Capítulo 8 - parte 6 (rascunho)

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– Seguir os sinais?! – resmungou Paulo, abanando o cabeça, incrédulo. – Mas que raio de sinais serão esses?

– Não faço ideia, senhor, mas a TC não fica nervosa fácil e ela parecia bem estranha! – exclamou o oficial de comunicações. – Eu recomendo que vamos em passo acelerado.

– E eu não sei, Tenente? – o major riu. – Vamos nessa, vamos ver o que aconteceu para ela mudar tudo.

Pararam no círculo e, quando já estava descendo, Ricco comentou:

– Senhor, quando começamos a descer eu podia jurar que vi uma sombra humana dentro daquele bosque, mas estava demasiado longe para identificar. Na verdade, foi algo como um movimento e um reflexo de luz, sabe, como quando o espelho reflete a luz nos nossos olhos?

– Isso seria importante de se averiguar, tenente, mas eu não pretendo dividir a equipe e temos ordens de encontrar a TC. De qualquer forma fica registrado que devemos ter cuidado ao retornar para cima não vá a gente dar de cara com algo hostil.

Alcançaram a praça e um dos oficiais apontou o prédio branco, afastado umas duas centenas de metros. Paulo acenou com a cabeça e fez um gesto para que seguissem para lá. Afastaram-se a passos rápidos e alcançaram o saguão em pouco tempo. Ricco foi o primeiro a ver e apontou para os demais, dizendo:

– Olhe aí os nossos sinais, senhor.

– Minha nossa, como pode isso!? – exclamou o major.

– A questão, a meu ver, é o que será que está jundo da TC?

– Saberemos em breve – decidiu o líder –, vamos logo.

Foram andando tranquilos e alcançaram os laboratórios uns poucos minutos depois. Luísa estava no recinto que tinha o sósia do marido, mas ele entrou no outro e exclamou para Antônio, que observava com atenção o processo, no momento apenas uma luz azulada, só que ele já via o peito dela subindo e descendo com a respiração lenta de quem dormia profundamente.

Com um berro, Paulo perguntou, muito aflito:

– O que aconteceu com a Lu para ela estar aí dentro?

O capitão olhou para o lado e viu o amigo aproximar-se e colocar as mãos sobre o vidro, demasiado assustado. Riu e disse:

– Não é ela, Major. – Apontou para a sala ao lado. – A TC está lá, mas prepare-se.

O coitado, ainda mais preocupado que antes, foi correndo aos tropeções para a sala ao lado e deparou-se com a esposa acompanhada de três desconhecidos, sendo que dois deles manipulavam uma máquina ao lado de um esquife onde se viu a si, deitado como se morto estivesse.

– L.. Lu – gaguejou, aproximando-se. – O que raio vem a ser isso e quem são esses sujeitos?

– Calma, amor. – Ela riu porque já imaginava a reação. – São dois robôs e um computador...

– Tenente-coronel – interrompeu a máquina. – A doutora vai acordar nos próximos segundos. Ele vai demorar mais porque aconteceu um pequeno imprevisto com o equipamento, mas estará restaurado em breve e sem sequelas.

– Você fala português! – exclamou Paulo, espantado, enquanto Luísa ia para a sala ao lado, esquecendo-se de a acompanhar, ainda mais ao se ver deitado ali. – Como se chama?

– Falo diversas línguas e dialetos – respondeu o console. – Eu sou um console, mas sou conhecido como Artur.

– Como assim, um console?

– Uma projeção da consciência computacional do centro de pesquisas. Ele é um computador quântico e eu uma manifestação consciente dele. Algo como o que se chamaria, no seu tempo, de terminal inteligente... com licença, estão me chamando.

Estação Júpiter 80Onde histórias criam vida. Descubra agora