Malu: Eu não consigo acreditar. Palmas pela coragem, porque noção você não tem! O que você quer?
Renato: Bom dia também, Maria Luiza. Tentei falar com você mais cedo, mas saiu acelerando com o carro.
Malu: Ótimo jeito de tentar falar com alguém, fechando o carro da pessoa. Agora sai daqui! - eu disse em tom mais alto. Já que não tinha ninguém na loja.
Renato: Péssimo jeito de tratar um cliente. - ele disse em tom irônico.
Malu: Falei pra sair.
Renato: Eu não vou sair, sua puta. - ele gritou puxando a arara de blusas e fazendo com que todas caíssem.
Um rapaz do ponto de táxi, amigo do Felipe, estava do outro lado da rua assistindo a tudo. Dei dois passos pra trás e o Renato veio pra cima de mim, como um monstro. Com apenas um movimento, ele segurou em meu pescoço com a mão, me enforcado.
Renato: Eu vim aqui pra dizer que você é uma puta, mulher de bandido, que seu namoradinho vai morrer, e eu vou acabar com a sua vida, até você não ter mais opções e voltar pra mim. - a cada palavra que ele dizia, apertava mais. Eu já estava sem ar, e os rapazes do táxi chegaram. Eles eram 5, sendo 2 amigos do Felipe.
Eles imobilizaram o Renato e o jogaram no chão, batendo nele. Ele rolava por aquele asfalto como se fosse bola. Enquanto isso, alguém ligou pra polícia e logo eles chegaram. Ufa!
Eu via aquela situação e não conseguia esboçar reação alguma, as pessoas em volta olhando pra eles e eu continuei parada na loja. Minha funcionária veio e ficou perto de mim, me trouxe água e me levou pra perto do balcão. Sentei por lá, enquanto ela arrumava a arara e uma policial entrou na loja.
Araújo: Dona Malu?
Malu: Só Malu. - eu disse com a voz rouca.
Araújo: A senhora pode nos acompanhar até a delegacia pra fazer a denúncia?
Malu: Posso sim. Vou só ligar pra minha mãe vir ficar com a minha bebezinha e acompanho vocês no meu carro.
Araújo: Tudo bem, vamos conduzir os rapazes até a 96ª.
Malu: Que rapazes? Foi um só.
Araújo: Mas e a briga?
Malu: Foi apenas aquele rapaz de verde, os outros só me ajudaram.
Ela assentiu e saiu. Como o posto não é longe da loja, Edna chegou muito rápido. Eu já estava melhor. Ela ficou com a Marina e disse que a levaria pra casa. Concordei e fui pra delegacia.
(...)
Felipe: Oi preta. - me deu um selinho quando entrou na sala de espera. - Vim o mais rápido que pude.
Malu: Obrigada, Fê. - minha voz ainda não saia direito.
Felipe: Marina está com a Edna? - ele perguntou e eu fiz que sim com a cabeça.
Depois de passar por todos os processos na delegacia, assinei o b.o e o Renato foi preso em duas acusações, lei Maria da Penha e e tráfico de drogas. Porque revistaram o carro dele e acharam muita quantidade de cocaína lá.
(...)
Passei na Edna pra buscar a Marina, e fiquei um pouco lá, enquanto Felipe buscava o outro carro. Já estava anoitecendo, eu não tinha comido, não estava nem com fome. Assim que cheguei, Marina acordou chorando muito, amamentei e ela voltou a dormir no meu colo. Fiquei deitada no sofá com ela em meu peito e acabei cochilando também.

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VAMOS FUGIR!
Non-Fiction{2016} FINALIZADA! O que é seu, sempre vai ser seu, não importa quantas voltas o mude dê. Se é teu por direito, volta pro lugar. Depois de perder sua mãe, Maria Luiza precisa morar com o seu pai em um lugar novo, no meio disso tudo, conhece o amor d...