Capítulo 24 - Abstinência.

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Acordei ouvindo os gemidos de Elliot e junto aos gemidos ele estava muito enquieto na cama, quando eu olhei pra ele, eu me assustei por conta do estado que ele se encontrava.

Elliot estava se tremendo todo e suava muito. A primeira coisa que fiz foi tirar as roupas dele mesmo ele recusando a fazer isso mas eu tirei o deixando apenas de cueca. Elliot se agarrou nos lençóis e o rosto dele transpirava muito, eu sabia o que era aquilo , era o efeito da abstinência a falta da droga que ele tomava e o corpo pedia por ela. Eu peguei uma bacia com água e um pano e secava o rosto dele mas não adiantava, ele transpirava mais e mais. Eu passava as mãos em seus cabelos e falava que tudo passaria, mas os efeitos foram piorando, ele começava a reclamar com dores de cabeça e me pedia cansativamente para comprar heroína ou qualquer outra droga pra ele poder voltar ao normal mas eu não queria isso, não queria injetar droga nele, eu recusei e ele se remexia na cama.



Todas as fases ruins da abstinência começaram a tomar o corpo dele, Elliot nesse estante estava vomitando pra fora da cama e eu massageava as costas dele enquanto sentia o cheiro daquilo tudo, ele estava muito mal e eu novamente estava sofrendo por ver ele nessa situação. Aumetei mais a temperatura do aquecedor pra manter o Elliot aquecido mas não  surgia efeito nele, parecia que estávamos no Alaska e por isso ele estava assim, o cobri com minhas duas cobertas mas elas eram finas e não ajudavam tanto, pensei ate em pedir pra ele agarrar em mim por eu estar quente, mas duvido que isso ajudaria.



Passou cinco horas de relógio, isso mesmo, CINCO HORAS de relógio e nada da abstinência ir em embora. O enjôo tinha passado mas a tremedeira dele ainda permanência, ele me chamava e implorava pra eu comprar drogas , até chorar ele chorou mas recusei e liguei para o Bucky pra ver se ele poderia me ajudar com isso, era muito tarde 4 da manhã e mesmo assim ele fez questão de vir. Bucky venho com uma agulha e um pote de remédios, era um sedativo , ele inseriu isso no braço de Elliot e quando ele fez isso o Elliot começou a se acalmar e acabou apagando por conta do sedativo, aliviada eu abracei Bucky e acabei molhando a camiseta dele por causa de minhas lágrimas.



- Ele vai ficar bem, não se preocupe - afogou as mãos dele em meus cabelos - Ele vai demorar pra acordar, mas quando acordar ele estará bem.




- Eu tava tão preocupada com ele que nem pensei em dar sedativo, obrigada Bucky.




- Não precisa agradecer - ele fechou a agulha colocando um protetor e deixou em cima da minha escrivaninha - Era das fortes, ele toma heroína ?.



- Sim e outras drogas também - cobri ele apenas com um lençou - Ele está proibido de usar drogas a partir de hoje.


- Ele deve ter diminuído ou parado de tomar, o corpo não aceita isso já que está acostumado a ser alimentado por drogas, que bom que não foi muito violenta, em alguns casos muitas pessoas morrem por conta da abstinência.



- Mais isso nunca vai acontecer com ele, ele tem a mim agora e vou cuidar dele - tirei o cabelo dele da testa o deixando de lado.



- Ele tem sorte em ter você - sorriu e saiu do quarto e eu fiz o mesmo e sentamos no sofá - Quantas horas durou ?.



- Cinco horas, ficou implorando pra eu dar drogas pra ele.


- Na abstinência isso é bem normal, eu tive duas abstinência e sei como é, que bom que parei com isso - falou suspirando e eu beijei a bochecha dele e ele sorriu.




- Você foi meu herói hoje, principalmente para o Elliot que estava sofrendo muito, nem sei como te agradecer.



- Pode agradecer aceitando em ir no jantar que terá lá em casa no Sábado, quero que conheça meus pais.



- Sério isso ?.


- Sim, eles tem que conhecer logo você pois quero te pedir em namoro então..... - ri e ele também riu - Você aceitar jantar com a gente ? Meus pais são chatos mas vão gostar de você.



- Vou adorar ir nesse jantar - sorri e ele se levantou - Já vai embora ?.



- Já pois daqui a três horas eu vou ter que me arrumar pra ir pro colégio, suponho que você não irá não é ? - concordei me levantando.


- Não vou poder ir, vou cuidar do Elliot e não posso deixar ele sozinho.



- Claro - ele colocou a mão em meu rosto e beijou minha testa - Dormi um pouco pois você precisa linda, depois eu ligo pra você pra perguntar como estão as coisas.



Nos despedimos e Bucky foi embora, eu não tinha dormido pois precisava limpar o meu quarto, passei pano e joguei um produto pra dar uma fragrância que deixou o aroma do meu quarto mais agradável, depois disso eu me deitei ao lado do Elliot novamente.


Foi uma madrugada bem tranquila, Elliot continuava a dormir e eu já estava de pé pois era 10:00 da manhã. Preparei um reforçado café da manhã pra ele. Pão de forma com muito presunto e queijo, leite com uma tigela com cereal e fiz até panquecas pra ele, com a bandeja eu entrei no quarto coloquei o café da manhã dele em cima da escrivaninha, subi na cama e tocando nele o chamei.



- Ei Elliot, acorda - cutuquei a bochecha dele e ele lentamente abriu os olhos - Bom dia.



- Sky...- ele gemeu e segurei a mão dele, ele me olhava com cara de cansaço - Eu sinto muito.... Muito mesmo..




- Fiquei muito assustada ontem, mas eu mantive a calma e pude ajudar você - coloquei a mão dele em meu rosto - Bucky também ajudou, ele que deu sedativo pra você, me perdoe mas não poderia te dar drogas.



- Por isso me sinto tão fraco - ele tentou se levantar pra sentar mas falhou.




- Ainda está com efeito do sedativo, mas logo vai passar e você estará firme e forte, preparei um café bem reforçado pra você, mas como vejo que ainda não está hábito pra comer eu não irei te dar, só quando estiver melhor.




- Você... Você ficou a noite inteira comigo - falou em um sussurro rasteiro mas deu pra ouvir.



- Claro, achou que eu iria deixar você aqui sofrendo ? Não Elliot, não mesmo, somos uma familia agora e familia protege um ao outro - disse sincera a ele que me olhava com um pequeno sorriso nos lábios dele.



- Eu sempre sofri sozinho quando tinha abstinência..... Ninguém nunca ficou do meu lado...era só eu...Sky....- ele segurou minha mão com dificuldades e repousou ela sobre o peito dele, os batimentos dele estavam fortes - É bom estar  vivo por você... Apenas você.



- Me promete uma coisa Elliot ? Não use mais drogas ok ? - beijei o rosto dele e coloquei meu rosto na curva do pescoço dele.




- Eu prometo...por você eu faço qualquer coisa - ele suspirou e fechou os olhos, olhei pra ele e vi que ele retornou a dormir.



Eu me levantei da cama e peguei a bandeja e sai do quarto e coloquei um pano de prato por cima pra cobrir. Retirei o celular que eu comprei pro Elliot da tomada pois já estava com a carga de 100%, eu salvei meu número nos contatos dele e passei o número dele pra mim e feito isso devolvi para dentro da caixa.

As 11:00 o técnico da empresa que contratei a internet tinha aparecido. Ele colocou WiFi em meu apartamento e plugou o fio do WiFi do aparelho em minha TV e quando ele foi embora eu já conectei a rede em meu celular e TV conectando a Netflix que eu estava doida pra colocar minhas séries em dia. Recebi ligações do Bucky e também da Alexa que tinha me contado as fofocas do colégio, eu também aproveitei e pedi desculpas pra ela por ter mandado ela se foder no parque e ela aceitou na boa. Tudo estava resolvido e sentia que hoje, dessa vez, Elliot me contaria sobre a vida dele.

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