Capítulo 14 - parte 3 (rascunho)

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Luísa e o marido voltavam da turnê de destruição e Paulo olhou as horas.

– Ainda temos uma hora antes do pessoal começar o estrago no centro do Rio.

– Humm – resmungou a esposa. – Mais um raid no espaço?

– O que achas, amor? – perguntou, brincalhão, mas sabendo muito bem que ela aceitaria de cara. – Eu topo.

– É pra já.

Ia começar a subida quando o rádio deu sinal de vida, falando o idioma universal, que todos já dominavam muito bem.

– "Atenção nave não identificada, aqui controle de Antártica, apresentem-se, por favor."

– Controle de Antártica, aqui é a tenente-brigadeiro Luísa Polanski em um caça de guerra em missão de ataque.

– "Sei, e eu sou o papai noel" – resmungou o sujeito. – "Qual é, a tenente-coronel Polanski desapareceu há mais de duzentos anos. Não é hora para piadas."

– Eu sei, meu caro – disse Luísa, séria –, mas é a mais pura verdade. A nossa nave sofreu um salto temporal e viemos parar aqui, no ano passado. Agora, estamos combatendo esses demônios. Vem cá, é seguro usar o rádio?

– "Sim e não, mas eles devem ter tanta dificuldade de nos captar quanto nós temos deles, já que nuca nos encontraram."

– Como vocês estão ativos?

– "Eles não vêm para os polos. Aqui era uma base de pesquisas que conseguimos militarizar, mas temos poucos recursos."

– Mandem um vetor em dez minutos. Vou contatar os outros e já retorno – disse Luísa. Mudando para português, ordenou. – Polanski para Coronel Willian, prossiga como combinado e pouse com os rebeldes. Brigadeiro Faria, abortar missão e encontrar comigo.

– "Estou contornando a cidade do Cabo, TB" – disse Antônio, lacônico. – "Posição conhecida, acelerando para chegar em quinze. Setenta caixas de gafanhotos derretidas."

– Que bom ouvir isso – exclamou a superiora, alegre. – Nós pegamos cinquenta e cinco. Deu uma rica colheita.

– "Aqui peguei quarenta, TB" – disse Willian. – "Ordens recebidas. Will desliga."

Pouco tempo depois, Faria encontrou o casal e rumaram para o Polo Sul. Não demorou a aparecer o vetor de rádio e seguiram-no. Era tudo tão branco que a visão ficava comprometida, mas não demorou muito a que ela visse um tom diferente no solo. Quando se aproximaram, uma parte da neve deslocava-se para o lado, mostrando uma caverna gigante.

Os dois caças pairavam no ar e desceram rápido. Mal passaram o solo, a caverna começou a se fechar, mas uma luz profusa iluminou tudo como se fosse dia claro. Alguns homens correram, carregando agasalhos e estranharam que os quatro descessem tão tranquilos com aquele frio todo. Quando pararam à frente deles, Luísa disse, sorrindo.

– Oi, não se preocupem com agasalhos. Estamos com traje espacial que nos protege do frio e calor – virou-se para o caça e continuou, em português. – Newton, desligar tudo e travar a nave. Pede ao computador do Antônio para fazer o mesmo.

Entretanto, o recém-chegado, ao se aproximar mais, viu as duas mulheres lado a lado, escancarando a boca.

– Agora dei para ver dobrado – afirmou, e ambas riram, o que o deixou mais baratinado.

Polanski adiantou-se e disse, iniciando as apresentações:

– Eu sou a tenente-brigadeiro Luísa Polanski, o brigadeiro Paulo Assunção, o brigadeiro Antônio Faria e a doutora Luísa Polanski, minha filha. Somos a vanguarda de libertação da Terra.

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