Uma nova família

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Me sentia revigorado, não havia sobrado nem uma única migalha daquele delicioso jantar:
- Vejo que realmente aprovou a sopa que lhe ofereci, gostaria de mais um pouco? - me disse, segurando minhas mãos.
- Muito obrigado senhora Alesha, estava deliciosa, ainda estou um pouco enfraquecido e acho melhor ir voltando à minha rotina alimentar aos poucos.
Ela me olhava de forma  expressiva:
- Nota-se que sofreu bastante nessa sua curta vida.
Qual o seu nome, garoto?                        
- Meu nome é Gustafhson...                     A porta do quarto se abrira e um homem também de meia idade, com os cabelos grisalhos e um corpo robusto, me fitava com curiosidade.
- Oh! Esse é meu marido, Gurodin - abrindo um sorriso, prosseguiu:
- Gurodin, nosso pequeno hóspede se chama Gustafhson.    
- Que bom que esteja se recuperando rápido, meu amiguinho, você chegou aqui em um estado deplorável, quase a beira da morte.
Vladimir e Khristina se aproximavam lentamente e ouviam atentos o meu primeiro contato com seus pais.
Os olhava com lágrimas de profundo agradecimento e felicidade, naqueles  instantes tão especiais, me veio a lembrança da minha família e dos  poucos momentos que vivemos juntos... minha... me entreguei desesperadamente ao pranto e a dor em meio a  amargas recordações.
O pequeno quarto se transbordou em uma atmosfera de compaixão e contentamento, agradecia a Deus por reviver esses momentos familiares tão doces e marcantes, me sentia como se estivesse no seio da minha família novamente.
Agarrava as mãos maternais da senhora  com todas as forças que possuia em meu frágil corpo de menino. As lágrimas rolavam no rosto da bondosa anfitriã em profusão, somente nos comunicávamos pelo olhar, palavras eram desnecessárias naquele momento de grande emoção e afetuosidade.
Aos poucos fui me recuperando da forte carga emocional e finalmente, pude lhes descrever toda a minha  trajetória.
Todos se acomodaram aos pés da cama e iniciei os pormenores da minha infeliz jornada.
Pelas suas expressões pude constatar que estavam  perplexos e atônitos com o que lhes expunha.
Curiosamente durante a minha narrativa, pude perceber que Khristina me olhava de uma forma bastante singular e carregada de sentimentos que não pude, a pricípio, traduzir sua natureza.
Às vezes até me perdia no que estava a dizer diante do brilho inusitado em seus belos olhos castanhos cheios de amor.

Vampiros: Sangue & SexoOnde histórias criam vida. Descubra agora