O castelo

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- Logicamente que existem meios eficazes para se aniquilar tais demônios do que simplesmente se valer de água benta, crucifixos ou tolos colares feitos com alho, como são amplamente divulgados em histórias fictícias pelos quatro cantos do mundo. Meu rapaz, se quisermos realmente destruir esses seres desprezíveis e repugnantes devemos ser mais incisivos em nossas ações.
Não compreendia até onde o astuto médico queria chegar com suas misteriosas explicações:
- Doutor, poderia ser mais claro? 
- Só existem três  formas de acabar com essas criaturas de uma forma definitiva, meu rapaz, se não forem desta forma se corre terríveis riscos. Seriam elas: os raios solares, como lhe havia dito, o fogo ou a decapitação, fora essas possibilidades, jamais  acredite em crenças infundadas de meros leigos que só dizem asneiras.
Diante de contundentes revelações, me senti um pouco mais tranquilo sobre a evidente possibilidade de destruição desses seres maquiavélicos.
A carruagem seguia desfilando pela estrada de terra batida, os cavalos relinchavam alto, devido a grande velocidade que o experiente cocheiro lhes impunha,  continuávamos com nossas conversas sobre vampirismo de uma forma descontraída.
O velho médico era realmente uma agradável companhia e sempre aprendia algo novo diante de  sua encantadora presença, era indubitavelmente, um homem de muita cultura e que merecia todo o meu profundo respeito.
O veículo entrara por uma velha ponte de madeira construída sobre as águas  lodosas de um estreito  riacho, transpassando  velozmente aquele trecho arriscado, nos precipitamos por uma curva íngreme e fechada, o rangido das grandes rodas de maderia no solo duro provocavam barulhos esgarniçados que ecooavam pela mata que nos cercava, até que inesperadamente, surgiu diante de nós o imponente e gigantesco castelo, do Conde Maximilian Rossi, definitivamente, aquela visão monumental  me causou uma enorme  calafrio, doutor Andrei seguia impassível como de costume, sempre que iniciava uma empreitada que lhe  exigia uma maior dedicação, o experiente cientista se tornava um homem totalmente diferente e mergulhava em uma atmosfera taciturna e observadora.
O cocheiro avançou mais alguns metros com os animais e parara junto a um enorme portão de ferro que dava entrada à fabulosa residência.
A seguir, deixamos o veículo e paramos mais à frente, ainda admirados pela pomposa fortaleza, que era magnífica e erguida sobre um colossal bloco de pedra maciça, essa impressionante residência se destacava pelas vastas proporções de sua fachada crivadas de janelas compridas, as duas enormes torres incrivelmentes altas nas extremidades da mansão certamente possuiam mais de cinquenta metros do solo com suas cúpulas pontiagudas e ameaçadoras se assemelhando a cones invertidos.
Uma lua cheia fabulosa despontava preguiçosamente no horizonte, agregando ao cenário,
aspectos ainda mais fascinantes,  seguíamos  vagarosamente rumo  a entrada principal, influenciados pelo forte impacto que todo aquele primeiro contato nos proporcionara. Atravessamos uma estreita passagem pavimentada com grandes blocos de pedras impressionantementes polidas e ornadas com símbolos egipcios em sua face, o jardim à nossa volta era de uma beleza estonteante, com várias espécies de plantas e arbustos totalmente desconhecidos e que exalavam um perfume encantador.
Chegando à porta principal que era constituída de uma madeira negra, em seu centro exibia uma  macabra carranca metálica de onde pendia uma argola, que seria  possivelmente usada pelos visitantes para anunciarem sua chegada.
Nos entreolhávamos de uma forma apreensiva, minutos depois, a assustadora  porta era aberta lentamente, emitindo um brado seco e agonizante.

Vampiros: Sangue & SexoOnde histórias criam vida. Descubra agora