Capítulo 13 - parte 4 (rascunho)

23 4 0
                                    

Willian tirou as duas mochilas que compunham o kit de sobrevivência. Às pressas, tratou e montar um pequeno toldo camuflado para os ocultar e estendeu no chão o saco-cama. A seguir, subiu na asa do caça e soltou a Luísa, puxando-a com cuidado para fora da carlinga. Teve muita dificuldade até que, bufando com o esforço, colocou-a no saco-cama. Correu de volta e procurou o controle de reparos, encontrando-o sem dificuldade. Por ultimo, com o kit médico, desceu de volta e começou a limpar o ferimento da piloto e comandante. Mal terminou, olhou para a sua obra e viu que o cataplasma já se ligava à pele, embora o inchaço ainda fosse meio grande. Molhou um pano e passou no rosto dela para ver se acordava, mas nada. Dez minutos depois, Newton apareceu ao seu lado, dando-lhe um grande susto, tão grande que quase sacou a arma do coldre e atirou, apesar de que nada aconteceria, se fizesse isso.

– Ela precisa de acordar para avaliarmos a resposta cerebral.

– Como faço isso?

– Injete um estimulante do medikit.

Preocupado, o americano obedeceu. Trinta segundos depois, ela abriu os olhos a tentou levantar. Willian ajudou e estendeu um pouco de água. Luísa bebeu alguns goles e deitou-se de novo, fechando os olhos.

– Acho que a gente caiu – disse, com a voz fraca. – Sempre tem a primeira vez, pelo jeito.

– Claro que não, TB – respondeu, com a voz suave. – Isso foi apenas um pouso um pouco duro. Você salvou as nossas vidas.

– Sei não – disse ela. – Estou muito tonta. O que aconteceu?

– Bateu a cabeça quando aquela árvore se atravessou no nosso caminho – brincou o colega.

– Não conhecia esse teu senso de humor, Will.

– Como você disse, sempre tem uma primeira vez.

– Newton – chamou com a voz fraca. – Temos condições de voltar a voar?

– Claro, TB – respondeu o computador. – Os reparos estão em andamento, mas levarão vinte e oito horas, cinquenta e sete minutos um segundo e quatro milissegundos.

– Que reparos, tchê? – perguntou Luísa, espantada. – Por acaso descemos em uma oficina?

– Não, TB – disse Newton, fazendo uma careta. – Acho que não lhe disseram que a estrutura dessa nave é do novo modelo de nano partículas. Ele é formado por milhões de nano robôs que se consertam. A senhora precisa de dormir pelo menos quatro horas para a regeneração celular começar a ter efeito, mas preciso de saber uma coisa.

– O que é?

– Esta nave, sem motores não tem sustentação. Cai tal e qual um tijolo com asas cairia. Como conseguiu essa façanha?

– É como um tijolo, certo?

– Exato – respondeu a máquina.

– Mas tem asas, ok?

– Sim, só que demasiado pequenas...

– Newton – disse com a voz fraca, quase distante. – Se tem asas, eu faço voar. Simples assim...

Willian sorriu quando viu que ela apagou, enquanto aquela maravilha da computação encolheu os ombros e desapareceu. Sem ter o que fazer, ele procurou alguns galhos secos para fazer uma fogueira de noite, já que, apesar de estarem no Rio, era inverno e poderia fazer algum frio. A melhor coisa a fazer tratava-se de esperar a recuperação da companheira de infortúnio. Foi até ao caça e começou a juntar material importante para uma operação. Havia muito sensores de Krills, alguns automáticos que apitavam por aproximação e aproveitou para fazer um perímetro protegido. Depois juntou todas as munições das armas de mão e dividiu nas duas mochilas. Cada um levaria duas pistolas especiais e uma de raios. Possuíam um campo de força pessoal e um experimental de invisibilidade. Perdeu cerca de duas horas a ajeitar tudo e, depois, foi preparar algo para comerem quando ela acordasse, coisa que aconteceu não muito depois.

Estação Júpiter 80Onde histórias criam vida. Descubra agora