Vampiros: Sangue & Sexo

Estranho relato

Khristina e eu nos encontrávamos quando era possível e a cada dia nosso envolvimento emocional era mais forte e inabalável, sentíamos que nos completávamos e isso era algo maravilhoso.
Suas visitas eram regulares em meu quarto, especialmente em noites de tempestades, onde os rangidos das molas da minha velha cama eram camuflados pelo barulho  da chuva, o que nos deixava mais soltos na hora do sexo.
Senhora Alesha e o marido se mantinham alheios a tudo ou aparentavam estar...
Mas um estranho acontecimento começou a nos roubar a paz, Khristina passou a me reportar alguns fatos insólitos quando estávamos a sós e em uma certa noite em meu quarto, disse:
- Engraçado. . Ontem à noite tive uma impressão muito estranha..
- O que foi, meu amor?- lhe inquiria preocupado.
- Ontem, quando levantei de madrugada para tomar água na cozinha, tive a nítida impressão de estar sendo observada..
As estranhas palavras de Khristina me causaram um certo desconforto. ela continuou:
- No entanto, quando me virei em direção a janela semi aberta, não vi nada, somente a escuridão. -  suas finas sombrancelhas se uniram, formando uma ruga de preocupação.
- Sabe, Gustafhson... essa não foi a primeira vez que tive esse estranho pressentimento.. uma outra vez, que ainda me lembro como se fosse hoje, aconteceu  em uma madrugada em que fui desperta abruptamente por um  pesadelo perturbador...  um homem ou sei lá o quê, exercia uma espécie de encantamento sobre mim... me via perambulando por um velho cemitério somente de camisola...
Aquela conversa era definitivamente a mais estranha que ouvira em toda a minha vida.
- Durante esse horrível pesadelo, via e sentia os ossos secos dos mortos estalarem sob minhas passadas titubeantes naquele lugar sombrio.. a figura enigmática, no entanto, se mantinha estática, próxima a uma velha catacumba abandonada... e... e eu... caminhava em sua direção. - Khristina se mostrava bastante alterada enquanto narrava sua história.
Rapidamente a envolvi em um abraço protetor tentando lhe restaurar a calma:
- Khristina, não dê tanta importância a um simples sonho, isso é perfeitamente normal, meu amor.
Ela me olhava ainda atônita e seguia com seu relato, como se necessitasse desabafar:
- A... a... aquele ser me dominava de uma forma absoluta, à medida que me aproximava, podia ver seu sorriso diabólico estampado na face sem vida.
Estava bastante impressionado com o assustador realismo impregnado em cada palavra pronunciada, percebia uma forte emoção lhe dominar  e dos olhos distantes, rolarem lágrimas de desespero:
- Se... sentia nitidamente, suas mãos pálidas e frias tocarem a pele desnuda do meu ombro, me causando um violento calafrio. - Khristina agora  chorava sem controle:
- O... o...observava aquele homem desprezível se aproximar lentamente do meu pescoço, era possível ver a metade  do seu rosto iluminada pelo clarão da lua, su...sua boca... era bastante avermelhada, apesar da pele desbotada  lembrar a coloração de um...cadáver! - ela dizia, enxugando os olhos úmidos, com a manga da sua blusa de renda:
- Gustafhson... - Um forte choro seguido de soluços contínuos, vieram em um ímpeto avassalador.
Tentava tranquiliza-la, abraçando-a mais forte. Após um longo suspiro, continuou:
- A.. aquele homem.. tinha dentes enormes e afiados em sua boca... eu vi claramente... eu vi!
- Acordei banhada em suor! Me levantei no mesmo instante e me encaminhei para a cozinha atrás de um pouco de água. - sua palavras saiam aos borbotões:
- E... enquando estava  na cozinha, me veio uma forte impressão de ter alguém a me observar fixamente, era muito intenso esse pressentimento... inesperadamente me virei em direção à janela e vi um demônio me observando com um sorriso sádico nos lábios... - Khristina era a face do desespero:
- So... soltei um grito abafado de horror, o que fez a caneca que segurava se estraçalhar no chão, em seguida, me virei novamente buscando a janela, mas não havia mais nada.  Khristina chorava incessantemente, no entanto, compreendia que toda a sua aflição não era nada mais do que o resultado de uma imaginação fértil ou de uma mente cansada e impressionada por um pesadelo tão  comum.