Reencontro

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Permanecemos abraçados por um tempo após meu êxtase, nos olhávamos nos olhos e meu sorriso de satisfação era difícil de esconder.
Meu amante misterioso me fitava de uma forma obstinada e terna, tomei coragem e mais uma vez lhe repeti a pergunta interrompida:
- Vai me dizer seu nome ? - o inquiri, contornando delicadamente com meu dedo indicador seus lábios vermelhos e grossos que me encantavam.
- Gustafhson... - o nome escapou de sua boca em um sussurro.
Mesmo nos conhecendo a pouco tempo já passava a admirar perdidamente aquele enigmático homem e mil conjecturas se formavam em minha mente inquieta.
Até que esse encanto fora abruptamente quebrado pelo ruído de passos que ecoavam vindos em nossa direção, me virei assustada e me deparei com um outro homem que adentrava pelos portões enferrujados da velha garagem de modo lento e arrogante.
- Sabia que é falta de educação não apresentar suas amigas ao seus amigos, Gustafhson? Realmente você anda bem diferente desde a última vez em que nos encontramos em Estocolmo...
Uma risada macabra ecoou por todos os cantos daquele lugar sombrio.
- Dylan! - a voz de Gustafhson se assemelhava a um trovão.
Fiquei sem entender absolutamente nada sobre aquele estranho encontro, principalmente sobre aquelas circunstâncias.
O homem ou melhor Dylan, estava acompanhado de mais dois sujeitos mal encarados que usavam roupas de couro negras e surradas, com um gesto seco e autoritário os ordenou que se retirassem imediatamente.
Dylan apesar de usar uma indumentária negra, se vestia de um modo diferente dos demais, seu estilo reevocava ao gótico, era também um homem muito atraente, possuía cabelos loiros raspados nas laterais e que na parte superior se mantinham  compridos e amarrados em um pequeno e charmoso rabo, cultivava uma barba estilo lenhador, tinha mais ou menos a mesma estatura de Gustafhson e o braço esquerdo era fechado em tatuagens.
Confesso que me senti um pouco atraída por ele no instante em que o vi, talvez pelo feitio bad boy, não sei explicar...
Desde então, fiquei como uma espécie de espectadora do diálogo aparentemente sem nexo que se seguiu.
- Você e sua obsessão por um amor fake!
Não vê que nossa própria essência não nos permite arroubos de romantismo? - disse Dylan, em um tom sarcástico. .
- Você não sabe o que está dizendo! Temos a mesma natureza, porém, com índoles opostas! Você não sabe o significado do amor! - rebateu Gustafhson, com os olhos raiados de sangue e ódio.
- Amor ? - outra gargalhada macabra preencheu o ambiente de terror. .
- Amor ! Você só pode estar me zoando, seu desgraçado! Me diga uma coisa, Gustafhson. . Quando você está com sede, tem amor ou piedade pelas suas vítimas? Quando você está se deliciando com o sangue quente e grosso que começa a lhe preencher de êxtase e satisfação, você pensa no sofrimento de suas vítimas? - as palavras de Dylan soaram duras e chocantes para mim.
- Quantas foram até agora ? Cinco mil? Dez mil? Cem mil? - ele prosseguiu. .
Eu estava atônita com aquela conversa sem sentido!

Vampiros: Sangue & SexoOnde histórias criam vida. Descubra agora