"Sem dor não haverá ganho. Sem esforço não haverá conquista. Sem sacrifício não valerá a pena."
Daniel de Arruda.
O tempo passava rápido para a grande quantidade de coisas que a humanidade fazia de forma a poder enfrentar o seu maior desafio; mas, para a tenente-brigadeiro Luísa Polanski, era um martírio cada dia que passava ainda naquele mundo sem ter atingido o objetivo. Mesmo o marido argumentando que, se a Terra estava tomada há quase cinquenta anos, um a mais não faria grandes diferenças.
A sua nave estava pronta e as tripulações das esquadrilhas de ataque treinavam sem parar. Era tanta coisa para fazer que um dia ela estranhou que não havia nada pendente. Foi então que se deu conta de que estava tudo pronto. A "Marcos Pontes" contava com quatro esquadrilhas dos mais avançados caças que o marido projetou e as duas naves que acompanhariam mais oito esquadrilhas cada, perfazendo um total de quinhentas naves de combate ridiculamente pequenas e eficientes. Um ano e dois meses padrão, estavam prontos para a operação de libertação que, num arroubo impetuoso, ela chamou de "Operação Inseticida". Eufórica, estava com todos os comandados em ordem unida, preparando-se para decolar. Ao lado, os brigadeiros e o marechal Fagundes, que decidiu ir junto na nave capitânia. Após a solenidade presidida pelo novo presidente do conselho, acompanhado dos líderes dos demais planetas humanos, as tripulações começaram a se dirigir para as respectivas naves. Fagundes parou na entrada e disse, emocionado:
– Um dos meus maiores sonhos era poder voar nesta nave tão maravilhosa que duzentos anos depois ainda pode provar o seu valor. Juro que nunca imaginei este dia tornando-se real.
– Agora é bem real, senhor – disse Luísa com um gesto a convidá-lo para entrar. – E o melhor de tudo é que iremos libertar a Terra, Marechal.
Mal estavam instalados, o interfone deu sinal de vida e a voz da comandante foi ouvida em todos os cantos.
– "Atenção à tripulação; decolaremos em uma hora com as outras naves seguindo em uma janela de trinta segundos. O destino, todos sabem, é a Terra que alcançaremos em dez horas. Quero todos os combatentes das esquadrilhas e da nave bem descasados, por isso, tratem de ir dormir. Na órbita de Júpiter, serão ejetados. Teremos dois caças adicionais e o Marechal será o comandante da missão. O brigadeiro Faria e a doutora Polanski pilotarão um e eu o segundo. Como o brigadeiro Assunção não poderá participar por ser necessário na nave, preciso de um voluntário bom de mira. Por enquanto é só."
– Por que pretendes participar da missão, filha? – perguntou Fagundes, preocupado. – Acho que és necessária aqui.
– Em qualquer outra circunstância, senhor, ficaria de boa vontade, mas não hoje, não com a Terra.
– Eu entendo, filha – disse, condescendente. – Acho que faria a mesma coisa se tivesse as tuas habilidades.
Envergando o uniforme espacial, o mesmo que Artur providenciara na estação, ela estava preparada. Um homem entrou e ela olhou para aporta, vendo Willian de capacete na mão.
– Eu vou com a senhora – disse, falando bem melhor que antes.
Luísa riu e olhou para ele, debochada.
– Se bem me lembro, caro espião, tu me pediste para te lembrar de "nunca, mas nunca mesmo, voares comigo".
Willian encolheu os ombros e deu um sorriso amarelo, a seguir, respondeu:
– Eu saí no sorteio, TB.
Dessa vez todos na ponte riram. Polanski abanou a cabeça e emendou:
– Não te preocupes que eu jamais caí e não será hoje.
– Decolagem – disse o piloto novo.
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Estação Júpiter 80
Science FictionEstação Júpiter, o trampolim para as estrelas... uma avetura eletrizante em meio a uma guerra interestelar. Em 2064 a primeira nave espacial brasileira é lançada para o espaço em direção a Júpiter 80, uma estação que orbita Júpiter e cujo objetivo é...