O fosso

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O fosso se localizava a aproximadamente trinta  metros das estruturas monumentais do castelo e parecia que estava desativado a muitos anos, doutor Andrei realizava uma minuciosa averiguação observando cada detalhe das suas desafiadoras  extremidades.
-Parece que não o usam a bastante tempo, pode ser uma boa alternativa caso não exista água em seu interior. - Me explicava, enquanto o observava enfiar suas mãos em uma das sacolas, retirar do seu interior uma corda com dois grandes ganchos de ferro em suas pontas e acopla-los na borda da cisterna.
- Meu rapaz, iremos encaixar essa ponta curva nessa lateral e  empreenderemos uma arrojada descida rumo ao solo para uma averiguação.
- Doutor, me deixe descer primeiro, por favor! - repliquei.          Ele anuiu e após alguns ajustes, posicionara o inusitado instrumento de forma segura e me sinalizava, indicando que já poderia iniciar a descida.
Apoiando em seu ombro, me transportei para a parte interna, agarrei a extremidade da corda com firmeza,  carregando na outra mão uma pequena luminária que emanava uma luz fraca, avançava lentamente pelo interior do ambiente onde um cheiro pútrido que vinha em meu encontro era quase  insuportável. Vez ou outra, esbarrava constantemente em algo amolecido e pegajoso nas paredes cheias de limo, não conseguindo distinguir sua origem repugnante,  o suor banhava minha face,  provocado pela tensão crescente a cada centímetro que descia... Sempre que a luz do diminuto lampião  incidia em alguns pontos daquele fosso sombrio, era possível notar inúmeros insetos desconhecidos que infestavam o local e fugiam assustados para suas tocas. Avistava a silhueta do médico com os braços apoiados na borda do fosso diminuir à medida que descia rumo à escuridão absoluta, aumentando ainda mais meu nervosismo.
Após algum tempo  consegui alcançar o chão que exalava muita umidade, mas se encontrava isento de água, fiz então um sinal para o velho amigo, indicando que poderia descer sem problemas.
Doutor André possuia uma vitalidade fora do comum e empreendia uma descida rápida e silenciosa, momentos depois, agachado, analisava uma pequena abertura na parte baixa na parede que nos rodeava:
- Como eu imaginei! Tenho certeza quase absoluta que essa passagem nos levará para o interior da fortificação, este  velho reservatório  fora construido, na verdade, para servir como passagem secreta contra ataques inimigos em um passado distante.
O olhava perplexo:
- Como assim doutor?
O venho abrira um sorriso malicioso:
- Era um forma dos nobres salvarem suas peles, meu rapaz, se embrenhavam por essas estreitas  passagens secretas como ratos fugindo de um incêndio. Os povos da antiguidade não eram tão ingênuos como pensamos.

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