Capítulo 11 - parte 3 (rascunho)

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Luísa abriu os olhos para deparar-se com o marido sentado na cama ao seu lado. Sorriu e beijou-o.

– A bela adormecida acordou, finalmente – disse Paulo. Polanski sentou-se e o marido continuou. – Acho que deixamos os nossos filhos em êxtase, meu amor.

Ela sorriu e levantou-se.

– Então, quanto tempo eu dormi? – perguntou, inquieta. – A quantas vamos? Noto que temos gravidade normal com a nave parada.

– Dormiu doze horas, amor, e o nosso filho não deixou que a acordássemos. Ele tá alucinado com os prisioneiros. Luísa e o Toninho estão trabalhando na nave para instalar os equipamentos. Aguardam você para começar nos caças.

– Ótimo – disse ela. Compenetrada, perguntou. – O que tu achas de atacarmos com os caças e libertarmos a Terra?

– Acho que não desejo cometer suicídio, meu amor.

– É, é bem possível que tu estejas certo – comentou Luísa, inconformada –, mas eu preciso libertar a Terra.

– E nós vamos, amor, mas acho melhor com uma armada – insistiu Paulo, preocupado por causa da determinação da esposa. Afinal, se eles esperam faz uns cinquenta anos, alguns dias a mais não vai matar ninguém.

– Claro – disse ela, levantando de vez. – Foi apenas uma ideia que desejo amadurecer. E o cara que salvamos?

– Segundo a nossa filha, era o piloto da nave – respondeu o marido, olhando para ela. – Ainda está em choque.

– Coitado – disse. – Todo este tempo aprisionado. Vamos logo que eu quero um café.

– Tá bom, meu amor – disse Assunção, despedindo-se com um beijo. – Estarei no meu console ajustando alguns programas da nave para as novas funcionalidades. Aqueles negócios são ridiculamente pequenos para a finalidade deles.

– São mesmo – concordou a tenente-coronel. Com o copo de café na mão, Luísa foi encontrar a filha e Antônio debruçados sobre um quadro de circuitos da sala de manutenção do convés inferior. Ambos debatiam animados. Quando a viram, sorriram e levantaram-se. Sem se conter, a doutora Polanski abraçou a mãe, eufórica.

– Caramba, mãe – disse, empolgada. – Quando o nosso pai adotivo dizia que tu eras a pessoa mais determinada da história, eu sempre achei que havia um pouco de exagero da parte dele, mas agora noto que não.

Luísa riu e abanou a cabeça; depois, perguntou:

– Então, quanto tempo até estarmos totalmente operacionais, incluindo os dois caças?

– Um dia, no máximo dois, TC – disse Antônio. – Temos que abrir o hangar...

– Vamos tratar disso agora mesmo – decidiu a comandante, começando a andar, seguida pelo par. – Filha, quantas naves Krills há na Terra?

– Bah, eu conheço esse jeitinho – disse Antônio. – Lú, isso é perigoso demais.

– Paulinho já me convenceu, mas desejo fazer um reconhecimento. Com um caça isso é mole, mole.

– Sou parceiro – disse Antônio. – Tô louco para testar um bicho desses no espaço.

– Infelizmente não será dessa vez, Toninho – respondeu Polanski, séria. – Tu precisas pilotar a nossa nave. O Paulo também não deve ir porque é o engenheiro principal. Vou precisar do achar algum voluntário para me acompanhar; de preferência um bom de mira.

– Eu vou, mãe – disse a doutora Polanski. – Conheço esses caças que fala e sou boa para atirar.

– Boa o quanto, filha? – perguntou Luísa, séria. – Não quero correr riscos e muito menos te perder.

Estação Júpiter 80Onde histórias criam vida. Descubra agora