Capítulo 12 - parte 2 (rascunho)

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As duas saíram do hangar a apressaram-se para a ponte. Mal chegaram, Luísa disse:

– Vamos para longe daqui o quanto antes. Aceleração de emergência.

– Certo, TC – respondeu Antônio, ajustando alguns controles do seu console. – Atenção para toda a tripulação. Vamos acelerar a duzentos e cinquenta g em trinta segundos.

– Ana, vamos para Pégasos – ordenou a comandante. – Passa o trajeto para o capitão, por favor.

– Rumo transferido para console do capitão – disse a navegadora. Ponto de salto será atingido em três horas.

– Quero todos os oficiais na ponte para uma reunião, ela será passada no áudio e vídeo para o resto da tripulação, já que não cabe todo mundo. Espero em dez minutos. Pablo, pega esta memória e prepare para passar o filme para toda a nave assim que eu solicitar.

– Claro, senhora – disse o engenheiro reserva.

― ☼ ―

A ponte estava lotada de gente que fazia um grande semi-círculo. O capitão tinha um olho na comandante e outro nos controles, mas o automático estava perfeitamente alinhado e mantinha a nave no rumo.

Luísa tomou a palavra:

– Todos na nave já sabem o que aconteceu desde que nós saímos da Terra com destino a Júpiter 80, inclusive a catástrofe que se abateu sobre nós. Graças à minha filha, estamos em condições de ir a um lugar que alguns poderão vir a chamar, no futuro, de lar, mas eu só vou descansar quando puder pousar de novo na minha Terra querida e ver a cidade onde eu nasci. Ou será isso ou morrerei tentando, assim como tenho a certeza de que muitos de vocês também desejam isso.

Todos os presentes, de alguma forma murmuraram algo. Era incompreensível, porque cada um disse ao seu modo, mas a coisa soou unânime.

– Deve haver milhares de Krills no nosso mundo, senão vários milhões – continuou ela, séria e muito decidida –, mas eu sei e posso provar que temos condições de os destruir. Pablo, passa o vídeo.

O engenheiro acionou a gravação a tripulação viu nas telas a correria e o combate insano entre ela e uma frota que, se comparada ao pequeno avião adaptado para o espaço, seria considerada gigantesca e impossível de vencer. Quando viram a primeira nave explodindo, os brados começaram em todos os cantos, inclusive aplausos. Na cena em que ela fazia um parafuso que passou no meio de duas daquelas naves enormes abatendo-as ao mesmo tempo que com um loop invertido explodia mais uma em terra e, logo a seguir, outra que se preparava para atacar, o povo foi ao delírio. No auge, Luísa desligou o vídeo e continuou:

– Como podem ver, é fácil acabar com eles, mas só dois caças não podem vencer uma frota do tamanho que há na Terra. Por isso, vamos procurar quem queira terminar esta guerra com a gente. Eu conto com o apoio de todos, mas, quando chegarmos a Pégasos, quem não desejar participar, sinta-se livre para sair. Sei que será perigoso e poderemos todos perder a vida, então não levarei ninguém a mal. O primeiro salto começará em – olhou para o relógio no bracelete versátil –, uma hora e quarenta. Estão todos dispensados.

– Mãe – disse Paulo, que tinha saído do laboratório para acompanhar a reunião pessoalmente. – Não sei como o meu padrasto pode ter dito que herdei as tuas capacidades de voar. Juro que nem em sonhos eu seria capaz de fazer isso!

Luísa apenas sorriu e encolheu os ombros, sentando-se na cadeira da comandante. Willian, que também participara, arrematou:

– Senhorra me lembrar de nunca, mas nunca mesmo, pegar mesmo avião que você.

Estação Júpiter 80Onde histórias criam vida. Descubra agora