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MARIA LUIZA

De lá, passei na dona Célia, peguei todas as roupas do Wesley no carro dele e passei pro meu. Tia Janaína insistiu pra eu ficar, mas eu precisava ver as crianças e abraçar a minha mãezinha do coração. Pedi pro Wagner e pra Talia levarem o carro do Wesley de volta pra minha casa, quando eles voltassem.

(...)

Cheguei na Edna tarde da noite, e ela estava assustadíssima comigo. Contei tudo a ela, que tentou me acalmar.

O que mais me deixa assim, é saber que tudo poderia ser diferente, se a gente não tivesse brigado ou se eu tivesse contado pra ele de manhã, que ele seria pai.

Tomei um banho por lá mesmo, e já comecei a mexer os pauzinhos, pensando em todos os advogados que eu conhecia, mas se tinha um advogado criminal que era foda, esse alguém era o Felipe.

Passei a noite em claro, pensando em todas as coisas que pudessem ajudar o Wesley.

Será que o Felipe vai me ajudar?

Como ele iria embora a tarde, peguei o celular e mandei uma mensagem pra ele pra ele ler quando acordasse, expliquei tudo e fiquei na esperança de ter uma resposta positiva.

(...)

Depois de mandar a mensagem pro Felipe, fui pra casa, de manhã mesmo, não tinha amanhecido ainda.

Eu só conseguia pensar em como contar isso aos meus filhos, porque mais cedo ou mais tarde, as pessoas iriam descobrir e falar perto deles. Podem até querer distorcer a imagem do Wesley, né? As pessoas são maldosas, elas não sabem um terço da história e querem falar sobre tudo. Seria melhor eu falando, do que eles sabendo de outra forma.

Tomei mais um banho pra tentar me acalmar, mas foi inútil. Fiquei me encarando no espelho, enquanto alisava a minha barriga.

Malu: O papai vai sair dessa, meu amor. Nós vamos viver juntos, felizes e longe de tudo isso. - me vesti e fui tentar tomar um café. Encontrei a Fátima, que conversou comigo e tentou me acalmar, disse que tudo ia ficar bem e que estava comigo, pra tudo que eu precisasse.

Mais tarde, Edna me ligou dizendo que a Marina não parava de chorar chamando por mim, que acordou assim. Fui mais que rápido na casa dela e os trouxe pra casa.

Depois de alimentar e dar banho, levei-os ao meu quarto, dizendo que precisava conversar com eles.

Marina: Mãe, eu quero meu pai. Deixa eu falar com ele. - ela falava com voz de choro.

Malu: Filha, não dá pra falar com ele agora. Deixa a mamãe explicar uma coisa muito séria pra vocês. - respirei fundo segurando o choro. - A polícia pegou o pai de vocês, porque ele fez uma coisa errada na vida, há muito tempo atrás. - deixei uma lágrima cair, mas logo sequei. - Mas ele não faz mais, ele é um homem maravilhoso, mas as pessoas não esqueceram dessa coisa ruim que o papai fez. Mas eu vou tirar o papai de lá, tá?

Junior: Mãe, o que a gente vai fazer sem o papai? - ele chorava abraçado na Marina.

Malu: Nós vamos cuidar um do outro, igual ele cuida da gente. - abracei eles. - E se alguém falar alguma coisa ruim do papai, é tudo mentira, tá?

Marina: Quando a gente vai poder falar com ele?

Malu: Não vai demorar, filha. - dei um beijo na testa de cada um e logo alguém bateu na porta.

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