Capítulo 15 - parte 3 (rascunho)

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Luísa Polanski entrou acompanhada do general Li e Antônio Faria. O local estava repleto de pilotos que aguardavam os próximos movimentos. Todos, sem exceções, sabiam que deveria ser o início da ofensiva, uma vez que ela foi para Júpiter às pressas. Em silêncio, aguardaram o pronunciamento dos líderes, coisa que não demorou.

– Senhores e senhoras – principiou o general, sorridente –, hoje começaremos a fase dois das nossas ações para libertar a Terra. A vossa tenente-brigadeiro vai explicar.

– É isso mesmo – disse Polanski. – O meu filho terminou o vírus e vamos contaminar os gafanhotos. Dois dias depois de iniciado o processo, lançaremos as ogivas. Nós já combinamos e treinamos como faremos, então ão precisamos de perder muito tempo. Cada líder de grupo deverá pegar as ampolas das suas equipes e se dirigir aos devidos países para entregar à resistência. Os grupos táticos das bases de lançamento devem dirigir-se para os postos e aguardar a ofensiva. Gabi, esses ficam sob teu controle, enquanto o brigadeiro Faria comandará as equipes de ataque no espaço. Como combinado, assim que os ataques nucleares forem deflagrados, vocês devem se colocar sob comando do brigadeiro. Temos doze horas a partir de agora.

De forma ordenada cada líder adiantou-se a uma mesa e pegou a quantidade de ampolas que lhe era designada. Assim que entregou as subordinados, eles decolaram.

No Rio de Janeiro, o coronel Willian pousou no local combinado, seguido por mais quatro caças. Os rebeldes já aguardavam e as cápsulas desapareceram nas suas mãos, enquanto o grupo decolava para São Paulo. Eles percorreriam o quadrante sul da América do Sul, que compreenderia as regiões Sudeste e Sul do Brasil, e da Argentina para baixo. Como os últimos dez dias consistiram em contatar todos os grupos de resistência, estavam mais do que preparados para um desfecho tranquilo.

― ☼ ―

Enquanto isso, no Rio, os rebeldes contaminaram-se a si e a muitos cidadãos. Alguns, mais corajosos, deixaram-se aprisionar pelos Krills que os levaram para as naves ou prédios tomados. Nestes últimos, alguns rebeldes infectaram as caixas de água. Graças aos sensores de ultrassom, eram capazes de agir em total segredo.

O golpe mais terrível fora iniciado.

― ☼ ―

No Hangar I havia uma pequena sala de controle com equipamento completo de comunicação. A sala era toda de vidro, permitindo a visão completa dele, mas apenas um caça permanecia pousado nele, além da internaves. Em um display enorme que estava dividido em quadrantes, várias pessoas apareciam. Logo na primeira imagem, via-se o brigadeiro Assunção junto aos consoles de lançamentos das armas. Ele olhou para a tela e disse:

– Estamos no verde, TB. A quantidade de bombas que tem aqui poderia rebentar o planeta. Sistemas no automático. Passando controle para o console de vocês.

Luísa viu uma luz acender em um painel na mesa ao lado. Logo a seguir, pelo menos três centenas delas acenderam-se. O operador fez um aceno positivo.

– Confirmado. Silos abertos – disse Luísa para o marido. – Esteiras de lançamento no verde. Podes vir para cá. Gabi?

– Tudo no verde e coordenado, TB – disse a major Gabriela, sorridente. – Estou a Rússia e sincronizada com as demais bases.

– Trinta minutos para prazo zero – disse o general, olhando o relógio. – Finalmente, a liberdade.

– Atenção, Antártica...

Polanski virou o olhar para o painel e localizou o responsável pelo chamado.

– Will, meu querido – disse ela, sorridente. – Me diz que temos boas notícias...

– Exatamente, TB – respondeu Willian, eufórico. – Os gafanhotos estão caindo mortos na rua. Começou.

– Fogo – berrou Luísa em uma explosão de felicidade. – Que os mensageiros do apocalipse mostrem a esses miseráveis quem somos nós, a raça mais determinada e arrojada do universo.

Dizendo isso, ela correu para o seu caça, seguida do marido e do olhar impressionado tanto do general quanto dos dois operadores auxiliares. Dos fundos da base, o solo começou a tremer quando dezenas de mísseis ganhavam altura.

– "Mísseis confirmados em todo o globo" – afirmou Gabriela, também eufórica. – "Impacto em quinze minutos."

– Newton – disse Luísa, já decolando. – Mensagem para Júpiter: "ação global encerra fase III em quinze minutos."

Assim que se viram fora do hangar, cercados pelas geleiras gigantescas da Antártica, a tenente-brigadeiro imprimiu uma potência tão elevada aos jatos que pareciam uma estrela cadente ao contrário. Agora, sem medo de serem detectados, usavam as comunicações de forma descarada.

– Gabi, relatório – pediu Polanski, a meio caminho do espaço.

– "Duas esquadrilhas em ação de extermínio" – disse a major e Luísa ouviu os jatos dela sendo ligados. – "Temos revoltosos em todo o planeta atacando. Ainda há pequenos focos de resistência facilmente contidos por nós."

– Perfeito. Alcançando espaço e aguardando explosões – afirmou Polanski, desligando o rádio. – Amor, será que vamos aguentar o pulso eletromagnético de tantas explosões simultâneas?

– Sim, fica tranquila quanto a isso que fiz os cálculos.

– "Impactos em vinte segundos" – disse Antônio, começando a contagem regressiva.

Eram muitas as naves inimigas no cerco, mas também eram muitas as bombas atômicas e alguns mísseis transportavam mais de uma dezena que saíam com pequenos mísseis locais. A frota humana estava a uma distância segura, mas via-se com clareza os pequenos riscos de luz provocados pelos foguetes; Alguns raios saíram dos cubos procurando destruir os mísseis e um ou dois até lograram sucesso, mas, no final da contagem, gigantescas esferas de energia, verdadeiras tochas atômicas iluminaram o espaço, empalidecendo o sol poente.

– Isso, isso – berrou Polanski, feliz. – Aos gafanhotos. Não deve ficar um para contar história.

Acelerou o seu caça para cima das naves remanescentes, ainda desorientadas pela destruição de uma parte substancial da frota, sem falar nas muitas naves avariadas pelos destroços. Antônio e a equipe restante juntou-se a ela, começando a atirar sem parar. Nem dois minutos depois do início da ofensiva, as naves de Júpiter surgiram do nada atirando com toas as peças. Os novos supercanhões de grande porte eram terríveis e a humanidade não estava interessada em um cessar fogo. A ordem era o extermínio.

Duas horas depois, ela foi cumprida.

― ☼ ―

Uma explosão nuclear forma o famoso cogumelo atômico por conta da compressão do ar. No espaço, como não há ar nem a gravidade a influenciar, a energia da explosão nuclear é em forma de esfera porque vai igualmente para todos os lados. N.A.

Estação Júpiter 80Onde histórias criam vida. Descubra agora