Ficamos nesse clima feioso o dia todo, não teve jeito. Todo mundo percebeu e como sempre, eu fiquei como errado.
Minha avó cismou que quer ir no pagode hoje, mas já tava tudo combinado de irmos embora porque amanhã geral trabalha.
Vó Célia: Compra mais cerveja! Amanhã vocês vão cedo, da tempo. Ouçam o pedido da avó de vocês, pode ser que não tenha mais outra chance.
Wesley: Ih vó, perde a linha não.
Talia: Só sabe falar merda. As crianças vai ficar aonde?
Tia Janaína: Comigo, eu não vou. Esqueceu que sua mãe agora é da igreja?
Talia: Amém, irmã.
Malu: E comigo.
Vó Célia: Com você nada, Malu. Você vai com a sua vó sambar sim.
Só minha avó mesmo pra convencer, porque se não fosse ela, ninguém mais convenceria. Nem Marina, nem Junior.
(...)
A praça era perto de casa, então fomos andando. Maria Luiza até quando não queria se arrumar, ficava linda. Como consegue?
Dei a mão pra ela quando estávamos chegando no pagode e ela não soltou. Ponto pra mim!
Já cheguei pedindo uma mesa e dois baldes, o grupo ainda não tinha chegado, mas tava rolando uma música ambiente, esses sucessos de agora.
Tava todo mundo bebendo, menos a Malu. Ofereci do meu copo pra ela e ela só balançou a cabeça que não. Estávamos em pé, demos as cadeiras pro pessoal mais velho. Ela estava na minha frente e eu com a mão na cintura dela.
A praça começou a encher e até o DG apareceu no pagode. Queiroz e Eliza chegaram e desce mais balde pra nós. Só não posso beber muito, porque amanhã tenho chão pra voltar pra casa.
Eliza: Ta olhando o quê, porra? Quer tomar outra coça que nem a de ontem. Mentirosa do caralho. - ela falava pra alguém. Segui o olhar e era a Isabelle, mó marca no rosto, andando até devagar. Mas depois que a Eliza falou, ela sumiu na neblina.
O pagode começou pegado, aquele clima gostosinho de lei. Dei um migué pra comprar a água da Malu e passei pelo vocalista que era nosso conhecido e fiz um pedido. Voltei como se nada tivesse acontecido, e continuei abraçado na cintura dela. A gente não tava trocando mais que 5 palavras por frase, ela tava sequinha mermo.
Paquinha: Agora vou cantar essa a pedido do meu irmão, em homenagem a mulher da vida dele, Maria Luiza. - ela me olhou e balançou a cabeça em negação. - Alô, WL, meu parceiro.
Malu: Você viaja, Wesley.
Wesley/Paquinha: Amor, senta aqui no meu colo, dessa vez eu imploro, eu imploro... - eu cantava no ouvido dela, enquanto o grupo cantava lá. - Amor, faz as pazes comigo, nosso amor é tão lindo, é tão lindo. - dei uns beijos no pescoço dela e ela se virou pra mim.
Malu: A gente precisa conversar muito, não pensa que tá tudo bem. - me deu um beijo gostoso e ficou um tempo abraçada comigo.
(...)
Depois do pagode, o funk começou, minhas tias, minhas primas, até minha avó dançando, ri muito eles se amarram.
Tocou a minha música e da Malu, e ela logo me olhou.
Wesley: Te liguei, você não atendeu. Até entendo, vacilei contigo, o ser humano erra, isso eu tô ligado, mas sem necessidade não falar comigo.
Malu: Qual foi da tua? Atende logo, eu tô ficando maluco. Eu sou teu homem, tu é minha mina, é só nós dois no mundo. - fez sinal que éramos 4, rindo. - Se decide lá ou cá, desse jeito não dá. Desembucha, fala tu, não começa a chorar.
Wesley: Sei que errei, você tá puta, eu te peço desculpas, só que de cara emburrada vai dar em porra nenhuma. Infelizmente, tu tá triste, isso eu posso dizer, não vou te abandonar, pois eu quero você.
Malu/Wesley: Então, vamos fugir, é você que eu quero pra mim. Ter família e um lar feliz, dia e noite te vendo sorrir. E é só dizer que sim, ficar juntos até depois do fim, teu abraço, teu cheiro e carinho. - segurei no rosto dela, olhei nos olhos e dei um beijo. Eu amo essa mulher, mermão. Não tem jeito.
(...)
Começou um porradeiro de mulher no meio da praça, Queiroz foi ver e eu por instinto dei dois passos pra ir, mas voltei e a Malu já tava me olhando.
Wesley: Foi mal.
Ficamos mais um pouco, mas minha avó pediu pra ir embora. Formamos o bloco e voltamos pra casa.
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VAMOS FUGIR!
Non-Fiction{2016} FINALIZADA! O que é seu, sempre vai ser seu, não importa quantas voltas o mude dê. Se é teu por direito, volta pro lugar. Depois de perder sua mãe, Maria Luiza precisa morar com o seu pai em um lugar novo, no meio disso tudo, conhece o amor d...