DIAS DEPOIS!
FELIPEÉ hoje o grande dia, eu não consigo acreditar. Já me arrumei umas dez vezes. Será que eu to nervoso? Tô nada.
Meus pais estão aqui comigo, tentando me acalmar, mas olha... Achei que fosse difícil só pra mulher, risos.
Escolhemos casar em uma fazenda na cidade ao lado, bem afastada, lugar lindo. A cerimônia vai ser bem rápida, chamamos a juíza de pais e deu tudo certo. Teremos cada um, um par de padrinhos.
A Maria não me contou quem escolheu pra levá-la até o altar, mas já adiantou que vai surpreender grande parte da família dela. Essa mulher adora um negócio desses.
O padrinho dele não deve vir, ele ligou pra Edna dizendo que a Maria tinha feito uma coisa muito ridícula com ele, que não esperava isso dela, etc e tal. Eu não passei isso pra ela, porque do jeito que ela é, ia querer rodar a baiana com ele. Mulher braba da porra, rapaz.
(...)
Tá na hora! Eu estou aqui, com a mão suada e as pernas tremendo. Muito doido todo mundo aqui, me olhando. E se ela não vier? E se ela desistir? Ah, vai desistir não. Já to pensando nela com aquela barriguinha linda vindo ali.
Escutei de longe alguém dizer que ela chegou. Bom, ela não desistiu, menos mal. Ri sozinho. A música tocou, e ela veio.
Impecável. Como é possível uma mulher ficar mais bonita do que já é? Não tem como. Ela foi além dos limites. E conseguiu fazer um vestido que marcasse sim a barriga, que mostrasse que a nossa Marina tá ali.
E quem ela escolheu pra acompanhá-la? O tio Roberto, irmão da mãe dela. Emocionante! Sabem por quê? Ele era usuário de drogas e alcoólatra. Por muito custo, conseguiu se recuperar. Passou por poucas e boas, já apanhou na rua, ficou jogado por lá e a Malu, foi a única que se dispôs a ir buscá-lo, tentar ajudar. Ninguém mais via jeito nele, e a Malu insistiu. Até porque, apesar dele ter uma filha, ele ajudou a dona Márcia a criá-la, foi o pai da Malu, na ausência do Pedro.
Em todas as vezes que ela falava do Roberto pra mim, ela chorava. E como eu nunca pensei nisso? Inclusive, ela se recusou a ir ao casamento da prima, porque ela não convidou o pai, mesmo depois de tudo que ele fez por ela. Essa Malu, ô bichinho, cara.
A cada passo que ela dava, eu ficava mais nervoso, achava que meu coração fosse sair pela boca. Ela chorava lá e eu chorava aqui. Era muita emoção pra uma ocasião só. Como eu posso ser tão apaixonado?
(...)
O nosso casamento foi lindo, nossa festa mais ainda. Fiquei com pena da Malu, por não poder curtir tudo, pois seus pés já estavam inchados, e a coluna doendo.
Combinamos que a nossa lua-de-mel seria depois, quando a Marina nascesse, viajaríamos os três e quem sabe, faríamos mais um bebê, né? Risos.
Deitei pra dormir depois de fazer um amor gostoso, com calma né, e com, agora, a minha mulher. Mãe dos meus filhos. Eu não podia estar melhor.
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VAMOS FUGIR!
Non-Fiction{2016} FINALIZADA! O que é seu, sempre vai ser seu, não importa quantas voltas o mude dê. Se é teu por direito, volta pro lugar. Depois de perder sua mãe, Maria Luiza precisa morar com o seu pai em um lugar novo, no meio disso tudo, conhece o amor d...