Capítulo 14 - parte 2 (rascunho)

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A sala de reuniões do doutor Paulo era espaçosa e cabia bastante gente, mas não eram muitos os participantes. Além das pessoas, Artur e Newton, permaneciam junto, a pedido. Paulo e mais quatro biólogos e biofísicos, explicavam sobre o vírus artificial. Essencialmente, desenharam um vírus capaz de destruir o sistema imunológico das criaturas. A sua ação era muito veloz, mas os efeitos mortais levariam alguns dias para surtirem efeito e isso era importante para que eles contaminassem o máximo de indivíduos. Nessa hora, Luísa fez a pergunta mais importante:

– E como pretendem contaminar todos eles?

– Mas que rica droga – resmungaram Antônio e Fagundes ao mesmo tempo quando viram a cara de aparvalhados dos cientistas.

– Jura que vocês não pensaram nisso? – perguntou Polanski, empertigada.

– Pior que não, mãe – espondeu o cientista.

– É possível usar um ser humano como agente de contágio?

– Boa, TB – disse Antônio, que notou os objetivos da superiora.

– Sim, mãe. O ser humano pode carregar o vírus, mas nada lhe acontecerá.

– Ótimo. Podemos começar por contaminar a partir da Terra. Se eles pensarem que os seres humanos se tornaram perigosos demais, poderão desistir da invasão e fugir da Terra.

– Isso é uma ótima ideia, filha – disse Fagundes, satisfeito. Levantou-se e andou um pouco até à janela que mostrava Júpiter em todo o esplendor. Virou-se e disse. – O problema são as naves em órbita da Terra.

– Acredito – afirmou Faria, compenetrado –, que eles devem, eventualmente descer e revesar. Lú, tem muitos cubos na Terra?

– No Rio tinha quatro pousados no centro histórico da cidade.

– Tinha?

– Bem, não gostei muito de os ver por lá, roubei um caça velho do museu e explodi todos eles. Então, não tem mais.

Os presentes irromperam em uma gargalhada. Quando se acalmaram, ela continuou:

– Bem, agora falando sério, não sei se tem mais pelo Rio. Afinal trata-se de uma cidade enorme. Como o inverno está particularmente rigoroso, acredito que se tenham concentrado nas regiões equatoriais e tropicais. A nave levou todo este tempo para se regenerar e eu fiquei em contato com a resistência para conseguir ajuda e influência. Vim aqui para levar o Paulo comigo.

– Qual é a tua ideia? – perguntou Fagundes.

– Atacar de baixo, deixá-los desorientados. Estão acostumados a praticamente não terem resistência. Vocês desgastam daqui e eu por baixo. Ataco em terra; desapareço. Subo para o espaço e ataco; desapareço. Vai que esses miseráveis conseguem trazer reforços.

– Nem me fales uma coisa dessas – disse Faria, batendo na mesa com os nós dos dedos.

– Vamos tentar combinar uma comunicação secreta – continuou Luísa. – Apesar de eu achar que não podem nos ouvir, da mesma forma que nós não os ouvimos. Pensei em morse.

– Morse? – perguntaram alguns dos cientistas. – O que é isso?

Luísa riu e explicou, depois voltou a falar do ataque:

– Enquanto o Paulo e a sua equipe preparam o vírus, nós vamos zoar esses demônios. Quando estiver pronto, nós vamos levá-lo para a terra. Quanto a contaminar a nave, vocês podem pensar em contaminar os prisioneiros e metê-los em algumas das naves de salvamento que tem aqui no hangar seis. Larguem-no perto dos cubos que serão rebocados para dentro.

Estação Júpiter 80Onde histórias criam vida. Descubra agora