Capítulo 7 - parte 3 (rascunho)

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A gigantesca nave estava a uma velocidade razoável e aproximava-se de Júpiter, sem dificuldades. Polanski mandou William acordar os seus homens na caixa secreta, descobrindo que, além dos soldados, havia quatro cães bem treinados e muito ferozes.

Tratava-se da nova raça de animais cujo tamanho equiparava-se a um dinamarquês mas possuía uma inteligência muito apurada, tanto quanto um macaco. Aproveitaram a estrutura para prender a Marques lá, uma vez que os comandos eram manuais. Desde que soube o ocorrido, ele ficou quieto e mais humilde.

Luísa fez nova reunião na sala de comando, mas apenas para a equipe principal, de forma a alinhavarem os procedimentos.

– Agora, precisamos de atracar em Júpiter 80 e descobrir o que aconteceu – disse, a título de encerramento. – Conto com vocês para o sucesso da nossa missão.

Aos poucos o pessoal foi dispersando, cada qual indo para o seu posto. William permanecia perto e foi o primeiro a falar:

– Estação estar muito diferente.

Luísa concordou porque havia visto imagens dela bem antes de sair para o espaço. Virou-se para ele e perguntou:

– Tu já estiveste aqui?

– Sim, quatro anos atrás, quando começaram sabotagens – explicou ele. – Eu ser retirado do meu posto para investigar aqui. Agora, graças ao seu intruso, eu acreditar que ser Federação Russa.

– É uma forte probabilidade, já que ele confessou – disse Luísa, virando-se para a tela e observando a estação que, agora, teria mais de duzentos anos.

Em vez das duas rodas, a superior e inferior, ela via outra estrutura com uma abóboda em cada polo. O computador calculava a altura máxima da abóboda em quase quatro quilômetros, uma dimensão absurda. Além disso, via-se um brilho estranho em volta dela, provavelmente um campo de força.

Estava tudo silencioso e nem mesmo sinais de radar se rastreavam. Na sua poltrona, Polanski ordenou:

– Emitir o sinal de rádio programado.

– Comandante – argumentou Ricco. – Se o desvio temporal for real, o sinal nada significará para essa gente.

– Conheço o desleixe de algumas equipes – disse Luísa, rindo para os colegas. – Aposto que seremos reconhecidos pelos sistemas automáticos porque "alguém" esqueceu de desativar os códigos obsoletos.

O operador de rádio obedeceu e espantou-se quando uma parte da estação fez um sinal luminoso para chamar a atenção. Ao mesmo tempo, o estranho brilho despareceu.

– Capitão, segue na direção do sinal luminoso, mas fica de olhos bem abertos. Ana, procura analisar alguma anomalia astronômica por perto. Não me refiro a buracos negros, claro. Juan, quero uma avaliação completa de todo o espectro eletromagnético de ondas de rádio. Estou achando isto quieto demais para o meu gosto.

À medida que a gigantesca nave se aproximava, tanto mais Polanski ficava nervosa e preocupada. Todas as respostas tinham sido negativas, incluindo a inexistência de sinais de rádio, o que a preocupava acima de tudo. Por outro lado, não se viam armas de qualquer tipo, motivo pelo qual decidiu continuar o avanço. A estação espacial mais importante da humanidade parecia uma construção desprovida de vida. Contudo, a Júpiter 80 respondeu ao código e isso significava que, no mínimo, os sistemas automáticos ainda operavam; logo, seria possível obter respostas nos bancos de dados. Restava saber, entretanto, se seriam capazes de manipular os computadores daquela época. Seria o mesmo que pedir a um sujeito que conhecia apenas um relógio de bolso e lhe dessem um computador do século XXI para fazer uma consulta na internet.

Estação Júpiter 80Onde histórias criam vida. Descubra agora