Gengis Khan

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Nossos homens se  posicionaram próximos ao portão principal e o pavor era nítidos em seus rostos desfigurados, seguravam suas toscas e ineficientes armas de modo trêmulo e se entrolhavam com pavor e lágrimas nos olhos, alguns já haviam se urinado completamente nas próprias roupas.
Com o rápido avanço dos terríveis bárbaros foi possível observar com maior riqueza de detalhes os seus membros e principalmente o seu diabólico líder Gengis Khan, que  norteava aquela enorme massa de marginais sanguinários, montado elegantemente e de modo dominador um monstruoso garanhão negro de pelos absurdamente reluzentes e de cauda vasta, sua crina era incrivelmente longa e bela.
O líder mongol era uma homem de feições frias e cruéis, sua pele era queimada pelo sol, os olhos escuros possuiam traços orientais cobertos por sobrancelhas grossas, e as marcas de expressão  profundas em seu rosto carregavam a sua fisionomia de aspectos sombrios e demoníacos.
Meu pai percebendo a iminência de um combate inevitável e real gritava aos seus subordinados:
- Preparem-se homens!  É chegado o momento de defendermos com nossas vidas o que mais amamos. - sua voz ecoava pelo descampado  mas poucos lhe davam ouvidos naqueles instantes de extremo pavor.
Muitos homens choravam como bebês, já outros caiam de joelhos tomados pelo desespero.
Meu pai percebendo o crescente descontrole entre alguns, tentava uma derradeira motivação, que sabia ser inútil:
- Lutem com bravura!  Pensem em suas famílias!  - bradava olhando cada um no fundo dos olhos.
A desalmada horda de mongóis parecia voar sobre seus musculosos animais bem alimentados, o estrondo provocado pelos seus cascos no solo duro e seco eram ensurdecedores e apavorantes.
Dylan e eu nos olhávamos ocultos sobre aquela velha carroça com horror e medo, nos abraçamos e o choro compulsivo nos dominou, fechei meus  olhos na tentativa vã de imaginar que com essa atitude inocente faria toda dor desaparecer de nossas almas.
Fui despertado do transe momentâneo com o barulho de uma batalha que se iniciava poucos  metros diante de mim.
Abri meus olhos molhados e o que  presenciei apartir daquele instante foi indescritível.
Os dois exércitos se enroscaram em um corpo a corpo feroz e brutal, com nossos homens em absurda desvantagem numérica e de armamentos.
Os corpos de nossos bravos guerreiros caiam no solo árido daquele lugar outrora de sonhos e alegrias, ensanguentados e mutilados, os gritos de agonia e desespero eram aterrorizantes.
Os homens de Khan eram peritos na arte de guerrear e o massacre estava sendo encaminhado de forma rápida e com uma brutalidade sem limites.
Nossos homens eram trucidados impiedosamente das formas mais absurdas e desumanas, uns eram mortos a machadadas como animais peçonhentos, outros eram aniquilados a golpe de espada e lanças pontiagudas que perfuraram seus troncos como uma faca perfura uma fruta madura.
A terra era uma imensa mancha de sangue que escorria por entre as margens das estradas.
Nosso grupo fora aniquilado rapidamente e poucos sobreviventes ainda resistiam bravamente mesmo conscientes da morte certa.
Víamos nosso velho pai muito ferido e coberto de sangue lutando corajosamente, misturado em meio  aquele oceano humano que gemia, urrava de dor e soltava gritos mortais.
Gengis Khan acompanhava todo o embate sangrento mais afastado, juntamente com seus conselheiros e secretários. Era possível velo-lo sorrir maliciosamente acompanhado aos lances mais cruéis daquela violenta chacina.
O banho de sangue prosseguia ininterruptamente e em um determinado momento vimos entre lágrimas nosso pai caminhando em nossa direção e gravemente ferido, sua expressão era de grande sofrimento e o sangue jorrava abundamentemente vindo de suas entranhas abertas.
Seguia em sua triste caminhada segurando com ambas as mãos as tripas ensanguentadas, os olhos estavam petrificados,  suas passadas eram pesadas.. apesar do sofrimento, sua face era repleta de amor para conosco.
Nos preparávamos para correr ao seu encontro, quando um dos soldados de Khan o acertou bem  no alto da cabeça com um terrível arma que possuia uma mortal bola de ferro pontiaguda e atada a uma longa corrente na sua extremidade, nosso pai caiu no chão frio com a cabeça estourada.

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