A revelação

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O velho médico desabara junto comigo pelo chão do quarto e ali permanecemos em absoluto desespero e lágrimas, nos abraçavamos na tentativa de amenizar tamanha dor que nos açoitava a alma.
As forças me abandonaram e não tinha coragem para encarar o cenário dantesco que nos rodeava.
Me virando para o lado deparei com Prosniak, um dos nossos empregados:
- Senhor Gustafhson, venha comigo por favor, Yana foi  encontrada bastante ferida e deseja lhe falar algo. Por favor venha, ela não resistirá muito mais tempo.
Apesar da apatia que  tomou conta de mim,  reuni o que restava das minhas forças e me ergui puxando o doutor, que mal conseguia se manter de pé.
Nos pusemos a caminhar em meio a toda aquela destruição, rever aquele cenário com pessoas tão queridas mortas e mutiladas era a mais cruel das punições.
Os soluços e o prantos vindos da sala eram insuportáveis e comoventes, as empregadas amparavam umas às  outras, dominadas pela angústia sem fim que dilacerava suas entranhas.
Deixamos a residência, a madrugada estava gelada e uma névoa esbranquiçada nos envolvia de uma forma macabra,  Prosniak nos guiava  em direção ao curral, nossos  passos eram  apressados,  impulsionados pelo frio cortante e um desejo enorme em tomar conhecimento do assunto a ser tratado                           Inesperadamente, surgiu ao nossos pés Yana em um estado deplorável, suas  vestes estavam  manchadas de sangue e as feições exprimiam o mais absoluto pavor,  se encontrava em uma  perturbadora palidez e o pescoço delgado trazia um ferimento aberto que ainda sangrava.
Seus olhos opacos se mantinham fixos no firmamento e sua respiração era afoita e descontrolada, quando me viu, entrou em desespero:
- Senh... senhor.. Gustafhson.. por...por favor...
Me abaixei tentando acalma-la, a bela serviçal agarrou minhas mãos,  apertando-as junto ao seu peito:
- Um... um.. demon. .demônio... um demônio...
Me virei rapidamente em direção ao médico, que se mantinha circunspecto e atento.
Yana se debatia em aflição e tentava se comunicar, apesar da sombra da morte a espreitar:
- Senh... senhor.. Gustafhson... um demônio bebedor.. de  sangue...  ele fez tudo.. isso... ele fez... senh.. ele... ele..Veio no final da... noite. .. fazer uma visita de.. cortesia à  família... - A jovem buscava o ar mas não o encontrava.                 - Veio... e..em.. uma gigantesca cerrua.... carruagem negra. .. foi bem.. recebido pelo casal... eu o servi na sala.. parecia mu... muito amável e gentil... um..  homem muito bonito...
A seguir uma violenta crise convulsiva se  iniciara, doutor Andrei se juntou a mim amparado-a pela cabeça:
- Yana! Yana! Me ouça! Quem é esse demônio? Você o conhece? Me diga! Quem é esse misterioso visitante! Por Deus! Nos diga! -  o velho a inquiria de modo firme.
A jovem arfava com mais força:
-Co.. conde... Maximilian... conde Maximilian, senhor!
Em um último sopro de vida, Yana pendera a cabeça e nos deixava.

Vampiros: Sangue & SexoOnde histórias criam vida. Descubra agora