso pertencente à  humanidade.
Além de necessitar urgentemente de algumas reformas, ela continua fascinante e carregada de uma atmosfera enigmática e de muita paz.
Sua arquitetura genial e revolucionária para a época, traz consigo as características fundamentais e marcantes da arquitetura gótica. Com suas duas torres pontiagudas que se assemelham a dedos humanos apontados em agonia para o céu, sua fachada amarela e branca, juntamente com suas estátuas feitas em pedra sabão, são uma verdadeira maravilha aos olhos de turistas e frequentadores desse templo mágico.
Finamente nos aproximamos das escadarias... éramos como dois seres sem vida e voz, subimos mais alguns lances dos degraus e nos sentamos lado a lado, próximos à entrada principal.
A vista daquele local, era de fato encantadora, podíamos ver toda a cidade, que apesar de pequena, era deslumbrante.
As luzes no interior das casas simples com algumas de suas janelas abertas, eram como brasas incandescentes de uma fogueira.

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