Quase morte

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Fui arrastado algum tempo depois a um sono aliviador que me fez esquecer por alguns instantes o inferno onde me encontrava.
Pela manha meu despertar fora súbito, tentava abrir meus olhos pesados com dificuldades, meu corpo todo doía e os intensos calafrios ocasionados pela febre ainda me castigavam, ergui parcialmente meu tronco e  senti de imediato meu estômago se revirar seguido de um jato escuro e fedorento que se precipitou da minha boca em forma de vômito, molhando o chão com um caldo grosso e repugnante.
O cheiro era horrível, certamente meu  organismo lutara a noite toda na tentativa em digerir a carne apodrecida.
O suor gelado escorria abundantemente pela minha face abatida, precisava levantar de qualquer maneira e tentar alguma coisa, não poderia e não iria morrer naquele lugar esquecido. Me sentia o mais infeliz dos seres humanos  e suplicava a Deus a todo instante por auxílio.
Reunindo o que restava de minhas forças, comecei uma dura batalha na intenção de me erguer e sair da caverna, usava como apoio a vassoura que havia feito anteriormente, a dor me consumia e mesmo assim, sentindo muito frio, consegui finalmente ficar de pé, agarrava desesperadamente meu instrumento com todas as forças que ainda julgava possuir.
Minhas pernas estavam frágeis mas precisava sair e buscar algum auxílio nem que morresse tentando, não queria sucumbir sem lutar.
Inicie minha penosa jornada com passos lentos em direção a saída, apesar da minha pouca idade, naquele momento me assemelhava a um idoso decrépito á beira da morte.  O vento frio que vinha da floresta fazia meu corpo adoecido se arrepiar todo, apesar do sol forte meu maxilar tremeleava com os calafrios que rasgavam minha alma.
A empreitada sem rumo pela mata teve início, talvez influenciado pelo delírio febril, tinha visões de anjos que desciam dos céus em frondosas carruagens flamejantes em meu auxílio, paravam seus enormes veículos celestiais bem próximos a mim, o que fazia a  vegetação de galhos enormes se agitarem nervosamente atingidos pelo poderoso vendaval que emanava dos seus  monumentais carros.
Me via em seus braços protetores e fortes, eram anjos de compleição física avantajada e enormes estaturas, portavam cabelos dourados, cujos anéis, emolduravam seus belos rostos aquilíneos de uma beleza indescritível e suprema, contemplava  suas asas imponentes e com uma plumagem sedosa e divina, mesmo em meu estado quase terminal ainda podia tocar com as pontas dos meus dedos as extremidades das penas macias e alvas como nuvens em um dia de verão.

Vampiros: Sangue & SexoOnde histórias criam vida. Descubra agora