VAMOS FUGIR!

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1 ANOS DEPOIS

MARIA LUIZA

A minha vida mudou bastante. Edna e eu chegamos a conclusão de que precisávamos mesmo sair daquela loucura de cidade grande, e viemos para o interior. Vendemos o nosso apartamento e compramos um menor, pra quando quiséssemos ir um pouco pra lá. Vendemos a clínica e as concessionárias, com esse dinheiro, compramos um posto de gasolina aqui. Compramos um terreno e estamos começando a construir umas casas para alugar, não é que meu pai deixou duas investidoras maravilhosas frente aos negócios dele? Desocupei a casa de aluguel dos meus avós, e a reformei, ficou um casarão, tem um ótimo espaço de quintal, piscina, churrasqueira, casa de hóspedes, tudo que a gente precisava. As crianças vivem super bem, e eu reabri a minha loja de roupas aqui, junto com a Edna.

Meu afilhado nasceu, pensem numa coisinha linda de mais, é o Murilo. Domingo é o batizado dele, e eu vou descer no sábado pra ajudar a Talia com as coisas. Tem muito tempo que eu não vou lá na dona Célia, estou morrendo de saudade das comidas dela. E como a casa da Talia com o Wagner vai estar cheia, vou ficar por lá mesmo.

Como hoje ainda é quinta-feira, vou passar um tempo com @, o Felipe. Felipe e eu estudávamos na mesma escola quando pequenos, mas nunca nos falamos, acredita? Ele foi uma das primeiras pessoas que eu encontrei quando voltei. A nossa situação só aconteceu, nós nem pretendíamos, bom, pelo menos eu não. Estava com a cabeça cheia de coisas, e não podia me dar o luxo de me envolver com alguém. Eu ainda estava traumatizada, sabe? Muito. Mas o Felipe foi bem devagar, chegando de mansinho, comendo pelas beiradas e me conquistando pouco a pouco.

Mesmo depois de todo esse tempo, as coisas ainda me incomodam um pouco. E eu acho que sou fraca pra lidar com tudo isso, elaborar as coisas na minha cabeça. Renato, Joana, Wesley, o falecimento do meu pai e assim vai... Muita coisa pra só 23 anos de idade.

(...)

Tirei o dia pra me cuidar e vou na Maira fazer as unhas e uma hidratação nos cabelos. Ter cabelo cacheado é bom, mas olha... Muito trabalho.

Passei em casa, tomei um banho, peguei uma muda de roupa e estou indo pro Felipe. Dei um beijo nas crianças e na Edna, não saio sem dar um tchau pra eles, nunca.

O Felipe, mora sozinho, é advogado recém-formado, e pensa num cara atencioso, que cuida de verdade, se importa, às vezes chega ser até chato, romântico, e parceiro pra todas as coisas, de barzinho da esquina até hotel 5 estrelas. Ele é tudo isso e mais um pouco.

Subi pro apartamento dele e como tenho a chave, entrei. Fui até o quarto dele e ouvi o barulho do chuveiro, entrei devagar, deixando a minha bolsa em cima da cama. Tirei os sapatos e fui me despindo até chegar ao box. Entrei no banho com ele, e foi aquilo tudo que vocês já sabem, risos.

A minha química com o Felipe é daquelas fortes, o nosso sexo é tão gostoso, a gente tem uma intimidade tão grande. É lindo de ver. Transamos ali, embaixo do chuveiro, como se fosse a nossa primeira vez, como se estivéssemos nos descobrindo, gozamos juntos, numa sintonia de dar inveja. E era sempre assim.

Felipe: Você não tem noção quanto eu amo essas suas surpresas. – ele me encheu de beijos pelo rosto, enquanto eu me secava pós-banho.

Malu: Você merece, vida. – retribui os beijos e fui terminar de me vestir.

Passamos a noite namorando, vendo filminho, e comendo japonês. Aquela coisa bem casal, sabe? Eu nunca fui muito fã, mas ele conseguiu despertar esse lado romântico em mim.