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MARIA LUIZA

Acordei ressaqueada, minha cabeça parecia mais pesada que meu corpo. Puta que pariu! Levantei e fui direto pro banheiro, chamei o dedo na garganta, tomei outro banho gelado e fiquei nova. Voltei pra sala como se não tivesse nem saído com as meninas na noite anterior. Joana estava morta, parecia que tinha sido atropelada e a Talia, um pouco menos estragada.

Sentei no colchão e ficamos conversando por um tempo.

Talia: Amiga, o Wesley quer ser número. Posso dar?
Joana: Menina, claro que dá, né. Isso é pergunta que se faça? Ela ficou amarradona, não sei como não deu ontem. – Rimos todas e eu revirei os olhos pra ela.
Talia: Porra, Joana, estamos falando da Malu, não de você. – ela gargalhou.

Meu telefone vibrou.

WHATSAPP 📱

-+55 (21) 97935-xxxx-
B dia, po.
Malu: Bom dia!
Ta afim de dar um role hj?
Malu: Sei lá.
Dá o papo. Tamo queimando uma carne aqui num parceiro. Brota.
Malu: Vou ver com as meninas.
Safo. Brota c a tropa. Bj

-FIM DA CONVERSA-

Fiquei pensando na proposta do Wesley e falei com as meninas. Antes que eu terminasse de falar, elas já tinham topado.

Como eu já tinha tomado banho, só procurei uma roupa na minha mochila e me arrumei. Eu estava quase pronta, quando a Talia veio pro meu lado.

Talia: Amiga, o churrasco é lá no morro.
Malu: Ué, e o que que tem?
Talia: Teu pai é cheio de amigo policial, cara.
Malu: Mas eu não sou e ninguém precisa saber disso, né?
Talia: É, bem pensado. Tudo bem, vamos.

Eu sabia que a família da Talia era de lá, mas isso nunca tinha sido problema pra mim. Mas, por eu ser "da roça" e filha de médico, elas achavam que eu ia achar ruim.

Terminamos de nos arrumar e partimos. O uber deixou a gente na entrada de um beco, e de lá até a casa, fomos de moto táxi.

Chegamos e o Wesley já veio nos recepcionar. Sem camisa, com um rádio na cintura, e um copão de whisky na mão. Nem parecia o cara todo arrumadinho que conheci ontem, me cumprimentou com um selinho e eu não tive reação.

Subimos pra um puta terraço, com direito a hidro, uma caixa d'água imensa, lotada de cerveja e muita carne na brasa. Recebi vários olhares tortos e fiquei um pouco acanhada, tinha muita mulher naquele lugar. Wesley me apresentou pros caras de lá, não entendi se ele disse que eu era namorada ou algo do gênero, o som tava muito alto.

Talia e Joana se envolveram fácil, pareciam pinto no lixo. Eu fiquei de boa, até porque fiquei com medo dos olhares que recebi, e o Wesley parecia meu segurança, mas pelo menos não me deixava com fome e nem com sede.

Começou uma gritaria, geral correndo, não dava pra entender nada.

Wesley: Fica aqui. Não sai. – ele saiu e fez sinal pra Talia e Joana também ficarem comigo.

Todo mundo descendo pra rua, e a gente ficou lá de cima. Deu pra ver que tinham duas mulheres emboladas no chão, numa porradaria só. Ouvi alguém dar um tiro pra cima, e logo a galera de espalhou.
Eu e as meninas continuamos lá, alguns dos caras voltaram. E a gente ficou lá trocando ideia, um deles conhecia a Talia desde criança, e o outro também era primo dela, irmão do Wesley. Não sei o nome, as pessoas só o chamavam de DG e Curió.

DG: O WL já vai subir, já é? – ele falou comigo – Foi só corrigir um bagulho com o patrão. Fica tranquila.

VAMOS FUGIR!Onde histórias criam vida. Descubra agora