Capítulo 14 - parte 1 (rascunho)

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"À constância deve-se toda a glória."

Luís de Camões.

A caminhada até à estrada não foi difícil. O veículo era uma pickup enorme e os cães saltaram direto para o compartimento de carga enquanto o resto se espremia um pouco. Perderam quase uma hora até alcançarem o objetivo. Quando chegaram, Luísa sentia-se muito bem e, apesar de estar fora do alcance dos sensores do caça, tinha a certeza de que estava curada porque a cabeça parara de latejar e doer.

A estrada, outrora perfeita, era bastante esburacada e aquele carro sacudia muito. Contudo, após mais uma hora, estavam na região central, à beira da baía. André era um especialista em se tratando de evitar Krills, mas, ali, havia uma infestação deles. Todos prenderam os sensores nas testas. Os terráqueos começaram a andar de armas na mão e o par seguiu-os atrás. Estava muito escuro, mas não era bom facilitar. João apontou uma construção que parecia entrar na água.

– O museu. Antigamente, chamava-se Museu do Amanhã – explicou o chefe. – Depois, quando o centro espacial foi construído ao lado, transformou-se no Museu do Aero Espaço. O prédio ao lado e todo o quarteirão fazem parte do centro. Logo de frente para eles, tem uma base dos demônios e quatro malditas naves, como podem ver.

– Interessante – comentou Luísa e Willian até gemeu.

– Essa maluca vai atacar aquilo – resmungou ele. – Podem ter certeza que vai nos matar a todos.

– É claro que não, mas não custa matar uns gafanhotos.

– Gafanhotos? – perguntou um dos cariocas.

– Esses diabos são de origem insectóide – explicou o americano, tentando parecer casual. – Eles até que lembram um gafanhoto, mas são bem mais frágeis que a gente. A TB já matou alguns na porrada.

– Sério? – perguntou o líder, de olhos arregalados.

– Claro – disse Polanski, apontando para a frente. – E em breve vocês poderão fazer o mesmo. Primeiro vamos pegar o combustível, depois, churrasco de gafanhoto.

Os quatro rebeldes ficaram olhando a imagem projetadas dos Krills e isso até os deixou entusiasmados. Pela primeira vez teriam a chance de matar vários sem correrem riscos. João virou-se para os cães e deu a ordem:

– Vão para o carro e protejam-no a qualquer preço.

Os quatro animais saíram em disparada e Luísa começou a andar abaixada indo para perto da água, já que era quase dois graus mais frio. Os outros aproximaram-se e um perguntou:

– Esse caminho é muito mais longo, então pra quê segui-lo?

– Os infelizes são de sangue frio, logo preferem lugares quentes. Aqui está fresco.

– Fresco coisa nenhuma – argumentou Mateus. – Está frio, frio mesmo. No máximo quinze graus e faz muito tempo que não fazia tanto frio.

– Isso não é frio, tchê – disse Luísa, tranquila.

– Essa maluca tinha que ser gaúcha! – falou André, mas sorriu, divertido. Ele não era tão suscetível ao frio quanto os amigos.

Alcançaram o museu e o par viu que estava aberto. Bem na entrada, estava exposto um caça de guerra, aparentemente do mesmo modelo que levaram para o espaço. Luísa, furtiva, aproximou-se dele e subiu na carlinga. Estava tudo no lugar e a navezinha poderia decolar. Conferiu a energia e havia o suficiente para disparar o processo, gracas às baterias especiais que não se estragavam antes de alguns séculos. Sorridente, disse:

– Está perfeito. Combustível cheio e armamento completo. Vamos pegar o material e detonar tudo. Vocês dinamitam o quartel e nós as naves. Hoje é dia de show de fogos...

Estação Júpiter 80Onde histórias criam vida. Descubra agora