Capítulo 17 - parte 5 (rascunho)

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Se havia alguma coisa que a major Soares não desejava, essa coisa era ficar de fora. Em um impulso típico dela, fez a sua nave disparar contra a colmeia como se fosse um foguete descontrolado. Aumentou o sensor de ondas eletromagnéticas ao máximo da sensibilidade e foi prestando atenção ao que se passava com os companheiros. Ainda havia bastantes cubos operacionais o que poderia ficar perigoso, em especial para o grupo avançado. Decidida, atacou dois deles, metendo-se no meio enquanto o companheiro os bombardeava. Logo a seguir, mudou de rumo e mirou um terceiro cubo, procurando afastar-se da colmeia. A tática surtiu algum efeito porque várias naves viraram-se para ela, que precisava mudar de direção a toda hora. Por três vezes levou alguns raios de raspão, mas o capo de força aguentou. Soares estava feliz com o resultado, mas a alegria não durou muito quando se viu cercada por algumas naves que vieram de outro ângulo. Procurou mudar de rumo e foram atingidos com um tiro certeiro. O campo colapsou e os alarmes tocaram. Bem treinada pela tenente-brigadeiro, ela obrigou a nave a uma mudança radical de direção com viradas aleatórias, mas estava quase impossível restabelecer a posição. O colega ainda explodiu um cubo, mas as manobras dela tornavam impossível qualquer mira.

– A coisa tá ficando complicada, Marcela – disse a major, preocupada. Ergueu a voz e acrescentou. – Computador, quanto tempo para restaurar os campos de força?

– Dois minutos, quatro segundos e seis milésimos.

– Acho que a gente não se safa desta, Gabi...

O cerco apertava muito e não havia por onde escapar, mas, nesse preciso momento, dois dos cubos pararam de reagir e seguiram à deriva, em movimento retilíneo e com rumo de colisão com outros dois. Percebendo que se tratava do vírus, ela mudo de rumo, escapando por um triz de ser vaporizada e encostou-se a um dos cubos.

Marcelo, sem perder tempo, aproveitou para destruir mais quatro caixas e ambos respiraram fundo. Logo a seguir, o campo de força do caça reiniciou e foi a sorte deles porque a nave onde estavam abrigados explodiu.

– Caramba – balbuciou a piloto –, esses dementes explodiram a nava para nos alcançarem!

Ela acelerou o caça, procurando outro abrigo, mas tudo o que conseguiu ver era que estavam cercados.

– Danou geral – disse Marcelo.

Sem aviso prévio, seis naves inimigas explodiram , baratinando os invasores. Aproveitando-se da situação, a garota simplesmente atirou o seu caça para fora do cerco de forma a atacar por trás, quando uma chamada de rádio disse:

– "Alguém precisa de ajuda por aí?"

– Vocês chegaram na hora certinha – disse a colega. – Valeu, parceiro.

– "É nóis, irmãzinha" – respondeu o piloto do outro caça.

– O que será que ele quis dizer? – perguntou Marcelo, curioso.

– Sei lá, esses caras do século XXI falam muito estranho – respondeu a garota, rindo. – De qualquer forma livraram a gente de uma enrascada. Vamos nos aproximar da colmeia para ver se ajudamos a TB.

― ☼ ―

O grupo alcançou um dos hangares superiores do cano do funil e aguardaram, procurando se ocultar. De acordo com o último rádio, Luísa e Antônio estavam a coisa de meia hora de distância. Algumas naves cubo desciam pelo cano, mas a coisa ficou um pouco caótica quando as mortes começaram a ocorrer. Apesar de as naves cubo serem quase que dez vezes menores que o diâmetro, as que se descontrolavam em voo manual caiam e colidiam com paredes e outras naves, criando um caos enorme e, de certa forma, ajudando o grupo avançado. Mesmo assim, Luísa e o amigo precisaram de, por quatro vezes, combater durante a subida.

Entraram no hangar e olharam em volta, encontrando o grupo escondido atrás de duas naves de salvamento que estavam a um canto. Polanski sorriu para eles e fez sinal, dirigindo-se para a eclusa. Tentaram de várias formas abrir, nas não houve resultados e, sem paciência, ela fez explodir o conjunto. Enquanto isso, Antônio chamou o amigo com um sinal e avisou que, em pouco tempo, precisariam de carregar a comandante da missão por causa do energético especial.

Com a descompressão explosiva o hangar foi selado, o que facilitou a vida deles e, saíram pelo buraco onde antes era uma eclusa de ar.

Assim que se viram fora, puderam apreciar o estrago. Milhares e milhares de naves cubo estavam à deriva, sem rumo certo e colidindo entre si como um jogo de snooker tridimensional. Ao mesmo tempo, caças humanos atacavam os cubos que ainda tinham atividade. Polanski procurou o melhor caminho para se afastarem dali sem serem atingidos. Fez sinal aos parceiros e saiu disparada, logo seguida por eles.

― ☼ ―

A tenente-brigadeiro acordou de soco. Sentiu os lençóis limpos e sorriu.

– Finalmente, minha princesa – disse o marido. Ela virou o rosto e viu Paulo na cadeira ao lado da cama. Ele levantou-se e aproximou-se, sentando ao lado da esposa. Deu-lhe um beijo terno e continuou. – Eu estava preocupado. Newton disse que você abusou.

– Eu sei, mas não tínhamos escolha. – Luísa encolheu os ombros. – Está bem fresco, aqui. Onde estamos? E porque eu não me lembro de ter chegado na nave?

– É natural que não se lembre, anjo – disse o marido. – Você apagou bem antes de chegar à nave e eu e Toninho a levamos para lá. Depois que os insetos foram destruídos, voltamos para a Terra. Estamos em Porto Alegre e isso não é nada fresco, é frio pra caramba.

– Por que motivo Porto Alegre? – perguntou, espantada.

– Você pediu antes de apagar – respondeu Paulo. – disse: "Eu quero ir para Porto Alegre, quero ver a minha cidade mais uma vez." Foi algo desse gênero. Então como a casa dos seus pais, hoje sua, foi transformada em um museu, nós a trouxemos para cá. E adivinha quem é a curadora deste museu?

– Sério que é a vidente?

– A própria confirmou o marido.

– Bem – disse Luísa, levantando. – Quero ver a minha cidade e retornar para o Rio de forma a encerrarmos este capítulo.

– O pessoal aguarda na velha base aérea de Canoas. Até o Marechal está lá, junto com a nave. Acho que acabou, meu amor, a Terra está livre de vez.

― ☼ ―


N.A. DESCULPEM A PARTE CURTA, MASPREFERI DEIXAR O DESFECHO PSARA O PRÓXIMO CAPÍTULO.

desculpem o caps, tb. mas foi preguiça de reescrever

Estação Júpiter 80Onde histórias criam vida. Descubra agora