Capítulo 10 - parte 1 (rascunho)

28 4 0
                                    

"Nenhuma grande descoberta foi feita jamais sem um palpite ousado."

Isaac Newton.


Luísa estava demasiado preocupada com a situação, embora aparentasse tranquilidade... para quem não a conhecia bem. O marido acompanhava o filho na análise biológica do invasor e Antônio estava com a filha, ajudando no projeto de uma máquina capaz de anular a invisibilidade do inimigo.

Ela precisava aguardar os resultados e isso não era muito do seu agrado porque sempre foi uma pessoa ativa; ativa até demais. Pensativa, disse:

– Artur.

No mesmo ato a imagem tradicional surgiu ao seu lado e informou:

– Tenente-coronel, peço desculpas, mas ando ocupado ajudando a doutora Polanski e o capitão...

– Mas que diabo – ripostou ela, de mau humor. – Até no meu tempo os computadores eram capazes de fazer diversas coisas ao mesmo tempo!

– Mas eu sou a manifestação de uma tarefa computacional criada pela doutora. Posso ter milhões de outras. Deseja que eu crie uma para si?

– Ela poderia comunicar-se com o senhor? – questionou, achando a pergunta meio idiota. Artur, no entanto, entendeu.

– Sim, porque eu sou a manifestação de um único computador com uma terminação adaptada ao sujeito. A senhora precisará de me dar um nome, basta isso.

– Muito bem – decidiu, após refletir. – Desejo um console de nome Newton.

Artur desapareceu para se transformar em uma imagem difusa, que afirmou:

– Boa tarde, Tenente coronel. Sou Newton, mas preciso de uma imagem representativa.

– Tem dados históricos da humanidade?

– Tenho dados históricos completos da humanidade desde o século XIX AC.

– Nesse caso, procura Isaac Newton e reproduz a imagem dele.

– Claro, Tenente-coronel – respondeu o terminal assumindo a imagem de Newton. Era a figura de um homem da sua altura, cerca de um metro e oitenta, esbelto e magro, cabelos loiros, longos, olhos prescrutadores e profundos, um queixo com uma covinha que muitas mulheres achavam sexy e um nariz grande, desproporcional ao corpo, mas sem chegar a deformá-lo.

– Gostei – disse ela, sorridente. – Agora quero que me chames apenas de TC.

– Muito bem, TC – foi a resposta imediata. – Em que posso ser útil?

– Como o inimigo pôde ser contido nos níveis inferiores quando a minha filha e equipe chegaram?

– Deviam ser poucos, no início – explicou. – A doutora Polanski foi rápida e bloqueou os elevadores.

– Mas eu subi por um deles!

– O sensor faz uma avaliação relâmpago do DNA – respondeu, Newton. – Se for humano, pode passar.

Luísa calou-se por uns momentos, olhando para a máquina, pensativa. Por dentro, a sua cabeça fervilhava de ideias e probabilidades. Fazia cálculos e desfazia com uma velocidade impressionante, imaginando de que forma poderia tomar uma série de ações. A linha de raciocínio que tomou parecia eficiente a aprofundou-se nela quando as reflexões foram interrompidas pela máquina.

– Devo informar que a sua ideia, apesar de parecer muito eficaz, apresenta riscos em demasia, TC.

– E como sabes o que estou pensando? – perguntou ela, franzindo o sobrolho. – És um computador ou o raio de um pai de santo?

Estação Júpiter 80Onde histórias criam vida. Descubra agora