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Felipe: O que foi?

Malu: Nada.

Felipe: Vai mentir pra mim? Eu te conheço.

Malu: Não foi nada, Felipe. Quer levar as coisas lá em cima? Pode ir. – dei licença pra ele e fiquei olhando pro lado de fora, na esperança do Wesley aparecer e chorei de novo. Logo o Felipe desceu, se despediu e eu fechei a casa. Pedi pra Fátima dar janta pras crianças, pois eu estava sem condições, e subi pro meu quarto.

Peguei o celular e escrevi várias mensagens pro Wesley, mas não as enviei. Que merda! Eu não consigo amadurecer, sempre deixo o meu orgulho em primeiro lugar e isso me atrapalha demais. Acabei cochilando lá no quarto e acordei com as crianças entrando.

Junior: Mãe, tia Fátima mandou pra senhora.

Marina: Tá muito gostoso, mãe. Come. – eles sentaram na cama comigo. Mexi um pouco na comida, a Fátima veio se despedir, agradeci a ela, e fiquei lá. Desci pra levar as coisas, enquanto eles escovavam os dentes. Voltei, escovei os meus, arrumei-os na cama e deitei também.

Marina: Mãe, cadê o pai? O Ju falou que ele disse que ia embora. – disse com a voz triste.

Junior: Ele disse mesmo.

Malu: Ele foi pra casa da Vó Célia.

Junior: Mas ele disse que não vai voltar, mãe. Ele disse. – abracei os dois.

Malu: Vai sim, logo, logo ele tá aqui. – falei e ficamos aninhados na cama até eles dormirem.

Rolei de um lado pro outro e nada. Peguei o celular, e liguei pra ele, chamou até cair. Tentei mais algumas vezes e nada. Levantei, andei pela casa, e tudo ali me lembrava ele. Não sei quem faz mais merda, se sou eu, ou ele. Duas crianças, cuidando de duas crianças e esperando mais uma.

Acabei cochilando na sala mesmo, toda torta e só acordei porque ouvi a Fátima chegando cedinho. Ela me olhou, foi pertinho de mim no sofá e me deu um abraço tão gostoso, e mais uma vez, chorei. Peguei o celular e tentei ligar de novo pro Wesley, deu desligado logo de cara. Eu já estava nervosa e sem saber o que fazer.

Fiz minha rotina matinal, e quando estava saindo pra trabalhar a Edna chegou, falou pras crianças se arrumarem que ela iria levá-los para passear. Enquanto a Fátima e eles se arrumavam, eu fui comer qualquer coisa na cozinha.

Edna: Filha, o que tá acontecendo?

Malu: Wesley foi embora e eu não consigo falar com ele.

Edna: Foi embora por quê? Você contou do neném?

Malu: Não tive tempo. Eu ia contar quando voltássemos do trabalho, mas ele já tinha ido. – respirei fundo. – E agora, eu mando mensagens que não chegam, ligo e não chama.

Edna: Calma. Você falou com a Talia? Ou com aquela outra moça que mora lá perto da avó dele?

Malu: Ainda não, mas na outra loja ver a Talia e falar com ela, se ela não souber de nada, eu mando mensagem pra Eliza.

Edna: Isso, se não conseguir. Você desce e vai ver como as coisas estão. – assenti e ela saiu da cozinha. Terminei de comer, as crianças passaram pra se despedir de mim, dei uns recados pra Fátima e saí pra loja.

Malu: Amiga, mas ele saiu ontem. Sua avó não disse nada?

Talia: Não, mas vou ligar pra minha mãe. – pegou o telefone e eu fiquei rodando de um lado pro outro na loja, aproveitei pra ver algumas coisas lá. Porque desde que eu deixei essa filial nas mãos da Talia, eu nem venho muito aqui, só em caso de necessidade extrema.

Talia: Amiga, o carro tá lá. Ela disse que ele foi rapidinho e saiu.

Malu: Ai cara. Que saco! – enquanto estávamos lá mandei mensagem pra Eliza, mas também não deu entregue.

Malu: Amiga, eu vou lá. A Edna vai ficar com as crianças e eu vou com a roupa do corpo, se eu precisar de alguma, eu ligo.

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