Malu: Tenho nada pra conversar com ninguém aqui, gente. - dei de ombros e continuei a comer.
Talia saiu mesmo assim e deixou nós dois sentados lá fora. Eu fiquei quietinha, como se ele nem estivesse ali.
Wesley: Se eu te pedir desculpas, você não vai aceitar. Eu sei que to errado, mas não consigo me controlar quando vejo algum homem dando em cima de tu. - esperou que eu respondesse algo, mas como não fiz, continuou a falar. - Olha pra mim, Maria Luiza. Eu tô admitindo meu erro, cara.
Malu: Tá. Parabéns por admitir seu erro, pedir desculpas e não mudar o comportamento. Onde você tava?
Wesley: Fui resolver um negócio com o Queiroz, po. Serviço que só nós dois podia fazer.
Malu: Ah é? E a história de que você tinha mudado, saído, melhorado? Tudo mentira, né?
Wesley: Claro que não, po. Tu sabe que não. Reconhece a minha melhora, cara. Eu não consigo dizer não pra ele, o cara sempre me fortaleceu. Preta, colfoi.
Malu: Não adianta me chamar de preta, não vou te perdoar. Você, além de não curtir o baile comigo, estragou a minha noite porque tua ex falou alguma coisa. Atitude de moleque, Wesley. Por isso que eu nunca te dei uma chance, porque eu sabia que ia ser assim. Você não vai mudar, NUNCA. - tomei um gole do refri. - Você não consegue. Só hoje, você bateu em duas pessoas, cara.
Wesley: A lei aqui é essa. E eu não vou passar de otario na minha área não. Nem em nenhum outro lugar, po. - levantou e foi pro portão.
Continuei sentada na cadeira, e até botei outra na frente pra esticar as pernas.
Wesley: Preta, me perdoa. Fui fraco, fui um merda. Eu quero ser alguém melhor pra você, pro Júnior, pra Marina. - ele voltou e agachou do meu lado.
Malu: Você tem que ser melhor por você, cara. E nem isso você consegue. Já te perdoei, fica tranquilo. Mas isso não quer dizer nada. - levantei, peguei as coisas, fui pra cozinha e lavei tudo.
Subi pro quarto pra deitar e o Wesley já tinha feito a cama dele no chão. Isso aí, tá errado, tá errado. Deitei com o Junior, arrumei a coberta dele e dormi.
(...)
Acordei e logo liguei pra Marina. A saudade do meu bebê já estava me matando, conversamos um pouco ela disse que queria vir embora logo. Falei com o Felipe e ele ficou cheio de ideia, muito chato. Mas pelo menos, entrei num acordo que ele ia trazê-la na terça. Sem mais!
Junior acordou pouco depois de mim, me deu um beijo gostoso e ligou a televisão pra ver desenho. Nunca vi, gosta muito.
Levantei e o Wesley já tinha arrumado as coisas, até estranhei, ele nunca acorda cedo, ainda mais depois de ontem.
WESLEY
Pensa num filha da puta que só faz merda, eu mermo. Bagulho tá do jeito que eu sempre quis e eu cago tudo. Todo errado sempre.
Fiquei pensando em tudo que a Maria Luiza me disse ontem, viajo muito, não tem nem como defender.
To errado porque fui com o Queiroz resolver a parada e to errado porque dei ideia pra filha da puta da Isabella. Eu não consigo pensar em outro homem chegando perto da Malu, po. Monta um bicho em mim que é foda.
Sei que ela vai ficar puta por um bom tempo, e eu vou sofrer pra caralho com as consequências. E sem reclamar, não tem jeito.
Acordei meio bolado, aliás, nem dormi direito, só aqueles cochilos mesmo. Levantei, arrumei as coisas e vou na venda comprar umas paradas p agitar um almoço e fazer um café pra eles.
(...)
Junior: Mas, mãe... É só um pouquinho.
Malu: Filho, você acabou de acordar, vamos comer alguma coisa e depois eu penso se pode. Vai brincar um pouco lá fora, ver o dia. - eles conversavam quando eu entrei no quarto.
Wesley: Trouxe café da manhã pra vocês. - botei a bandeja na cama e o Junior logo atacou. Sentei do outro lado e ela nem se mexeu.
Junior: Pai, minha mãe não quer deixar eu jogar. Fala pra ela deixar.
Wesley: Molecão, é ela que manda. A gente só obedece. - ela me olhou e revirou os olhos.
Agora eu to fodido, ficar nesse clima até sei lá quando, porque eu sou um burro. Era tudo que eu queria, aquele filho da puta enchendo o saco dela, querendo voltar e eu fazendo merda.
Junior: Come, mãe.
Malu: Tô sem fome, filho. - ela levantou e foi na mala.
Junior: Mas você disse que tava.
Malu: Passou! - ela pegou as coisas dela e saiu do quarto. Levantei e fui atrás dela.
Wesley: Cara, vai ficar assim mesmo? - eu consegui ficar na frente da porta.
Malu: Deixa eu fazer minhas coisas.
Wesley: Na moral, Maria Luiza. Eu te amo.
Malu: Sai da minha frente, porra. Chatão! - ela tentava me empurrar.
Wesley: Me dá um beijo aqui. - ela me deu um selinho.
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VAMOS FUGIR!
Non-Fiction{2016} FINALIZADA! O que é seu, sempre vai ser seu, não importa quantas voltas o mude dê. Se é teu por direito, volta pro lugar. Depois de perder sua mãe, Maria Luiza precisa morar com o seu pai em um lugar novo, no meio disso tudo, conhece o amor d...