O marine despertou mais uma vez, só que agora estava descansado e sem enjoos, apesar de sentir uma dor forte no abdômen, perto do plexo solar. Sentado ao seu lado, o cão permanecia atento, aguardando e cuidando dele. Ele sorriu para o companheiro e fez-lhe um carinho, sentando-se junto a ele, feliz por o ver bem. Mais tranquilo, procurou lembrar-se do que acontecera.
A tenente-coronel tinha pedido que procurasse, junto com o cão, o soldado desaparecido. Ele achou que seria perda de tempo, mas não contestaria a ordem de uma oficial superiora exceto se vidas dependessem disso. Assim sendo, tomou rumo com o cão, que seguia pelo percurso de volta sem dificuldade em percorrer o caminho. Andaram alguns minutos até chegarem a um entroncamento que, no caminho inverso, passara desapercebido. Ele sabia que não tinham entrado por ali e nem mesmo visto aquela passagem talvez por, de alguma forma, estar fechada quando passaram. O cão fez sinal para aquele corredor, parando e olhando ora para ele, ora para a passagem. Sentou-se e começou a se comunicar por gestos, informando que o companheiro desaparecido havia passado por ali, só que havia outros cheiros que não eram conhecidos, além de muito desagradáveis. Andrew não tinha dificuldade em entender porque participara do treinamento junto com o cão desde que ele era um filhote. Quando o exército americano adestrava um cão de guerra, o soldado que o acompanharia ia junto desde o início e isso gerava um vínculo forte entre ambos. Jack dissera-lhe que o cheiro do colega estava junto com outro que era bastante desagradável ao seu olfato e isso preocupou-o porque o conceito de desagradável nos cães era diferente do humano. Enquanto para nós o desagradável seria algo que agredisse os nossos sentidos e bem-estar, os animais tinham o hábito de interpretar de várias formas e uma delas era algo que se poderia chamar de muito perigoso.
Por conta disso, Andrew destravou a arma e entrou por aquele corredor, prestando bastante atenção para não ser emboscado. Andaram bem uns cem metros quando o animal soltou um rosnado quase inaudível e o soldado pôs-se logo em guarda, preparado para tudo.
Ele quase que podia sentir algo fisicamente, mas a sala estava vazia. Mal se passaram cinco segundos, ele ouviu um arrastar e alguns sons estranhos, só que demasiado agudos, exatamente como a tenente-coronel dissera. Nesse exato momento, o cão rosnou de forma tão alta que parecia um leão rugindo e avançou para atacar qualquer coisa que o militar não sabia o que era porque nada via. Com três saltos sem muito esforço, Jack percorreu cerca de vinte e cinco metros e, para completo espanto do americano, o cão chocou-se com qualquer coisa invisível e mordeu o ar três vezes, muito rápido.
Andrew logo viu um fluido esverdeado, pingando no chão enquanto Jack pulava e parecia estar em cima de um ser invisível, inclusive com as patas dianteiras no ar. A seguir, do fundo do salão, algo que se parecia com um raio, embora sem o trovão, acertou o cão de raspão, que caiu com um ganido curto, provocando uma agonia enorme no sargento.
Sem pensar, o americano disparou sobre o que quer que os atacara e notou que acertou em cheio porque surgiu um brilho e, depois, um jorro de fluído verde caiu ao solo, enquanto uma forma humanoide aparecia por alguns segundos. Logo a seguir, ficou tudo escuro quando foi atingido por um segundo raio.
Agora que estava desperto e só, pensava no colega brasileiro que não encontrou, mas concluiu que as informações eram mais importantes do que ele, motivo pelo qual tratou de se levantar e retornar para a comandante o mais rápido possível. Olhou para o fundo e notou que havia uma coisa verde fazendo um "sulco", tal e qual aconteceria com uma pessoa que sangrasse bastante e fosse arrastada por um companheiro. Olhou para o cinto e abriu a pequena bolsa, retirando uma embalagem plástica. Com o máximo de cuidado e de pressa, forçou um pouco daquela coisa gosmenta para dentro e lacrou o plástico, embrulhando em outro e guardando, tentando evitar contaminar a amostra. A seguir, apesar das dores que pareciam aumentar devagar, tratou de se afastar dali o mais rápido possível, não fossem eles voltar. No estado em que se enconrtava, o militar tinha a certeza que não seria capaz de enfrentar alguns sujeitos invisíveis com raios estranhos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Estação Júpiter 80
Science FictionEstação Júpiter, o trampolim para as estrelas... uma avetura eletrizante em meio a uma guerra interestelar. Em 2064 a primeira nave espacial brasileira é lançada para o espaço em direção a Júpiter 80, uma estação que orbita Júpiter e cujo objetivo é...