Os treinos corriam bem, mas tanto Luísa quanto Antônio queixavam-se que aquela geração em indolente e fraca. Apesar disso, conseguiram selecionar mil elementos de primeira linha para pilotarem quinhentos caças. Um deles era ninguém menos do que o seu "espião" americano. Após várias conversas com o marechal, conseguiram que os governos unidos arranjassem mais duas naves grandes que carregariam duzentos caças cada. No topo da "Marcos Pontes" e em algumas posições estratégicas, foi instalado um total de quarenta canhões móveis que disparavam misseis especiais do tamanho de um braço adulto. A potência explosiva era igual a uma bomba de cinquenta quilotons, mas sem radiação. As coisas andavam, mas, para a Polanski, iam devagar em excesso. A primeira turma de cadetes saiu dos simuladores improvisados e passou à segunda etapa, que era voar em um caça real. Com isso, Luísa e Antônio foram selecionando os melhores entre os melhores com o intuito de criar um esquadrão de elite. Com os simuladores, combatiam usando várias estratégias e Luísa, implacável, sempre colocava o seu time em condições inferiores. Eles eram, invariavelmente, derrotados e a tenente-brigadeiro sembre gritava que tinham que tirar a lição da derrota.
No final do sexto mês, o seu esquadrão conseguiu vencer o inimigo em uma proporção de cem para um contra eles. Lembrando-se de um filme muito antigo que ela viu vários anos antes de partir na sua missão, apelidou o grupo de "Ases Indomáveis" e ofereceu-lhes uma festa de formatura. Nesse mesmo dia, teve uma surpresa agradável vinda do marido e do amigo. Eufóricos, levaram-na para um hangar onde trabalhavam nos caças e mostraram-lhe o modelo novo.
Luísa achou o avião lindo, composto de linhas aerodinâmicas, embora não precisasse, e metralhadoras nas asas. Era um pouco maior que o original e tinha menos instrumentos por conta da automação. Antônio começou a explicar:
– Lú, este aparelho é bem superior. A aceleração é seiscentos g, o dobro do original, mas também pode saltar pelo hiperespaço com autonomia de cem anos-luz por salto. Os canhões são pelo menos sessenta vezes mais potente que o antecessor e podes ficar no espaço dentro dele por uma semana. Também há um sistema de navegação estelar automático completo e ligação com a nave mãe, inclusive com o novo sistema experimental acima da velocidade da luz. A princípio, podemos falar com a nave até uma distância de dez anos-luz.
– É mesmo uma belezinha! – disse ela, passando a mão na fuselagem.
– Tem mais uma surpresinha, Lú – disse Antônio, sorridente. Olhou para o amigo e continuou. – Fala, tchê.
– A nossa filha conseguiu uma coisinha muito bacana – disse, apertando um botam no bracelete e apontando o avião.
Luísa olhou, mas o aparelho desapareceu. Fez uma cara espantada até que entendeu sorriu, de olhos brilhantes.
– Conseguiram copiar a tecnologia de invisibilidade?
– Sim, mas o consumo de energia é absurdo – respondeu o marido, fazendo o avião reaparecer. – Há um tempo limite, mas ainda não está bem definido. Depois, é necessária uma pausa.
– Uma belezura mesmo – disse a esposa, feliz. – Quando estará pronto para voar?
Paulo estendeu um capacete tático para a esposa, risonho. Depois, disse:
– Feliz aniversário, meu amor, ou achavas que eu tinha esquecido?
Polanski riu e pegou o capacete, beijando o marido. Depois abraçou Antônio e perguntou:
– Afinal quem vai comigo?
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O caça de dois lugares saiu do hangar para o seu voo inaugural. Ali fora, ao sol, dava para ver que ele, apesar de parecer negro, era um tom de azul muito escuro, tanto que quase passaria por ultravioleta.
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Estação Júpiter 80
Science FictionEstação Júpiter, o trampolim para as estrelas... uma avetura eletrizante em meio a uma guerra interestelar. Em 2064 a primeira nave espacial brasileira é lançada para o espaço em direção a Júpiter 80, uma estação que orbita Júpiter e cujo objetivo é...