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Passamos o dia juntos, me sinto muito em casa lá. Decidimos comprar carne e cerveja pra ficarmos lá, trocando ideia o resto da noite. Wagner foi no depósito de uns amigos e eu saí com Talia e Murilo pra comprar umas carnes no açougue.

Na volta pra casa, a Tali cismou de passar em um salão, pra me apresentar a uma amiga dela, que é dona de lá. Sabe quando você sente que as pessoas estão falando de você? Pois bem, foi assim que eu me senti quando eu entrei. As manicures e clientes com toda certeza do mundo estavam falando de mim. Porém, como eu aprendi com a Eliza, dou o cu como resposta e não perco a pose. Falando nela, saudades dessa maluca.

(...)

Papo vai, papo vem, estávamos bebendo bem e comendo mais ainda. Dona Célia botou um samba de raiz ambiente e ficamos lá. O Junior acabou se machucando enquanto brincava com as outras crianças que estavam lá, filhos da vizinha. Como uma flecha, eu levantei e fui ver o que tinha acontecido.

Junior: 'Chucou', tia. Dodói. – e abriu os braços, fazendo um beicinho lindo demais. Eu que conheço bem as crianças, vi que ele já estava lutando contra o sono, e teimando com a avó dele.

Malu: Amiga, vou dar um banho nele, tá? – ele já estava deitadinho no meu ombro, enquanto eu passava a mão por seu cabelo, acariciando.

Levei-o pra tomar banho, troquei roupa, fralda, passei perfume, botei a roupa, tudo como manda o figurino. Dona Célia levou uma mamadeira pra ele e eu dei. Liguei a TV do antigo quarto da Talia, botei nesses desenhos maravilhosos de criança e fiquei com ele no colo, até que ele dormiu. Deixei-o na cama, arrumei as coisas em volta pra não cair, e quando eu estava saindo do quarto, escutei de longe, uma voz que me fez tremer na base.

WL: Vó, cadê o Junior?

D Célia: Fala baixo, Wesley. A Malu botou pra dormir.

WL: Malu?

Fui andando até onde eles estavam, mantendo a pose, tentando mostrar pro mundo que a presença dele era insignificante pra mim.

Malu: Sim, eu. – sorri e voltei pra varanda.

(...)

Continuamos o nosso churrasco até umas 23h, eu estava um caco, me despedi do pessoal, e fui tomar um banho. Tomei, botei meu pijama e fui pro quarto, onde eu ia ficar. Chegando lá, o Wesley estava pegando o Junior, acho que pra levar embora. Ao me ver, ficou parado, sem nenhuma reação.

Malu: Quer ajuda ai, cara? – eu disse, encostada na porta.

WL: Não, po. Valeu. – ele pegou o Junior no colo e pegou a bolsinha dele. Até que ele tinha jeito pra cuidar do filho.

Ouvi de longe, uma voz feminina, que procurava pelo Wesley, acho que era a mulher dele.

Malu: Acho que tem alguém te chamando.

Wesley: É minha mulher, po. – ele disse, meio sem jeito. – Já tô indo, cara. – ele falou em tom mais alto.

Malu: Fala baixo, vai acordar o meu parceirinho. – ele saiu, balançando a cabeça negativamente. Eu hein, cara doido.

Deitei e peguei meu celular, tinha esquecido totalmente dele. Mas é sempre assim, quando eu to aqui, esqueço mesmo do mundo. Vi as mensagens da Edna e as respondi, tinham algumas mensagens do Felipe também.

-môzin❣️-
Esse final de semana tá foda, preta.
Já to cheio de saudade. Aproveita ai, se cuida.
Volta logo!
Malu ✨: Oi bebê, desculpa a demora, sabe como é aqui, né?
Malu ✨: To morrendo de saudades também. To indo dormir agora, porque amanhã a missa é cedo.
Malu ✨: Segunda a tarde ou terça de manhã eu to ai, tá? Se comporta lindo. Beiju
-fim da conversa-

Deixei o celular na cabeceira da cama e apaguei.

VAMOS FUGIR!Onde histórias criam vida. Descubra agora