Capítulo 3 - parte 3 (rascunho)

32 4 0
                                    

– Faz quanto tempo estão fora do ar? – perguntou o coronel Fagundes, preocupado.

– Cerca de quarenta minutos, senhor.

– Têm oxigênio suficiente?

– Têm ar para quatro horas, senhor – confirmou Paulo. – Quanto a isso não me preocupo. O meu medo é a velocidade reentrada. Eles devem estar a cento e cinquenta mil metros, conforme o planejamento. Na volta, a major vai precisar de usar toda a sua perícia para não ultrapassar a velocidade limite da navezinha.

– Quanto a isso, também não me preocupo. A major Polanski é capaz de fazer mila...

– Senhores – interrompeu um dos operadores da torre, segurando um telefone na mão. – Algum de vocês fala inglês?

– Sim – disse Paulo. – Por quê?

– Porque ligaram para cá, estão falando em inglês e a única coisa que eu entendo é NASA e meijor Paul or cornel Fagundez".

– Ponha no viva voz, por favor – pediu Paulo. – Eu falo bem inglês.

Hello – continuou, falando em inglês. – I am Major Paulo Assunção. Can we help you?

Todos aproximaram-se para ouvir, porque muitos deles entendiam perfeitamente o idioma, em especial os cientistas.

– "Major, aqui é da NASA. A estação internacional pediu para fazer uma ponte com os senhores."

– Estamos na escuta.

Segundos depois, surgiu uma voz que se notava ser longínqua. Daquela vez, o sotaque era britânico.

– "Major Paulo Assunção?"

– Sou, eu.

– "Aqui é o comandante Willian Smith, falando da estação internacional. Senhores, antes de mais nada, queremos parabenizar a vossa maravilhosa equipe. Nunca antes vimos ou imaginaríamos ver tal coisa..."

– Desculpe, comandante, mas pode se explicar?

– "Temos dois pilotos seus no rádio. Eles pediram para fazermos a ponte de comunicação porque a aeronave deles não alcança a Terra. Major Polanski e capitão Faria."

– Onde eles estão? – perguntou o coronel.

– "Bem na nossa frente, senhor, posso fazer a ponte?"

– Claro, obrigado, comandante – disse o coronel. Baixinho, continuou. – Eu sabia que aquela maluca ia influenciar aquele pirado. Os dois juntos não poderia dar boa coisa.

Paulo só não caiu na risada porque ficou preocupado. Logo a seguir, ouviu a voz da namorada e isso aliviou-o um pouco.

– "Oi, gente, vocês não imaginam como a Terra é linda, vista daqui de cima" – disse ela, a título de introdução. – "Coronel, para fazer leituras melhores, optamos por subir um pouco mais e acabamos encontrando o pessoal da estação orbital."

– Que eu saiba, Major Polanski – disse Paulo, sério. – Isso corresponde quase que a três vezes a altitude prevista.

– "Tem razão, Major. Não me leve a mal, mas, quando eu voo, às vezes perco a noção do tempo." – Deu uma risada. – "Bem, o teste foi um sucesso impressionante."

– Major – disse o coronel. – Tratem de voltar imediatamente, isso é uma ordem.

– "Senhor, precisamos de aguardar a janela para descer que ocorrerá em cerca de quarenta e cinco minutos e a descida terá de ser lenta."

Estação Júpiter 80Onde histórias criam vida. Descubra agora