FELIPE
Pelo desespero da Malu no telefone, eu nem respondi a mensagem, já fui logo pra casa dela.
Cheguei, falei com a Fátima e ela me disse que ela estava no quarto, com as crianças, cheguei devagar, e pude escutar o Junior e a Marina chorando e falando algumas coisas. Fiquei receoso de bater, mas eu estava realmente preocupado.
Bati e ela me mandou entrar. Ver aquela cena, acabou comigo, de verdade. Sou testemunha do quanto a Maria Luiza batalha pelas pessoas que ama, eu a admiro muito, independente de qualquer que seja a nossa situação.
Eu jamais iria a desamparar, ela é uma mulher incrível e não merece estar assim, de forma alguma.
Felipe: Posso entrar? - disse ao abrir a porta.
Malu: Entra, entra sim. - ela levantou vindo até mim e me abraçou. - Obrigada por vir até aqui.
Felipe: Que isso, Malu, não precisa agradecer. - abracei forte. - O que aconteceu?
Malu: Meus amores, a mamãe precisa que vocês desçam pra ficar lá com q tia Fátima, tá bem? - eles assentiram, e a Marina veio pro meu lado.
Agachei para ficar do seu tamanho, sequei as lágrimas dela, abracei forte e dei um beijo demorado em sua testa.
Felipe: Eu te amo.
Marina: Eu também te amo, pai. Eu amo ter dois pais. - me abraçou e me deu um beijo na bochecha.
Marina me explicou toda a história, e eu fiquei um pouco em dúvida. Meu lado egoísta gritou, fiquei pensando se deveria ou não. Ela chorava incessantemente e aquilo cortava o meu coração.
Felipe: Vou ajudar vocês, Malu. Vou fazer o que eu puder e não puder pra te ver melhor.
Malu: Felipe, eu nem sei como te agradecer por isso, de verdade.
Felipe: Fica tranquila, que vai dar tudo certo. Como ele não tem passagem, as coisas são bem mais fáceis, a gente só vai depender do sistema pra marcar o julgamento e dar andamento ao processo.
Ficamos conversando mais um pouco, e eu vim pro hotel. Cheguei aqui mal, mas pensa num cara satisfeito em ter visto a própria evolução assim, nitidamente?
Cancelei meu voo, mandei mensagens pra minha mãe avisando e liguei pra Catarina. Não disse o motivo, mas disse que voltaria antes do Natal e que tinha arrumado um trabalho que eu não poderia recusar.
Catarina estava grávida de 5 meses, então pensa na sensibilidade né? Ficou um pouco chateada, mas entendeu.
As pessoas me julgam, porque sabem que eu amo a Maria Luiza e vivo com a Catarina. Mas eu também gosto dela, eu sei que ela pode me fazer feliz e me esforço pra fazer isso por ela também. A Malu, eu amo e faria exatamente qualquer coisa pra vê-la feliz, mesmo sabendo que não temos chance alguma de voltar. Porque assim como eu a amo, ela ama outra pessoa.
Vê-la da forma que vi hoje, foi pesado. Eu deixei meu lado egocêntrico e vivi meu lado homem e profissional.
Já vou descer hoje de uma vez, pra começar a adiantar as coisas dele, o quanto antes, melhor. Queria conseguir que ele saísse antes do Natal, mas vai ser um pouco difícil, aqui as coisas são um pouco mais difíceis, mais demoradas.

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VAMOS FUGIR!
Non-Fiction{2016} FINALIZADA! O que é seu, sempre vai ser seu, não importa quantas voltas o mude dê. Se é teu por direito, volta pro lugar. Depois de perder sua mãe, Maria Luiza precisa morar com o seu pai em um lugar novo, no meio disso tudo, conhece o amor d...