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2 MESES DEPOIS
WESLEY

Acordei cedo como de costume, tomei aquele banho gelado e arrumei minhas paradas. Hoje é dia do Felipe brotar aqui, tomara que traga notícias boas.

Troquei ideia com os cara, e logo o carcereiro me chamou. Já ia saindo sem minhas paradas.

Carcereiro: Pega tuas coisas. - peguei, falei com os parceiros e segui.

Fui pra sala que era de praxe, Felipe tava lá com o delegado e mais dois policiais, cumprimentei e sentei.

Delegado: Assina aí. - olhei pro Felipe.

Felipe: Pode assinar, Wesley. Tranquilo. Hoje tu vai ver a sua família.

Peguei a caneta rapidão, e assinei logo. O Felipe terminou de resolver tudo, troquei a roupa e saímos. Situação estranha, né? Xinguei o cara a vida toda e ele também me xingou, e agora, ele tá aqui, me dando essa moral.

Wesley: A Maria Luiza sabe? - disse enquanto íamos pro carro.

Felipe: Não. Imaginei que você quisesse fazer uma surpresa pra ela.

Wesley: Pô, cara. Nem sei como te agradecer por isso aí, papo reto. Tu merece o melhor, nunca imaginei.

Felipe: Ta tranquilo. Além de ser meu trabalho, reconheço que você faz bem pra minha filha, ela te ama e não tem preço isso ai. O carinho e o respeito que você tem por ela, cuida como filha.

Wesley: Pô, foi mal pela implicância aí. E a Marina é um doce de menina, amo como se fosse minha, mas sem querer tirar o teu lugar.

Felipe: Tem nada disso não, já aceitei que ela tem dois pais. E se tu cuida bem, não tem problema. Vou passar no shopping pra almoçar, bora?

Wesley: Bora, po. - botei a mão no bolso.

Felipe: Quando tu chegar lá em cima, tu me paga. Bora comer uma parada de verdade, deve ser uma merda comida de cadeia.

Partimos pro Grande Rio, ainda não era nem 12h e eu tava morto de fome mermo, só podia comer alguma parada diferente quando tinha visita, mas vinha tudo remexido e é ossada, nem valia a pena elas levarem.

Comi pra caralho, parecia que tinha ficado até na rua algum tempo, tá ligado? Felipe deu um rolê em algumas lojas e eu fiquei lá na praça de alimentação mermo.

Depois de certa hora, metemos o pé. Passei o caminho todo agradecendo a Deus por ter voltado pr'aquele lugar, pro lugar que eu nunca tinha que ter saído, que é de perto da minha família.

Chegamos antes da Malu chegar da loja e as crianças da escola, Felipe já tinha tudo programado, tinha falar com ela na hora que estávamos no shopping, apertei a campainha e a Fátima chegou logo, me deu um abraço apertado e chegou até a chorar. Felipe entrou também e ficou lá na sala.

Tomei um banho quente, pela graça de Deus, troquei a roupa e desci. Comi mais uma vez, mó saudade da comida da Fátima. E fui pra sala trocar uma ideia com Felipe.

No horário que eu sei que eles chegam, saí pra varanda da churrasqueira e esperei. Escutei quando a Malu estacionou o carro e disse pra Marina não correr.

Fiquei olhando de longe, a minha mulher tava linda, com um barrigão maravilhoso. Parece que o Junior tinha crescido pra caralho e a Marina, nem se fala...

Malu: E aí, notícias boas? - disse pra ele, que estava sentado no sofá com a Marina no colo.

Felipe: Pô, Malu... - ele olhou pra onde eu estava e fez sinal com a cabeça.

Abri a porta e as crianças vieram correndo pra me abraçar, agachei e os abracei. Naquele momento, eu me acabei, chorei pra caralho. Mas era um choro de felicidade, tá ligado? Um choro de alívio, pprt.

Levantei e fui na direção da Malu, ela me apertou, passou a mão no rosto e ficou tateando como se não acreditasse que eu tava ali. Depois, me deu um beijo daqueles, mó saudade disso. Abaixei um pouco e dei muito beijos na barriga dela.

Wesley: Papai demorou, mas chegou e nunca mais vai ser de perto de vocês. - dei mais um beijo na barriga dela.

VAMOS FUGIR!Onde histórias criam vida. Descubra agora