Eu tava deitada, tinha até cochilado, até que o meu telefone tocou. Olhei na tela e era o meu padrinho, revirei os olhos e atendi.
📞 Dindo Paulo.
Malu: Oi.
Paulo: Deus te abençoe. Como você está?
Malu: Bem e o senhor?
Paulo: Bem, soube do que aconteceu com aquele teu namoradinho.
Malu: Me ligou pra isso?
Paulo: Quem anda errado, tem que pagar o erro, Maria Luiza. Eu te avisei.
Malu: O senhor deve pagar por todos os seus erros, então. Todas as vidas que você tirou, todas as famílias que estragou, todas as merdas que fez, os chifres que na sua mulher, seus filhos por aí.
Fim da Ligação. 📞
Não estendi o assunto, até porque não podia, a Edna veio me ver e eu contei o que tinha acontecido. Ela imediatamente ligou pra ele e falou umas, deixamos avisado que ligações dele não poderiam ser transferidas, nem nada.
Depois disso, fiquei passando mal a noite inteira, não consegui jantar e tudo que eu comia, botava pra fora. Estava tão fraca que acabei dormindo.
(...)
Passei a véspera de Natal deitada, sem clima algum. Na verdade, ninguém tinha, mas eles conseguiam levar, eu não. Além de carregar a culpa de não ter conversado, eu estava doente, fraquinha.
Certa hora, tomei banho, me arrumei e desci. A mesa posta, a árvore cheia de presentes, tudo maravilhoso. Sentei-me no sofá e fiquei conversando com a Talia, e com a esposa do Douglas.
Marina: Mãe. - ela sentou do meu lado. - Deixa eu te falar uma coisa.
Malu: Oi princesa, tá lindona hein. Fala.
Marina: Minha avó me arrumou. - ela botou a mão na boca pra cochichar no meu ouvido. - Tô com saudade do meu pai, só falta ele aqui. Mas não posso chorar porque não quero que a senhora chore mais, a sua água vai acabar.
Malu: Eu também to com saudade dele, amor. É ruim passar o natal sem ele, né? Mas já já ele volta, pode chorar, a mamãe promete que vai tentar segurar, tá? Te amo. - apertei ela em um abraço e ela saiu.
É muito difícil lidar com essas coisas, essas situações. Família reunida, hora de dormir, bem complicado.
A noite passou tranquila, comemos, rezamos, choramos, até rimos lembrando de algumas coisas. Mas eu logo subi pra dormir, não aguentava mais. Deitei e o telefone do Wesley tocou, era o mesmo numero daquele dia.
📞 Ligação.
Wesley: Fala, minha preta.
Malu: Oi bebê. Como tá aí?
Wesley: Que voz é essa? Tava chorando? To levando. E vocês?
Malu: Não, amor. To levando também.
Wesley: Felipe falou que depois desse recesso as coisas podem andar mais rápido e vai tudo melhorar.
Malu: É, eu espero que sim. Não aguento mais de saudade, as crianças também não. Seus presentes de Natal estão aqui, pra você abrir quando chegar.
Wesley: Faz isso comigo não, po. Eu te amo pra caralho. E o nosso neném? Tu tá comendo direito?
Malu: Eu te amo mais! - respirei fundo, tentando não chorar. - Ele tá bem, to sim, to comendo direitinho, só não consigo engordar.
Wesley: Mas precisa, se não, quando eu voltar, já sabe o esporro. Saudade do teu cheiro, vou desligar aqui.
Malu: Domingo vou te ver, quer algo?
Wesley: Só você. Te amo!
Fim da Ligação. 📞

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VAMOS FUGIR!
Non-Fiction{2016} FINALIZADA! O que é seu, sempre vai ser seu, não importa quantas voltas o mude dê. Se é teu por direito, volta pro lugar. Depois de perder sua mãe, Maria Luiza precisa morar com o seu pai em um lugar novo, no meio disso tudo, conhece o amor d...