Cheguei em casa super irritada, eu só conseguia pensar em como o Renato era escroto em se dar o trabalho de subir a serra pra me irritar.
Chegando no meu portão, vi que o carro do meu padrinho estava estacionado na calçada, e o carro do Felipe também. Botei o meu na garagem e entrei em casa.
Escutei algumas vozes na área da churrasqueira e fui ver. Cheguei perto e lá estavam, meu padrinho, meu primo, Renato, Felipe, Edna, as crianças e a mulher do meu padrinho. Dei um boa tarde geral e entrei pra casa, indo direto pro meu quarto.
O que será que fiz pra merecer?
Me joguei na cama de qualquer jeito e fechei os olhos. Minha vontade era arrumar as coisas e sumir no mundo.
Alguém bateu em minha porta e eu mandei entrar. Nem me mexi, continuei com a cabeça enfiada no travesseiro.
Edna: Filha.
Malu: Hm?
Edna: Eu não sei o que fazer, seu padrinho avisou que vinha, mas não me disse que traria o Renato. O Felipe chegou aqui há pouco tempo, querendo falar contigo.
Malu: Uhum.
Edna: Filha, vira aqui pra mim. - ela disse, sentando-se na cama e fazendo um carinho na minha perna.
Malu: Fala. - eu virei pra ela.
Edna: O pior é que você não sabe, ele querem passar o final de semana aqui.
Malu: Puta que pariu. Eu me recuso!
Edna: Filha... - ela ia dizer e eu a interrompi.
Malu: Não da. Não consigo. Eu não fico nessa casa com o Renato, se eles quiserem que vão pra um hotel.
Fomos interrompidas pelo Felipe, que veio me procurar. A Edna nos deu licença e ele se sentou na minha cama.
Felipe: Sem rodeios, eu vim conversar com você pra nos ajeitarmos, porque eu não aguentava mais ficar sem você, sem os seus carinhos. Mas aí, eu chego aqui e seu ex está sentado com o seu padrinho na churrasqueira, falando sobre você, como se fossem íntimos. Você brigou comigo por isso? Você não foi atrás de mim por que sabia que ele vinha pra cá?
Malu: Felipe... - eu disse incrédula. Como ele poderia pensar isso sobre mim? Ou sobre essa situação?
Felipe: Felipe não, Maria Luiza. Você quis me enganar? Pode falar. Eu aguento! E outra, fui obrigado a ouvir que você foi mulher de traficante, que se não fosse por ele, você estaria no morro sendo mulher de bandido. Ele mentiu? Não mentiu. - ele só falava e eu escutava, sem reação. Eu não imaginei que o Felipe fosse agir assim nunca.
Malu: Olha, Felipe. Eu sou muito sincera com você, sempre fui. Tive um caso com um cara envolvido sim. E eu nem sei o que o Renato tá fazendo aqui, ele me traiu, teve filho com uma das minhas melhores amigas. Você acha mesmo que eu queria ficar com ele depois disso? Você acha que eu sou o quê?
Felipe: Maria, eu não acho nada. Eu acho que eu estou terminando com você e nada que você me fale vai me fazer mudar de ideia. Vou levar minhas coisas e deixo as suas na loja.
Eu fiquei sem acreditar, o Felipe estava tão sereno, sabe? Parecia muito certo do que ele queria. Eu que não ia ficar tentando explicar a ele, algo que eu ele não queria entender.
Ele arrumou as coisas e saiu do quarto. Assim que ele saiu, eu me acabei em lágrimas. Até que o Victor e o Marcelo apareçam lá no quarto, fiquei agarradinha com os meus bebês até o coração se acalmar. Acho que não existe remédio melhor do que eles na minha vida.
Tomei um banho, dei banho neles, descemos pra jantar e eu fiz questão de levá-los pra jantar comigo no meu quarto, pois me recusava a dividir o mesmo espaço que aquelas pessoas. Ficamos juntinhos o resto da noite e acabamos dormindo por lá mesmo.
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VAMOS FUGIR!
Non-Fiction{2016} FINALIZADA! O que é seu, sempre vai ser seu, não importa quantas voltas o mude dê. Se é teu por direito, volta pro lugar. Depois de perder sua mãe, Maria Luiza precisa morar com o seu pai em um lugar novo, no meio disso tudo, conhece o amor d...