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1 MÊS DEPOIS

A minha vida está literalmente uma bagunça. O Renato conseguiu o que ele queria, meu padrinho está igual ao meu pai, o tempo todo no meu pé, querendo saber tudo o que eu faço e com quem faço. Não consigo ver o Wesley em paz, e odeio viver na mentira. Não estamos juntos, estamos tentando construir a nossa história, eu tô tentando confiar nele, mas como a Talia sempre diz: você é uma pessoa muito difícil.

Estou pensando em abrir mão da vida de cidade grande e voltar pro meu interior. Edna e eu temos conversado muito sobre isso, ela também pensa muito nessa questão. As crianças merecem crescer em um lugar com mais paz, curtir um pouco mais a infância deles.

(...)

Saí de casa cedo, e quis dar uma volta na praia sozinha, eu mereço um tempo pra mim. Estacionei o carro na orla, guardei a chave do carro no quiosque e fui dar um mergulho. Renovar as minhas energias.

(...)

Passei o dia todo na praia, comi qualquer coisinha por lá mesmo e agora estou indo pra casa. Pensei em passar no shopping, comprar umas coisinhas pras crianças e pra mim também. Na volta pra casa, eu estava com uma dor no coração sabe? Uma vontade de chorar, parecia que algo ruim estava pra acontecer.

Faltava muito pouco pra chegar em casa, e eu estava passando por um cruzamento, quando um carro avançou o sinal vermelho e bateu em cheio no meu carro.

(...)

Ainda não consigo assimilar o que aconteceu comigo. Fiquei alguns dias em observação no hospital, mas nada de muito grave. Sinto umas dores fortes na cabeça, mas o médico diz que é por conta do impacto, logo isso passa.
Estou trabalhando menos, tenho ficado mais tempo em casa com as crianças, dona Flora e Maria. A Edna tem resolvido as coisas e tem cuidado tão bem de mim, ela tem sido aquele presente de Deus, sabe? A pessoa certa, no momento certo.

Hoje eu acordei um pouco indisposta, com muitas dores e não fui trabalhar. Ajudei a Maria com o almoço e agora estou aqui na sala, brincando com os meus irmãos. Acho que eu nunca disse o quanto sou apaixonada por eles, né? Nossa! Essas crianças são o meu mundo, faço qualquer coisa por eles.

Tem um tempinho que não vejo o Wesley, resolvemos evitar o contato, pra ser melhor pra mim e pra ele. Eu não me sentiria nada bem se algo acontecesse com ele, e acho que ele não se sentiria também caso algo acontecesse comigo. E como o meu dindo não sai do meu pé graças ao filho da puta do Renato, é melhor a gente se prevenir.

Ouvi meu celular tocando e levantei para pegá-lo, era a Talia.

-LIGAÇÃO-
Talia: Fala, minha preta. Como você está hoje?
Malu: Oi, nega. Tô bem e você?
Talia: Tô bem. Vai sair hoje?
Malu: Você sabe que eu não saio, né?
Talia: Esqueci disso. – riu – Vou passar aí mais tarde, então. Preciso te entregar uma coisa.
Malu: Tá bom, vem sim. Estou com saudades.
Talia: Até mais tarde. Te amo!
Malu: Te amo também. Beijo.
-FIM DA LIGAÇÃO-

Eu sou muito curiosa, já estava me mordendo pra saber o que ela ia me entregar, também estava doida pra saber notícias do Wesley, já que era só assim que eu sabia dele. A Talia tem sido o nosso pombo correio.

VAMOS FUGIR!Onde histórias criam vida. Descubra agora