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Cheguei em casa, estacionei o carro na garagem, e a bonita já saiu correndo procurando o bonito do Wesley, que é claro, não estava em casa. Peguei minha bolsa, a mochila dela e as sacolas que o Felipe tinha deixado no carro.

Malu: Oi meu bem. – disse pra Fátima enquanto ela vinha me ajudar.

Marina: Viu, mãe?! Eu disse que meu pai não tava aqui. O Ju disse que ele saiu pra balada. – ela disse correndo em minha direção. – Você acha que eu minto só porque sou criança. – estava emburradíssima.

Malu: Marina, sobe pra tomar banho. – fingi não dar importância pro que ela tinha dito.
Dispensei a Fátima e fui ver o Junior no quarto dele, estava jogando videogame concentradíssimo. Dei um beijo na testa dele, ele virou pra mim e sorriu. Como ele não jogava videogame há um tempinho, deixei quieto. Fui pro meu quarto, tomei banho e troquei a roupa. Escutei ele e Marina no quarto dele, e percebi que ele a ensinava a jogar. O amor desses dois é a coisa mais linda do mundo, cara. Fui até a porta e fiquei olhando, sou muito apaixonada pelas minhas crias.

Malu: O que vocês querem jantar hoje? – encostei-me à porta.

Marina/Junior: Pizza! – responderam juntos.

Malu: Mamãe pode ficar aqui com vocês?

Junior: Pode, mãe. Quando a Nina perder, você joga.

Marina: Eu não vou perder. – ela disse rindo.

Sentei na cama com eles, e pedi três pizzas pelo aplicativo. Aproveitei o embalo e fiquei olhando as coisas no Whats. Eis que, o Wesley posta um status, coisa que ele nunca faz, olhei e saí. Meus dedos coçaram pra mandar mensagem pra ele, mas meu orgulho logo se incumbiu de fazer o papel dele e não deixou.

(...)

A pizza chegou, comemos, enchemos o rabinho de refrigerante e não sei como, mas ficamos todos juntos na cama do Junior, vendo um filme muito chato de desenho, mas que eles amavam.

Já passava de 00h e eu levantei devagar da cama, ajeitei as crianças na cama e deixei lá, porque estava sem condições de levar a Marina pro quarto dela. Desliguei tudo e deixei só a luz do abajur ligada. Juntei as coisas e desci pra cozinha, guardei o resto do refri e joguei as embalagens fora. Fui até a área de serviço e escutei o portão da garagem abrir, respirei fundo e voltei à cozinha, terminar de lavar as coisas. Ouvi uma barulhada na porta, parecia que a casa ia cair, fui até o meio do corredor olhar e era o Wesley, mais bêbado que os tios do calçadão do Viô.

Wesley: Oi meu amor. – disse com a voz arrastada.

Malu: Amor de quem? – disse voltando pra cozinha.

Wesley: Deve ser do Felipe, aquele mandado do caralho. – ele falou mais alto.

Malu: Talvez seja.

Wesley: Como é que é? – ele gritou entrando na cozinha.

Malu: Fala baixo, aqui não é a casa das tuas putas não. – disse sem me exaltar. – As crianças estão dormindo.

Wesley: Tu quer terminar, Maria Luiza? Então termina, pô. – ele abriu a geladeira, pegou uma garrafa d'água e bebeu no gargalo.

Malu: Você quer motivo, cara? Tá doido pra sair correndo atrás dessas tuas piranhas. Arruma as coisas e vai. SOME! – fiquei tonta quando falei mais alto e segurei na pia. Meu estômago embrulhou, ficou tudo preto e eu respirei fundo. Tentando me acalmar.

Wesley: Vou sumir mermo, po. Melhor forma!

Malu: Caguei, Wesley. – dei uma melhorada e saí andando pro quarto. Ele veio atrás de mim falando umas coisas que eu não sabia, e eu deixei. Entrei pro banheiro e passei mal de novo. Depois de escovar os dentes, e tomar outro banho. Lembrei dos meus exames que havia esquecido no carro. Voltei pro quarto e o Wesley estava deitado com a roupa do corpo, roncando até.

Respirei fundo pra não dar um socão na cara dele e fui pro quarto da Marina, ajeitei as coisas e dormi por lá mesmo.

VAMOS FUGIR!Onde histórias criam vida. Descubra agora