Capítulo 4 - parte 3 (rascunho)

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Polanski e Josué bebericavam um café de uma térmica que foi levada para o hangar onde aguardavam. Os comandos estavam a fazer uma busca em regra e os seguranças fecharam o hangar.

– Obrigado, Polanski – disse o tenente-brigadeiro.

– Pelo quê, senhor? – perguntou a moça, curiosa.

– Se não fosse você, o nosso segredo teria ficado bem comprometido. Você é impressionante, menina, impressionante. Uma hora uma pessoa despreocupada, muito alegre e, logo a seguir, uma oficial implacável capaz de ir até às últimas consequências para defender o seu país.

– Bem, senhor, é para isso que fui treinada – disse sorrindo.

Josué retribuiu o sorriso, pensando que o marido dela era um sujeito muito sortudo. Nesse momento, o líder do batalhão apareceu.

– Encontramos os dois cientistas, senhor – disse, prestando continência para o par. – Estavam em um depósito atrás do hangar, amordaçados e inconscientes. Pedi uma ambulância porque precisam de socorro imediato. Acho que um deles está com traumatismo craniano.

O par levantou-se e saiu correndo para o local indicado, seguidos pelo militar. Luísa observou ambos, já desamarrados e deitados. Apesar dos maus-tratos, reconheceu-os.

– Sim, esses são da nossa equipe – disse ela, fazendo um aceno com a cabeça. – Só espero que se safem.

– Eu também – disse Josué com um suspiro. – Eu também.

Minutos depois, a ambulância aproximava-se. Quando ela saiu levanto os dois, Josué disse para um dos soldados:

– Tenente, quero que peguem em seis homens, uma viatura e colem naqueles dois. É imperativo que fiquem a salvo de atentados.

– Sim, senhor – disse o militar com uma rápida continência e dando meia volta para cumprir as ordens.

– Acho que agora podemos ir embora, Polanski – afirmou o superior. – Está tarde e eu nem almocei, ainda.

– Verdade, senhor, eu também não.

– Bem, Tenente-coronel – continuou ele. – A senhora tem carta branca para tomas as decisões que achar necessárias e a força letal está autorizada desde já. Quando Fagundes chegar, ele assumirá esse fardo.

– Sim, senhor – disse Luísa, com um aceno. – Pena que o dia de hoje tenha sido estragado depois de uma vitória tão importante.

– É sim, mas não se martirize – aconselhou o comandante da base. – Isso, provavelmente, é apenas o começo.

― ☼ ―

A tenente-coronel tomou uma série de providências e implantou uma rede de segurança muito rigorosa. Ela estava ciente que era gente demais naquela base para não haver espiões, mas era imperativo neutralizá-los ou minimizar os riscos, pelo menos.

No dia planejado, Luísa fez questão de ir, em pessoa, buscar o coronel. Acompanhada de um soldado motorista, foram para o aeroporto. Mal chegaram lá, o avião já encostava para desembarque. Ela aproximou o carro dele e saiu, aguardando. Aquele aeroporto não possuía acesos diretos dos aviões para o edifício e os passageiros precisavam de descer por escadas, como era à moda antiga, visto que se tratava de um vilarejo pequeno que nasceu em função da base de lançamentos. Polanski viu o coronel descendo, sempre com o seu ar bonachão e simpático e sorriu, alegre. Junto, outra pessoa com uniforme de major acompanhava-o, deixando Luíza curiosa porque parecia conhecido, embora não conseguisse ver o seu rosto que estava encoberto pelo coronel. Assim que eles desceram o último degrau e moveram-se para o lado, ela reconheceu o major Marques da base aérea em São José dos Campos. Sorriu e fez uma continência impecável para o coronel, que correspondeu de forma desleixada, enquanto o major, ao ver as insígnias da moça, sorriu e prestou continência.

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