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Eu nem sei quem é esse, né? Mas, imagino que seja o Wesley. E realmente, ele tá demorando bastante.

As meninas estavam dançando a beça, e eu bebendo quietinha na minha, até que me deu uma vontade louca de fazer xixi. Pedi pro DG me falar onde era, ele falou e eu fui. Tinha uma certa fila e eu fui simpática, perguntando pras duas meninas que estavam na minha frente se elas estavam na fila, elas me responderam que sim e uma delas puxou assunto comigo.

Xx: Tu é quem?
Malu: Maria Luiza.
xx: Tu é nova aqui?
Malu: Não, eu não moro aqui. Vim convidada pelo Wesley.
Xx: Wesley? – ela perguntou, olhando pra outra.
xx2: É, pô. O WL.
xx: Ah, entendi. Tu namora ele?
Malu: Não, somos amigos.
xx: Ah tá, porque ele não vale nada, tá? Sem sentimento.
xx2: Tu viaja, deixa a vida do cara.
xx: Ué, não é mentira nenhuma.

Eu fiquei sorrindo com cara de tacho, enquanto elas ficaram discutindo sobre o assunto, até entrarem no banheiro.
Tudo bem, só fiquei com ele uma vez, então, não tenho nem porque me preocupar com nada. Vou ficar na minha e segue o baile.

Fiz meu xixi e voltei. O Wesley já estava lá e meio em minha direção com uma cara de poucos amigos.
Wesley: Onde tu tava?
Malu: No banheiro.
Wesley: Pô, da próxima, vai no lá de dentro. Tu pode.
Malu: Tá bom, mas não precisa.

Ficamos lá até começar a anoitecer, em momento nenhum o Wesley me procurou pra me beijar ou algo do tipo, só me tratou com um super cuidado. Não entendi nada, mas fazer o quê, né? Certas coisas eu não preciso entender.

O resto da tarde foi suave. Senti que já estava um pouco bêbada e pedi pras meninas irem embora comigo. Nos despedimos e descemos, o Wesley veio atrás pra pedir alguém pra nos levar. E assim aconteceu.
Nem fiquei muito na casa da Talia, peguei minhas coisas, dei um tchau geral e meti o pé.

Cheguei em casa morta, doida por um banho e pela minha cama.

Encontrei com a minha madrasta na sala, dei um beijinho nela e falamos um pouco sobre o fim de semana. Por incrível que pareça, eu me dava melhor com ela do que com o meu pai. Ela logo me dispensou, porque sabia que eu estava cansada (um pouco bêbada também) e ela não gostava de incomodar.

Subi as escadas e dei de cara com o meu pai. Nossa, péssima hora. Ele não bebia, então, sentiu meu cheiro de longe e falou muito. Ouvi tudo e nem o respondi. Aprendi que na vida, a gente não discute, só concorda e finge demência.

Malu: Já acabou, pai?
Pedro: Já.
Malu: Valeu.

Tomei aquele banho gostoso e relaxante, vesti só um calcinha e cai feito uma pedra na minha cama.

(...)

A semana voou. Talia e Joana já querem me carregar pras doideiras delas de novo, só que esse final de semana, eu pretendo ficar quietinha em casa. Semana que vem começam as loucuras das provas e depois, férias!!

Joana: E aí, amiga. O Wesley tem te mandado mensagem?
Malu: Nos falamos há uns dias aí, mas o assunto não rendeu.
Talia: Eu já tava achando que você ia virar minha prima.
Malu: Não vai ser dessa vez. - eu ri.

Hoje é sexta-feira, e o pessoal da faculdade tinha combinado de ir pra um barzinho aqui perto beber. Topei, mas só faria isso mesmo no final de semana, o resto passaria estudando.

Sai da aula, encontrei com o pessoal e fomos pro bar.

Eu tinha um crush com um veterano meu, o Renato. Vivíamos conversando pelo WhatsApp, cheios de indiretas, mas nunca rolou nada.

Estávamos no bar, e a galera já tava bem alterada. Renato e Vinícius tinham levado um violão, e fizemos um ao vivo,
com umas antigas, tipo Forfun, Scracho, Catch Side, essas coisas... Renato não parou de me olhar um minuto, papo reto. E eu correspondi aos olhares. Tô errada? Espero que não.

O showzinho acabou e o Renato veio chegando pra perto, começamos a conversar e o beijo rolou. Passamos o resto da tarde de casalzinho, até que saímos do bar fomos pra casa do Vinicius, os meninos cismaram de fazer um churrasquinho.

Talia não foi com a gente, disse que tinha coisas a resolver. Ela é cheia das tretas, tinha que fazer ADM, pra administrar tanto crush.

(...)

Já estava um pouco tarde e meu pai não parava de me mandar mensagens, às vezes, eu acho que tenho 15 ao invés de 21. Fiz sinal pra Joana e falei que ia embora, ela falou que ia ficar. Mas é claro que ia, ela é louca pelo Vinicius e vai aproveitar a oportunidade.
Me despedi do pessoal, e o Renato me parou na porta.

Renato: Quer carona?
Malu: Que isso, peço um uber. Não se incomode. – eu sorri.
Renato: Não é incômodo, pô. Te levo.
Assenti e ele também se despediu da galera. Ele e o Vinicius cochicharam alguma coisa e saímos de lá.

O caminho foi tranquilo, conversamos muito. Estávamos mais ou menos a uma quadra da minha casa e ele estacionou o carro. Começamos a nos beijar e o clima esquentou, minha mão já estava dentro da bermuda dele, e minha blusa lá na cabeça. Achei que ia limpar as teias de aranha da minha bichinha naquele momento, mas me enganei.

O mundo começou a rodar mais rápido e eu não estava preparada, comecei a ficar enjoada e logo me afastei dele. Respirei fundo, abri os vidros do carro, e botei o rosto pra fora em buscar de ar, mas aconteceu, vomitei horrores.

Renato: Qual foi, Malu, tá bem? – ele disse super assustado.

Fiz sinal que sim com a mão, ele se ajeitou e ligou o carro. Paramos em frente ao meu prédio, e eu estava morrendo de vergonha. Nem me despedi direito, sai super rápido do carro e subi.

(...)

Passei mesmo o final de semana todo estudando. Wesley me chamou pra sair, mas não tava afim. Renato ficou me mandando mensagens também, pra saber se eu estava bem e eu só conseguia sentir vergonha pelo ocorrido.
Minha semana foi normal, fiz todas as minhas provas e já me sinto de férias. Deus é muito bom!

VAMOS FUGIR!Onde histórias criam vida. Descubra agora