Despertar

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Não me recordo por  quanto tempo estive inconsciente... com os olhos fechados ouvia vozes sussurradas ao meu redor e em um idioma familiar que lembrava o russo..
Lentamente ia me apercebendo dos sons e cheiros que me envolviam, estava deitado em uma
cama.. o quarto era simples, decorado com móveis rústicos e muito aconchegante.                 Observava a presença de pessoas  que conversavam próximas à uma grande janela parcialmente aberta, não haviam ainda notado o meu  despertar,  era um casal bem jovem, o rapaz tinha no máximo quatorze anos e a menina provavelmente a minha idade.
Com o movimento que fiz a cama os jovens  interromperam suas falas, a menina abrira um sorriso conduzindo seu acompanhante até minha cama com grande entusiamo:
- Que bom que você acordou! Estávamos preocupados com sua demora em recobrar os sentidos. - dizia a garota.
- Meu nome é  khristina e este é meu irmão Vladimir.
O rapaz me fitava com uma cara de espanto e timidez.
- Descanse mais um pouco, iremos avisar nossos pais que você está dando sinais de recuperação e que já despertou, pedirei a mamãe que lhe traga algo leve pra se alimentar.                       
- O... obrigado, muito obrigado! - Minha voz era fraca e trêmula.
A porta se fechou lentamente e me pus a divagar sobre os últimos acontecimentos que me envolveram, desde minha fuga desesperada pelas colinas até a chegada naquela gruta imunda, a carne apodrecida e as suas  consequências.
Apalpava meu corpo  magro e sentia um certo alívio pelas as inúmeras feridas estarem  quase cicatrizadas, provavelmente eu estivera inconsciente por dias.
Tinha absoluta certeza que não sobreviveria se não tivesse avistado aquela fumaça salvadora nos céus... Uma sinal do próprio Deus como resposta aos meus questionamentos tresloucados sobre sua existência, me arrependia amargamente por ter levantado suposições tolas .
Em seguida, a porta se abriu e uma senhora sorridente, de meia idade e elegantemente vestida, surgia trazendo consigo um fumegante prato de sopa.
- Boa noite! Meu nome é alesha, fiquei muito feliz quando meus filhos me disseram que você estava desperto.. Lhe trouxe algo para se alimentar e recuperar suas forças o quanto antes.  - me dizia,  colocando o prato sobre uma velha cômoda ao lado da minha cama.
- Muito obrigado por tudo, senhora alesha! Deus lhe pague o que vocês fizeram por mim.. - lhe agradecia entre lágrimas nos olhos.
Ela se aproximou da  cama e amorosamente me ajudou a erguer:
- Pronto!  Agora poderá se alimentar com mais tranquilidade. - ajeitava os travesseiros em minhas costas enquanto me passava delicadamente a refeição.  Aquela comida realmente estava com um aspecto ótimo e ficava admirando o prato morno que exalava um aroma maravilhoso, era como se estivesse fazendo aquilo pela primeira vez, imaginava que nunca mais teria a oportunidade de vivenciar essa experiência novamente.
A senhora me observava com carinho e ternura,  seus olhos brilhantes denunciavam a forte emoção que sentia naquele momento.
Devorava aquela sopa deliciosa agradecendo ao bom Deus a cada colherada.

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