Recuperei meus sentidos de forma lenta e gradual, a separação traumática de meu irmão me atormentava... não ouvia mais algazarra vinda da cidade.
Ergui meu corpo com dificuldade, esfregando meus olhos na tentativa de compreender melhor os fatos.
- Os mongóis o trouxeram de volta, garoto. Você apagou! Perdeu os sentidos durante o leilão. Você está melhor? - Ouvia atônito as
palavras vindas de um homem barbudo e cego de um olho ao meu lado.
- S... sim, estou bem melhor... - lhe respondi enquanto o estranho me passava sua caneca com o que ainda restava de água.
As amargas lembranças de Dylan sendo levado por aqueles homens bizarros me deixava horrorizado. Para onde fora levado meu irmão? Quem eram aquelas estranhas pessoas?
O monumental comboio de Khan iria pernoitar naquele local, se aproveitando disso vários soldados rumaram em direção a cidade em busca de diversão e sexo fácil.
O que não seria um problema, pois ali naquelas confins esquecidos do mundo, havia de tudo: jogatinas das mais diversas, lutas de galos armados com esporas afiadas e mortais que se trucidavam em arenas improvisadas, bebidas de vários tipos e muitas prostitutas ávidas por tomar o máximo de dinheiro de algum idiota.
De onde eu estava era possível contemplar a cidade toda iluminada e ouvir os sons que vinham do seu interior, as risadas eram altas e extravagantes das mulheres, xingamentos de homens bêbados e muita música.
A noite avançava e os cativos à minha volta se entregaram ao sono profundo e aliviador, muitos roncavam alto e murmuravam palavras desconexas.
Eu, no entanto, continuava a pensar incessantemente em meu irmão, relembrava os momentos felizes que passamos em nossa antiga vila e em nossa família. Após alguns instantes, fui surpreendido com a aproximação de um casal, pude observar que era um soldado mongol, acompanhado de uma bela mulher de pele morena e longos cabelos negros.
Ele tentava lhe dizer algumas palavras e ela lhe retribuía com escandalosas gargalhadas, ao mesmo tempo em que alisava com sua delicada mão o rosto grotesco e barbudo do seu parceiro.
Os dois estavam visivelmente embriagados e sorriam sem parar entre um cambalear e outro, o homem estava bem mais afetado pelo abuso do álcool, insistia em falar algo mas não conseguia.
A linda garota amparava o trôpego mongol e se divertia das suas falas sem sentido, inesperadamente o olhar da mulher se cruzou com meu, fiquei um pouco envergonhado e desviei rapidamente, mas ela parecia obstinada em manter aquele contato visual comigo sem que mongol percebesse suas intenções.
Tal atitude inusitada me provocou várias indagações inconclusivas e não encontrava os motivos plausíveis para tal comportamento.
O casal seguia seu difícil caminho quando o soldado decidiu parar em frente a uma tenda, que servia de abrigo para alguns guardas durante a noite.
O homem cobria o corpo da mulher de beijos e mordidas e sorria estimulado pelo álcool que intoxicava seu corpo. A seguir ele se abaixou ainda cambaleante e entrou na cabana, a mulher se aproveitando do momento oportuno me dirigiu um sinal com as mão me pedindo calma e que a aguardasse.
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Vampiros: Sangue & Sexo
HorrorUma novela surpreendente do início ao fim e repleta com todos os ingredientes indispensáveis a um clássico de horror: sexo em alta voltagem, violência e sangue ! Literatura para pessoas fortes! !