Capítulo 8 - parte 5 (rascunho)

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A porta abriu-se, deslizando para o lado, e tanto Antônio quanto Ana entraram, muito curiosos. Assim que puseram os pés no recinto, uma luz profusa iluminou cada canto dele, mostrando um laboratório enorme e composto por mais de um recinto. Com um assobio baixo, o capitão deu alguns passos adiante e girou em volta, seguido pela colega. O susto foi enorme quando eles viram a porta se fechar e Antônio reagiu mais rápido, tentando alcançá-la com um salto, mas foi demasiado tarde.

– Estamos ferrados – disse ele, baixinho. – Não tem fechadura nem sensores de espécie alguma e não reage à nossa aproxim...

– "Laboratório de segurança máxima lacrado. Bem-vindos, pois há muito que são esperados. Vocês precisam de iniciar o processo de restauração assim que possível" – disse a estranha voz, sempre em português. – "Invoquem um console e startem o processo."

– Quem será que está falando? – perguntou Ana, na vã esperança de uma resposta, mas não aconteceu nada. – Capitão, confesso que estou com medo.

– Calma, Ana– disse o piloto, aproximando-se dela e colocando a mão no seu ombro. – Não creio que corramos perigo, mas poderemos é morrer de fome se não sairmos daqui. Esse negócio falou em lacre e segurança máxima, ou seja, não deve ser nada fácil de abrir. O melhor que temos a fazer é explorar isto e descobrir alguma coisa. Onde será que tem o tal console?

– Nem faço ideia – disse ela, mais tranquila.

Foi em direção a uma das salas adjacentes e entrou. Parecia um laboratório de física experimental com uma série de máquinas, algumas parecendo projetores de campos ou qualquer coisa do gênero e outras talvez uns canhões, quem sabe de laser ou algo similar. O que quer que fosse, nenhum dos dois, mesmo sendo ambos doutores em física, atreveu-se a mexer porque estava tudo além da sua compreensão.

A sala seguinte também era outro laboratório e, no fundo dela havia uma porta que continha o símbolo da radioatividade, símbolo esse que não mudou nada ao longo dos anos. Como não dispunham de qualquer tipo de proteção, nem se atreveram a entrar ali.

– Até agora não vi nada que pareça um console, nada mesmo, minha cara Ana – disse Antônio, enquanto saíam da segunda sala.

O som de uma porta abrindo chamou atenção do par que viu Luísa, Wiliam e o sargento entrando, enquanto a estranha voz recomeçava a falar as mesmas palavras para a superiora.

– Não se afastem da porta – berrou Antônio, reagindo de imediato à aparição, contudo foi tarde até para os reflexos ultrarrápidos da tenente-coronel, que saltou de volta, mas sem sucesso.

– Droga – barafustou Ana, contrariada –, devíamos ter previsto isso.

– De fato devíamos – respondeu Antônio –, e é sinal de que estamos começando a ficar bastante cansados. Bem, vamos procurar o tal do console.

– Escuta, tchê – questionou Luísa, ainda em choque de se ter visto na parede daquele gabinete. – O que diabo eu estou fazendo naquele quadro e o que vem a ser isto?

– Não pergunta pra mim – respondeu o amigo, rindo. – Sem falar que o Paulo está do mesmo jeito na sala ao lado, só que lá não há estes laboratórios.

– Tem que haver uma explicação lógica – barafustou Polanski, olhando em volta. – Que barbaridade, tchê.

– Comandante – chamou Ana, da porta da terceira sala. – Aqui há instalações completas para um ou dois indivíduos viverem. Até parece um pequeno apartamento dentro do laboratório.

Ela entrou e os demais aproximaram-se da porta. A navegadora, entretanto, já estava entrando na sala do fundo e parou, olhando impressionada.

– Comandante, não quero dizer nada, mas o seu marido está aqui nesta sala, deitado em uma câmara de sustentação superavançada! – exclamou Ana, espantada.

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