O mensageiro

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Nossa vila crescia e se desenvolvia a cada dia sobre a tutela  competente do meu velho pai.
Fora criada uma cooperativa e tudo o que era produzido em nossos domínios era comercializado nas cidades vizinhas e os lucros repartidos entre  todos.
A prosperidade se refletia no modo de vida dos habitantes da nossa  quase cidade, as casas ganharam reformas consideráveis e agora eram mais belas, enormes e com todo o conforto disponível, as pessoas se vestiam de forma elegante e refinada e as crianças tinham onde aprender com a construção de escolas.
Até Dylan participava mais das tarefas que lhe eram designadas...
Mas em uma manhã ensolarada de domingo, uma preocupante notícia surgiu
e fez nossos ossos congelaram.
Um inesperado mensageiro montado em um veloz alasão reluzente rompeu as terras perfumadas de nossa vila, chegando de forma esbaforida até a praça principal, trazia consigo uma notificação  ameaçadora.
Logo que desceu de sua montaria percebi que era um homem de baixa estatura, parcialmente calvo e trajando roupas azuis apertadas que destacam ainda mais suas formas robustas:
- Gengis Khan!  Gengis Khan!  - suas palavras soaram incompreensíveis para mim.                                     - Vocês precisam sair daqui agora! O exército de Gengis Khan invadiu a Polônia e o rei se entregou!
Essa notícia deixou a todos  perplexos e aterrorizados, o que se viu em seguida a essas duras palavras foi um total desespero entre as pessoas que nos rodeavam.
Um enorme burburinho teve início com todos se pronunciando ao mesmo instante.
O mensageiro continuou :
- As hordas de Gengis Khan estão rumando velozmente para essas regiões, segundo as últimas informações...     -Vocês tem que abandonar suas casas e partirem imediatamente! Será que não entendem? Fujam! !!! Não há mais tempo a perder!  Fujam!- o pequeno mensageiro se desesperava.
Um verdadeiro caos se instalou entre as pessoas, mulheres choravam com seus filhos pequenos nos braços e os anciões se ajoelhavam pedindo proteção divina..
Meu pai observava aquilo tudo com frieza e  estava a formular alguma decisão capital.
Iríamos abandonar todas as nossas conquistas e sonhos?
O pânico e o terror eram crescentes, o acovardado mensageiro fitava meu pai incrédulo, até que meu ele finalmente decide se pronunciar:
- Não vou abandonar minha propriedade! Não tenho o direito de fazer uma coisa dessas.
Todos se entrolharam tomados pelo espanto.
- Nasci e vou morrer nessas terras sagradas!  Lutei e passei por muitas alegrias e dramas nesse lugar abençoado.. - as palavras de meu pai saiam entre lágrimas.
- Agradeço ao bom Deus todos os dias, por ter tido a oportunidade de conhecer e me fixar nesse espaço divino.
Não abandonarei minha vida por causa de um desgraçado qualquer! 
Meu pai sempre fora um homem de palavra, tinha a total convicção que sua resolução seria irrevogável e definitiva.
O gordo mensageiro suava abundantemente e suas roupas exibiam manchas úmidas e pegajosas.. puxando abruptamente sua musculosa montaria, disse, apontando o dedo em nossa direção:
- Vocês estão loucos, estão me ouvindo?  Loucos!!! Estão condenados! 
Em seguida, deu meia volta e fugiu apressadamente pela sinuosa estrada de terra batida rumo às montanhas, deixando para trás um rastro de poeira e apreensão.

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