Doutor

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- Acalme-se meu jovem, entre um pouco e descanse, enquanto arrumo minha mala com os recursos que disponho. - dizia o aturdido médico, com uma voz trêmula e a fisionomia assustada.
Aceitei seu convite e entrei em sua casa simples, me acomodando em uma bela cadeira de vime à sua espera.
Enquanto o ouvia se preparar para a nossa viagem, admirava sua residência, que apesar de modesta, era muito bem decorada e aconchegante, com vários quadros fixados nas paredes, uma vasta biblioteca composta de inúmeros livros de capas coloridas e uma grande lareira com três cadeiras à sua volta, certamente quando acesa em um dia frio, tornaria o lugar ainda mais acolhedor,  uma coisa bem peculiar que me impressionou foi a presença de alguns  gatos que dormiam preguiçosamente, espalhados pelo cômodo, eram animais muito bonitos e bem cuidados, o que contribuía para tornar aquele lugar ainda mais exótico .
- Você é o filho adotivo dos Gorudin, não é, meu rapaz? - as palavras do médico, vinham do quarto mais afastado e entre ruídos de uma mala sendo fechada às pressas:
- Sim senhor, a filha deles, khristina, está muito mal.. preciso muito de sua ajuda, senhor Andrei - minha soava aflita enquanto me levantava da cadeira.
O velho apareceu na sala vestindo seu longo sobretudo negro, carregava uma pequena maleta de couro em uma das mãos e um pequeno  chapéu na outra, me empurrando para fora da sala, disse:
- Vamos meu jovem, não percamos mais tempo com conversas inúteis, onde está o veículo para irmos? - me questionava, enquanto dava a última volta na fechadura da porta.
Rapidamente me dirigi de encontro ao meu animal e já montado, lhe fiz um convite:
-Venha doutor Andrei, vamos em meu cavalo, é rápido como uma flecha!
O velho me olhava atônito estendendo em minha direção  sua mão pequena e rechonchuda.
A segurei com firmeza, puxando-o para cima do meu garanhão que bufava de impaciência.
A animal partira em um feroz galopar que rasgava as estradas íngremes com extrema facilidade apesar do peso duplo que levava,  obrigando o médico a segurar seu chapéu no alto de sua diminuta cabeça.
Alguns instantes depois, chegamos à fazenda, que estava quase totalmente às escuras, estando somente a fachada iluminada por um fraco lampião.
O cenário era sombrio com as luzes das janelas todas apagadas, tendo   somente o quarto de Khristina emanando uma luminosidade fraca.
Entramos rapidamente pela casa, o velho médico bufava atrás mim:                  
- Meu grande amigo, Andrei ! - senhor Gorudin demostrava profunda admiração e respeito pelo seu grande amigo, se apressando em sua direção com os olhos tristes.
Era patente a piora no estado de saúde de Khristina, que se encontrava mais pálida.
Com um cumprimento rápido a todos, Andrei, se acomodara ao lado da enferma, o experiente médico abrira rapidamente sua maleta e na posse de uma de lupa, a aproximara de seus olhos crivado de rugas e examinava minuciosamente o globo ocular amarelado de minha amada inconsciente.
Terminada essa etapa, o velho médico  imediatamente iniciou a seguinte, com uma consulta metódica aos pulsos e posteriormente, um inclinar vagaroso sobre o tórax da moribunda.

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